Já há alguns dias tivemos a notícia do falecimento do bispo emérito da diocese de Anápolis, Dom Manoel Pestana, nobre defensor da doutrina católica em terras tupiniquins. Que este bravo homem, que foi em vida um valente e fiel ministro de Cristo, seja agora intercessor nosso junto de nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe, Maria Santíssima. Mais: que os bons exemplos de Dom Manoel sejam seguidos pelos católicos brasileiros, especialmente por aqueles aos quais foi confiada a missão de pastorear o rebanho do Senhor.
O padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, em artigo sobre o falecimento do pastor, afirmou que “uma das coisas que deve ter acelerado sua morte foi sua angústia (…) pela situação política do Brasil”. “Ele se afligia sobremaneira ao ver nosso país ser invadido e dominado pelo terrorismo vermelho, que não poupa o respeito à vida nem à família”. A preocupação deste homem de Deus indica a terrível situação na qual está imersa a nossa nação, especialmente com o governo do Partido dos Trabalhadores, que, desde que chegou ao poder, investe de maneira pesada contra a família cristã e a vida humana.
O mesmo pe. Lodi fez, recentemente, um dossiê, mostrando os mais novos ataques do governo brasileiro ao Cristianismo: o investimento pesado na distribuição de material “contra a homofobia” nas escolas públicas, os benefícios previdenciários para duplas homossexuais, algumas afirmações insanas das diabólicas porta-vozes da presidente Dilma (me refiro às suas ministras) etc. A repercussão do artigo é realmente impressionante, como mostrou Wagner Moura, d’O Possível e O Extraordinário. A força que o movimento pró-vida ganha em nosso país após as últimas eleições é animadora (Deus seja louvado!).
Para conservar na memória o espírito heroico e destemido de Dom Manoel Pestana, incansável defensor da vida humana, recomendamos a leitura de uma longa entrevista feita com o bispo há 15 anos atrás, disponível no blog do Demerval Júnior. Destacamos abaixo uma resposta do pastor a uma questão que, para a cultura de morte, é resolvida apenas com o assassinato de um ser humano. “O aborto – enfatiza Dom Manoel – é o crime mais frio, mais cruel, mais absurdo da nossa época.”
Uma adolescente, virgem, é estuprada violentamente. Ao cabo de um mês após o estupro, quando ainda não conseguiu se recuperar do trauma sofrido com a violência, ela descobre que está grávida do estuprador. Se ela optar pelo aborto, será condenado ao inferno?
Se ela, antes adolescente e virgem, optar pelo aborto, já está condenada ao inferno nesta vida, pelos remorsos da consciência, avivados a cada choro, a cada sorriso ou a cada passinho de criança que poderia ser a sua, se não a tivesse matado. Não é sem razão que 85 por cento das mulheres internadas em casas de saúde mental nos Estados Unidos, país tão liberal, têm na sua história pelo menos um aborto. Falo de opção. Mas mesmo quando apenas cede à pressão, à chantagem ou ao desespero, a angústia não é menor. O problema é que o aborto é assassinato frio de um inocente, que está vivo e não tem nada a ver com o que fizeram. Não se pode obrigá-la a ficar com o filho, mas não é possível simplesmente convidá-la a ser assassina. O aborto é o crime mais frio, mais cruel, mais absurdo da nossa época.