17.01.2011 - A Quarta Visão
Dia oito de setembro fui ao local das aparições esperando o encontro que não havia acontecido em agosto.
Novamente fui acompanhado por várias pessoas; havia também algumas crianças. Estávamos rezando o Rosário, e assim que terminamos, eu vi um relâmpago. Somente a luz dele foi vista. Estava claro; não havia sinal de chuva. Pensei e disse:
A Senhora está para chegar!
Outro sinal era a grande alegria interior quando estou para vê-La.
Então vi um segundo relâmpago que é sempre o que A faz aparecer e eu A vi sobre uma nuvem.
A nuvem estava sobre o Morisco que já estava sem folhas e o povo de Cuapa estava tirando-as pouco a pouco da pequena árvore.
Dessa forma, sobre tudo isso, estava a Virgem Maria. Eu a vi como uma criança. Linda! Mas pequena! Ela estava vestida em uma túnica de cor creme pálido. Não tinha um véu, nem coroa, nem manto. Nenhum adorno ou bordado. O vestido era longo, com mangas longas, e tinha um cordão rosa na cintura. Seu cabelo caía até os ombros e era castanho. Os olhos também, embora muito mais claros, quase da cor do mel. Toda Ela irradiava luz. Parecia como a Senhora, mas era uma criança.
Eu olhava para Ela maravilhado sem dizer uma palavra, e então ouvi Sua voz como de uma criança, uma criança de sete, oito anos. Com uma voz extremamente suave Ela me deu a mensagem; totalmente idêntica. Ao final, pensei que, como Ela era uma criança, seria mais fácil para ela permitir-se ver pelos outros que me acompanhavam. Esse era meu esforço. Disse a mim mesmo:
Os outros devem poder vê-La! E Lhe disse:
- Permita-se ser vista para que todo o mundo acredite. Estas pessoas que estão aqui querem vê-La
As pessoas podiam me ouvir, mas não a Ela. Falei bastante com Ela tentando fazer com que se permitisse ver, mas depois de me ouvir Ela disse:
- Não. É suficiente que você lhes dê a mensagem porque para aquele que acredita será suficiente, e para aquele que não acredita, mesmo que me veja ele não acreditará.
Estas palavras Dela foram cumpridas. Agora posso ver a descrença ou a fé de uma pessoa. Há indivíduos que crêem sem procurar ver nenhum sinal; a mensagem é suficiente para eles, eles a recebem. Alguns têm grandes necessidades, eles não pedem um milagre, não pedem curas, preferem acreditar no Senhor. Já outros através dos sinais vieram a acreditar.
Conheci um homem que, cheio de alegria, me disse:
Bernardo! Agora acredito que a Virgem apareceu. Você é feliz! Eu também A vejo!
Ele indicou o lugar. Era na velha capela, onde era o altar antes. Poucos metros além estava outro homem que, ao ver-me passar, me disse cheio de indiferença:
É verdade que está lá. Mas não é nada mais do que seres de outros planetas.
Isto ocorreu no dia 7 de maio de 1981, véspera do primeiro aniversário da primeria aparição.
Então não insisti mais que Ela permitisse que fosse vista, mas falei a respeito da igreja que as pessoas queriam construir em Sua honra. Padre Domingos nos disse que essa era uma decisão que ele não poderia tomar, e que devíamos contar à Santíssima Virgem. Por isso apresentei esta questão a ELA. Por que um homem de Matagalpa já nos havia dado C$80,00 córdobas para esse fim. Ela me respondeu dizendo:
- Não. O Senhor não quer igrejas materiais. Ele quer templos vivos, que são vocês mesmos.
Restaurem o sagrado templo do Senhor. Em vocês está a satisfação do Senhor.
E Ela continuou, dizendo:
- Amem-se. Amem uns aos outros. Perdoem-se uns aos outros. Façam a paz. Não peçam por ela antes.
Façam a paz!
Eu perguntei o que deveria fazer com as C$80,00 córdobas que tinha em minhas mãos. Eu me perguntava se deveria devolvê-las. Ela me disse para doá-las para a construção da capela em Cuapa. E acrescentou:
- Deste dia em diante, não aceite nem um centavo para nada.
Depois disse para não chamar "igreja" a coisas materiais porque a igreja e os templos somos nós mesmos; que as capelas são casas de oração. Às vezes, por hábito, me engano e digo igreja em vez de capela.
Nesse momento, me veio uma dúvida na cabeça. Eu havia pensado em perguntar a Ela sobre esta dúvida porque não sabia se continuava no catecumenato. Fiz isso para saber o que Ela me aconselhava. Ela me disse:
- Não. Não deixe. Sempre continue firme no catecumenato. Pouco a pouco você compreenderá tudo o que o catecumenato significa. Como um grupo da comunidade meditem sobre as beatitudes, longe de todo o barulho.
Mais tarde ela acrescentou:
- Não vou retornar no dia 8 de outubro, mas no dia 13.
Então a nuvem A elevou. Como das outras vezes...
A Quinta Visão
Em outubro, no dia oito, fomos ao local das aparições.
Eu sabia que Ela não apareceria como já me havia dito.
Todo o povo as pessoas agora me seguiam, como que quisessem rezar o Rosário perto da pilha de rochas. Eles desejavam fazer isso por devoção.
No dia 13, que era uma segunda-feira, tínhamos uma devoção na capela às dez da manhã. Depois, um grupo de cerca de cinqüenta pessoas foi ao local das aparições. Uma pequena peregrinação. Fomos rezando o Rosário e cantando. Ao chegar, arranjamos as flores que as pessoas haviam trazido, sobre as rochas. começamos outro Rosário. O céu parecia como se fosse chover, com grandes nuvens ameaçadoras, Pareciam de chuva.
Quando estávamos no terceiro mistério, O do Nascimento do Filho de Deus, senti a mesma emoção que sempre sentia quando na hora de vê-La se aproximar. Mas achei melhor não perturbar a reza do Rosário. Ao final cantamos Minha Rainha do Céu. Repetíamos a parte que diz: Brilhante Estrela do Dia, dê-me a graça de poder cantar a Ave Maria, quando de repente um círculo luminoso se formou sobre o chão. Todos, sem exceção, o viram; era como um arco que tivesse caído e marcado esse círculo luminoso no chão. A luz veio de cima. A luz que veio era como um ponto de luz que, ao tocar o chão se espalhasse.
Vendo como esta luz caía sobre as cabeças de todos que lá estavam, olhei novamente para cima e vi um círculo que se havia formado também no céu. Como quando dizemos aqui:
Há um anel em volta da lua ou há um anel em volta do sol.
Esse círculo soltava luzes de cores diferentes, sem sair do sol. Não estava naquele lugar, pois o sol já se estava pondo.
Uma menininha, segura pela mão da mãe, tentou se soltar dizendo à mãe que a Senhora a chamava. A mãe a segurou ainda mais firmemente e não a deixou se mover. A própria criança me contou isso depois da aparição.
Eram três da tarde. Era possível sentir uma suave brisa. Agradável! Como uma chuva refrescante, mas que não nos molhava. Enquanto observávamos isso, estávamos em silêncio e continuávamos vendo aquele círculo de luz que soltava luzes coloridas exatamente no centro, onde o sol está ao meio-dia.
De repente, um relâmpago, assim como das outras vezes; logo, um segundo. Baixei meus olhos e vi Nossa Senhora. Desta vez, a nuvem estava sobre as flores que havíamos trazido, e sobre a nuvem os pés de Nossa Senhora. Linda! Ela estendeu Suas mãos e raios de luz atingiram a todos nós.
Eu, ao ver Nossa Senhora lá com os braços estendidos, disse às pessoas: Vejam! Lá está ELA!
Ninguém respondeu nada. Então disse à Nossa Senhora para que fizesse com que A visse, que todos os presentes queriam vê-La. Ela disse:
- Não. Nem todos podem me ver.
Novamente eu disse às pessoas:
Nossa Senhora está na pilha de rochas sobre as flores.
Eu pude ouvir algumas das pessoas chorando. Pude ouvir soluços. Uma senhora cujo nome é Mildred me disse: Posso ver apenas uma sombra, como uma estátua, sobre as flores. Novamente insisti com a Senhora para que todos a vissem e Ela novamente me disse que não.
Então novamente disse às pessoas:
Olhem para as flores sobre as rochas.
Ninguém me respondeu.
Então eu disse para a Senhora:
- Senhora, permita que eles A vejam para que acreditem! Porque muitos não acreditam. Ele me dizem que é o demônio que aparece para mim. E que a Virgem está morta e voltou ao pó como qualquer mortal. Permita que eles A vejam, Nossa Senhora!
Ela não respondeu nada. Ela levantou as mãos ao peito em uma posição semelhante à da imagem de Nossa Senhora das Dores a imagem que é carregada em procissão durante a Semana Santa. E assim como aquela imagem, Seu rosto se tornou pálido, Seu manto mudou para uma cor cinza, Seu rosto se tornou triste e Ela chorou. Eu chorei também. Eu tremia de vê-La daquele jeito.
Eu Lhe disse:
- Senhora, perdoe-me pelo que eu Lhe disse! Sou culpado! A Senhora está brava comigo. Perdoe-me! Perdoe-me!
Ela então me respondeu dizendo:
- Não estou brava nem ficarei brava.
Eu perguntei:
- E por que chora? Eu a vejo chorando.
Ela me disse:
- Entristece-Me ver a dureza do coração dessas pessoas. Mas você terá que rezar para elas para que elas mudem.
Eu não podia falar. Continuei a chorar. Senti que meu coração estava sendo esmagado. Eu estava muito triste como se fosse morrer da dor ali mesmo. Meu único alívio era através do choro. Não continuei a insistir para que Ela permitisse ser vista. Senti que era culpado por Lhe ter dito isso. Não suportava vê-La chorar. Enquanto eu continuava a chorar, Ela me deu a mensagem:
- Rezem o Rosário, meditem os mistérios.
Ouçam a Palavra de Deus que está neles.
Amem-se. Amem uns aos outros.
Perdoem uns aos outros.
Façam a paz. Não peçam por paz sem fazer a paz; porque, se vocês não a fazem, não é bom pedir por ela.
Cumpram suas obrigações.
Ponham em prática a Palavra de Deus.
Procurem maneiras de agradar a Deus.
Sirvam o seu próximo, pois dessa forma vocês O agradarão.
Quando Ela terminou de dar a mensagem, eu me lembrei dos pedidos do povo de Cuapa.
Eu Lhe disse:
- Senhora, tenho muitos pedidos, mas me esqueci deles. Há muitos. A Senhora sabe todos eles.
Ela então me disse:
- Eles Me pedem coisas que não são importantes. Peçam por fé para que tenham a força para que cada um possa carregar sua própria cruz. Os sofrimentos deste mundo não podem ser suprimidos. Os sofrimentos são a cruz que vocês devem carregar. A vida é assim. Há problemas com o marido, com a esposa, com os filhos, com os irmãos. Falem, conversem para que esses problemas sejam resolvidos em paz. Não se voltem à violência. Jamais voltem à violência. Rezem pela fé para que tenham paciência.
Dessa maneira, Ela me deu a entender que se com fé podemos pedir para sermos libertos de um sofrimento, seremos libertos se aquele sofrimento não for a cruz que temos que carregar; mas quando o sofrimento é a cruz da pessoa, então ele será mantido como um peso para a glória. Por isso Ela nos disse para pedir por fé para receber fortaleza e paciência.
Depois Ela me disse:
- Você não mais me verá neste lugar.
Pensei que nunca mais a veria novamente, definitivamente, e comecei a gritar:
Não nos deixe, minha Mãe!
Não nos deixe, minha Mãe!
Não nos deixe, minha Mãe!
Eu falava por aqueles que não estavam falando, então Ela me disse:
- Não fique aflito. Estou com todos vocês embora não possam me ver. Sou a Mãe de todos vocês, pecadores. Amem-se. Perdoem-se. Façam a paz, porque se não a fizerem não haverá paz. Não se voltem à violência. Jamais se voltem à violência.
A Nicarágua tem sofrido muito desde o terremoto e continuará a sofrer se todos vocês não mudarem. Se vocês não mudarem, apressarão o início da Terceira Guerra Mundial.
Reze, reze, meu filho, pelo mundo todo. Uma mãe nunca se esquece de seus filhos. E Eu não me esqueci do que vocês sofreram.
Sou a Mãe de todos vocês, pecadores.
Carta do Revmo. Bispo de Juigalpa, Monsenhor Pablo Antonio Vega, sobre as aparições de Cuapa, Nicarágua:
Cuapa é um pequeno vale, pertencente à municipalidade de Juigalpa, em Chontales. Seus habitantes são os menores proprietários de gado. É um lugar tranqüilo com pequenos montes, típicos da região de Chontales.
Já faz três anos que um dos camponeses da região chegou comunicando uma mensagem que ele disse ter recebido de Maria em uma série de sonhos e aparições.
Discernir a verdade destes fatos depende mais dos sinais extraordinários de Deus que a simples análise dos eventos.
Mas andaram circulando versões que não representam os eventos e que distorcem o conteúdo da mensagem. Por esse motivo, por causa do dever e obrigação de proteger a integridade da piedade dos fiéis e a verdade dos eventos, em minha posição como Bispo da região, achei-me na obrigação de assegurar a autenticidade dos eventos para ser capaz de assistir no discernimento do real valor atribuído à mensagem.
Com este propósito em vista, busquei a colaboração de algumas pessoas para colher com o maior detalhe possível e do testemunho pessoal daquele que teve as visões, um relato dos eventos, sem omitir o testemunho adjunto que poderia confirmar os eventos declarados verbalmente.
Em primeiro lugar, é nossa intenção esclarecer o conteúdo da mensagem para sermos capazes de estabelecer sua concordância com a mensagem evangélica, que como Igreja somos obrigados a aclamar publicamente e desenvolvê-la com toda sua força e plenitude.
O "relatório" que apresentamos mantém o conteúdo preciso e a linguagem usada pelo indivíduo que recebeu as visões.
De nossa parte, ficamos surpresos com a ênfase dada às responsabilidades que cabem ao homem na tarefa de "fazer a paz" e de "construir o mundo"; uma ênfase religiosa que não é típica da religião popular, que costuma deixar tudo para Deus.
Esperamos que o relatório que apresentamos sirva como convite à reflexão sobre as obrigações sociais que freqüentemente são totalmente esquecidas por muitos de nossos cristãos.
Juigalpa, 13 de novembro de 1982
Mons. Pablo Antonio Vega M.
Bispo de Juigalpa
Fonte: http://www.derradeirasgracas.com (visita recomendada)
www.rainhamaria.com.br