Coréia do Norte, país da fome e do terror


09.10.2006 - A Coréia do Norte, que nesta segunda-feira anunciou ter realizado um teste nuclear, é um regime comunista fechado cuja ideologia oficial, que prega a auto-suficiência, assola parte da população com a fome, o terror e o subdesenvolvimento.


Mais de um terço das crianças da Coréia do Norte sofre de grave desnutrição, advertiu em setembro o Programa Alimentar Mundial (PAM), que no fim de 2005 interrompeu suas operações de urgência no país por pedido de Pyongyang.

"É possível que a fome volte neste inverno se a ajuda internacional não for mantida", advertiu Peter Beck, diretor para o nordeste da Ásia da organização não-governamental International Crisis Group.

Desde 1995, o país é cenário de períodos de fome que provavelmente causaram a morte de centenas de milhares de pessoas e obrigaram os sobreviventes a se alimentar com folhas e com o córtex de árvores.

Fora da capital Pyongyang, onde vive confortavelmente a elite do regime, o país "sofre sempre de carências alimentares crônicas e de desnutrição", segundo o Departamento de Estado americano.

A fome se explica pelas numerosas catástrofes climáticas que afetam o país, como inundações ou secas. Mas também, segundo os analistas, a uma agricultura coletivista e uma rede ruim de distribuição alimentar.

O balanço no que se refere aos direitos humanos é ainda mais terrível, segundo os Estados Unidos.

"O regime segue cometendo numerosas e graves violações" dos direitos humanos, considerou o Departamento de Estado em seu relatório anual.

Entre essas violações, os Estados Unidos denunciam as execuções extrajudiciais, desaparecimentos e prisões arbitrárias, tortura, abortos e infanticídios forçados na prisão, a ausência de liberdade de expressão e de religião e as tentativas do governo de controlar a informação.

Símbolo da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, a península coreana foi dividida em dois pelo paralelo 38.

A Coréia do Sul e a Coréia do Norte proclamaram sua independência em 1948, antes de se enfrentarem militarmente entre 1950 e 1953, deixando cerca de 3 milhões de mortos em ambos os lados.

A Corea do Norte foi dirigida com mão-de-ferro por seu fundador Kim Il-Sung até 1994, antes que seu filho Kim Jong-Il o sucedesse.

O país dedicou a Kim Il-Sung um culto à personalidade próximo da idolatria. No fim dos anos 1980, cerca de 34.000 monumentos foram erguidos em sua homenagem.

Depois de sua morte em 1994, continua sendo oficialmente "presidente eterno".

Depois de três anos de luto nacional, seu filho Kim Jong Il tomou o controle do partido comunista no poder, enfrentando graves dificuldades econômicas.

O orçamento do país, com 4º exército do mundo, continuou caindo em 1997, pelo oitavo ano consecutivo depois da queda dos regimes comunistas do leste europeu.

Kim Jong-il aceptó entonces abrir un poco el país, en particular hacia Corea del Sur, con una reunión histórica entre los dos países enemigos en 2000.

Em 2002, o regime comunista introduziu uma leve dose de economia de mercado, autorizando certa flexibilidade nos preços.

Em outubro de 2005, a Coréia do Norte retrocedeu e proibiu as vendas privadas das colheitas e anunciou o retorno ao racionamento da alimentação.


Fonte: Terra notícias


 


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