O indiferentismo perante Cristo é impossível


11.01.2011 - Frei Boaventura Kloppenburg, OFM

O cristão não deve cultuar a Deus atendendo apenas às exigências da razão, mas ele deve, sobretudo, seguir à revelada vontade de Deus. O cristão sabe que Deus, em sua infinita bondade e misericórdia para com os homens, se dignou dar-nos, Ele mesmo, ensinos explícitos sobre sua natureza e o modo como deve ser cultuado. O Deus dos cristãos não é apenas o Deus da razão e dos filósofos: Ele é, em primeiríssimo lugar, o próprio Deus da Revelação. O Deus dos cristãos não é apenas o Grande Arquiteto do Universo, mas é o Deus Uno e Trino tal como Se revelou por Nosso Senhor Jesus Cristo. O cristão não pode, de maneira alguma, contentar-se com render culto a um vago e indeterminado Ser Supremo, mas ele adora e dá glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. O Deus dos cristãos não é um deus como o da fábula das rãs, que deixe fazer tudo quanto der na gana. Semelhante deus não existe; não seria Deus. O Deus verdadeiro é certamente mais exigente que o tal “Deus feito tolerância”. A Maçonaria prega a honestidade; mas esta honestidade obriga em primeiro lugar a dar a cada um o que lhe pertence, a começar por Deus. Serão ainda homens de honra e honestidade, aqueles que (como os católicos), sabendo que o Filho de Deus se fez Homem, ensinou uma doutrina e fundou uma Igreja, confundem essa doutrina com qualquer outra, não se importam com essa Igreja e, à religião única, que Cristo ensinou, preferem a religião vaga e indeterminada dos maçons?

Ora, os rituais da Maçonaria, ainda quando se dignam de falar de Deus ou do Ser Supremo, mesmo os do Rito Escocês, ignoram propositadamente a Santíssima e Augusta Trindade; não mencionam, uma vez sequer, o santíssimo nome de Jesus, jamais se dirigem a Deus mediante Cristo. Um verdadeiro cristão não pode aprovar semelhante abstração total do Cristianismo e muito menos pode conviver com ela. (…) E aqui encontramos de fato uma primeira e necessária razão que justifica plenamente a condenação da Maçonaria por parte da Igreja. Note-se, todavia, o seguinte: a Igreja não condenou a Maçonaria porque proclama a existência dum Ser Supremo (pelo contrário, nisso a Maçonaria é louvável), mas porque não quer proclamar nem dar glória ao Deus Uno e Trino tal como Ele mesmo se nos revelou. A Igreja não rejeitou a Maçonaria porque defende os princípios fundamentais do espiritualismo (ainda nisso ela é digna de louvor), mas porque faz questão de ignorar sistematicamente os princípios básicos do cristianismo.

Voltar ao abstrato, vago e indeterminado “Grande Arquiteto do Universo” da Maçonaria, significa de fato retornar às incertezas e ao ceticismo dos filósofos pagãos antes do misericordioso advento do “Verbo que se fez carne e habitou entre nós”. Abstrair dos ensinos e das determinações concretas e positivas de Cristo, como o faz a Maçonaria, não significa apenas assumir uma atitude indiferente e neutra perante Cristo, mas é o mesmo que pôr positivamente em dúvida a autenticidade e realidade de Sua missão divina. E seria o primeiro passo dado para a apostasia. Pois o indiferentismo perante Cristo é impossível: Quem não está comigo, disse Jesus, está contra mim (Mt 12, 30). Mas o verdadeiro maçom, em virtude dos “imutáveis princípios” que deve professar, não pode “estar com Cristo” e seguir todos os seus ensinamentos e obedecer a todos os seus mandamentos. Ou abraçará o Deus Concreto do Cristianismo (e não poderá conformar-se com as positivas abstrações da Maçonaria), ou aceitará o abstrato “Grande Arquiteto do Universo” (e duvidará da veracidade das revelações do Unigênito Filho de Deus). Em outros termos: não é possível ser maçom verdadeiro e regular e ao mesmo tempo cristão autêntico e convicto.

[Retirado do livro A Maçonaria no Brasil, capítulo VI – O Grande Arquiteto do Universo, pp. 150-152; Editora Vozes, Petrópolis, 1956]

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/

---------------------------------------------------------------------------------------------

Leia também...

Carta do Monsenhor Ascânio Brandão: A maçonaria e as conseqüências da participação dos católicos

Parecer da Igreja Católica quanto a um fiel pertencer à Maçonaria – Por Dom Lelis Lara

Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Ser cristão ou ser demolay

Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Uma resposta aos demolays (jovens da maçonaria)

A Arquidiocese de Montes Claros MG e a Maçonaria estabeleceram parceria??

Jornal do SBT: A Influência da Maçonaria nas decisões do Brasil

Internacional: Maçonaria ativamente promovendo o implante de chip em humanos

 


 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne