06.01.2011 - Por Ian Farias
Continuando nossas meditações sobre as cartas paulinas, detenhamo-nos hoje entre os versículos 9 –12, do 4º capítulo da carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
No versículo 9 o apóstolo exorta para a vivência do amor fraterno. A humanidade sente falta deste amor. Falar do amor no mundo de hoje nunca é demais. Falar de amor nos faz olhar a essência de Jesus Cristo e nos faz olhar para aquilo que também deve ser a essência do ser humano. O mundo sente falta de amor! O mundo está sedento de Jesus Cristo! E eis que muitos se põem a perguntar e a clamar: Senhor! Onde estais? Mostra o teu rosto misericordioso!
No entanto, Deus não está longe. Ele se aproxima de nós. Ele faz-se um de nós, para que assim os homens possam adentrar os seus mistérios e mergulhar em suas graças. E tudo isto nos é concedido por meio do amor. O amor que Ele mesmo assume em sua essência e irradia em todos os homens. Se todos os homens são imagem e semelhança de Deus, logo, também eles devem irradiar o amor, e mais que isto: devem se tornar o amor em uma sociedade desesperançada e frívola.
Amar ao próximo é uma das características evangélicas fundamentais de todo cristão. Nosso Senhor jamais ab-rogou da nossa vida o amor ao próximo. E São João explicará a necessidade deste amor ao afirmar: “Aquele que diz estar na luz, mas odeia seu irmão, ainda está nas trevas” (1Jo 2,9). O amor é a característica principal na vida do cristão, e por meio dele todas as outras graças e todos os outros dons nos são concedidos. Para se estar na luz é preciso amar. Por isso, mais adiante, o apóstolo reafirmará: “Nisto se revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo; todo aquele que não pratica a justiça não é de Deus, como também não é de Deus quem não ama seu irmão” (3, 10).
Amar o irmão é, portanto, estar em conformidade com o Evangelho; e não apenas isso: é levar a esperança de Cristo aos sofredores. Toda a vida de Jesus foi um ato sacrifical, e a isto não no-lo moveria se não fosse pelo Amor. Amor este que quebrou as barreiras de espaço e tempo e transgrediu todos os pensamentos ideológicos de que Deus, estando nos céus, descesse como homem para transmitir a salvação à humanidade.
Mas, logo em seguida, São Paulo faz um relacionamento estreito entre trabalho e amor. Isto dá-se, talvez, para sublinhar que o amor autêntico não é aquele que cruza os braços, ou aquele que espera a vinda do Senhor sem nada fazer, mas é aquele que põe-se a caminho para dar, e este dar não deve ser interesseiro. O dar do cristão não deve esperar nada em troca; não deve firmar-se em uma perspectiva de bem estar econômico, senão que tenha como único interesse Jesus Cristo: é pura gratuidade!
Também é possível que Paulo esteja pensando naquela injusta organização do mundo laborial greco-romano, onde o trabalho manual era coisa de escravo. O trabalho, quando digno e feito com amor, dignifica o cristão. E todos eles devem ser exercidos em favor do Reino de Deus. É preciso que saibamos que a nossa cidadania final é a celeste. Não busquemos fazer riquezas neste mundo se a verdadeira riqueza é Jesus Cristo, e a contemplação incessante de sua face.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/
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