03.01.2011 - A correlação positiva entre a religiosidade e satisfação geral com a vida é bem conhecida dos pesquisadores há muito tempo.
Procurando conhecer mais a fundo esse fenômeno, cientistas agora afirmam que há um “ingrediente secreto” na religião que torna as pessoas mais felizes.
“Nosso estudo fornece indícios de que são os aspectos sociais da religião, em vez da teologia ou da espiritualidade, que conduz à satisfação com a vida,” afirma Chaeyoon Lim, sociólogo da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos.
“Em particular, nós descobrimos que as amizades construídas nas congregações religiosas são o ingrediente secreto da religião que faz as pessoas felizes,” propõe o pesquisador.
Felicidade na religião
Segundo o estudo, 33 por cento das pessoas que frequentam templos e igrejas semanalmente e que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua igreja relatam ser “extremamente satisfeitos” com as suas vidas.
“Extremamente satisfeito” é definido como um 10 em uma escala que varia de 1 a 10.
Em comparação, apenas 19 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos semanalmente, mas que não têm amigos íntimos em sua igreja relatam estar extremamente satisfeitos com a vida.
Por outro lado, 23 por cento das pessoas que frequentam serviços religiosos apenas algumas vezes por ano, mas que têm entre 3 e 5 amigos íntimos em sua congregação são extremamente satisfeitos com suas vidas.
Finalmente, 19 por cento das pessoas que nunca frequentam serviços religiosos e, portanto, não têm amigos ligados à igreja, afirmam que estão extremamente satisfeitos com suas vidas.
“Para mim, as evidências confirmam que não é realmente ir à igreja e ouvir sermões ou rezar o que torna as pessoas mais felizes, mas fazer amigos com base na igreja e construir redes sociais íntimas lá”, disse Lopes.
Tradições
Lopes e seu colega Robert Putnam usaram dados de uma pesquisa nacional sobre religião realizada nos Estados Unidos em 2006 e 2007.
Os resultados do estudo são aplicáveis às três principais tradições cristãs – católicos, protestantes das igrejas reformadas e evangélicos.
“Nós também encontramos padrões semelhantes entre os judeus e os mórmons, mesmo com um tamanho de amostra muito menor”, disse Lopes, ressaltando que não havia muçulmanos ou budistas suficientes no conjunto de dados para testar o modelo para esses grupos.
Fonte: Diário da saúde e http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/