12.12.2010 - Este dia a liturgia nos apresenta como Gaudete, ou seja, “Domingo da Alegria”, por isso pode se utilizar o róseo como cor litúrgica. Isto para nos mostrar que o Senhor está perto. Estejamos preparados! Alegrai-vos! Aproxima-se o Senhor, e nós somos chamados a irmos ao seu encontro com o coração purificado, ainda que em nossa fragilidade.
Na primeira leitura do Profeta Isaías está escrito: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar” (Is 35, 4). Sim! Deus se aproxima! Faz-se nosso “com-panheiro”, vem habitar conosco, para que possamos ser redimidos pelo seu sangue, para que possamos participar dos seus salvíficos desígnios, e que assim sejamos membros do seu corpo, tornando-nos partícipes do seu Reino definitivo. Também neste mundo as palavras de ânimo e encorajamento devem invadir nosso ser e instruir-nos a seguirmos os ensinamentos evangélicos, ainda que pareçam difíceis e por vezes exigentes.
O Senhor vem e com Ele vem a salvação. Aliás, Ele próprio é a salvação que nos foi concedida por Deus, que não se limita a olhar nossos pecados, mas com sua misericórdia vai além: Ele olha para o nosso interior e sempre nos dá uma nova chance. Ele nos vê com amor e misericórdia. Deus se aproxima de cada um, bate à porta e espera que possamos abri-la.
Na segunda leitura, São Tiago completa a exortação de Isaías. Toda a leitura é muito bela, e nos coloca em profundo contato com a mensagem redentora de Cristo. Para que vem o Senhor? Quando Ele virá? Assim nos diz o apóstolo:
“Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera. Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas. Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor” (5, 7-10).
Esta meditação permite-nos ver em quanto às leituras se completam. Somos exortados pela Escritura. Se no Velho Testamento exortar-se-á a uma preparação para a primeira vinda do Messias, que foi rejeitado entre os homens; no Novo Testamento somos exortados à iminente vinda definitiva do Senhor, que em seu Reino definitivo julgará a todos igualmente.
Permaneçamos firmes! Mas… como? Como estar firme em uma sociedade que não pensa em Deus e não o põe como seu único centro? Como estar firmes em uma sociedade que prefere se obscurecer com suas ideologias a enxergar os mandamentos divinos que nos trazem a verdadeira luz?
Tais respostas para estes enigmas encontram-se presentes no nosso cotidiano: na oração! Por meio dele podemos vencer todas dificuldades e tentações. Precisamos nos confiar aos brancos do Senhor. Precisamos deixar que Jesus possa dar sentido a nossa vida. Ele [e unicamente Ele!] poderá fazê-lo. É necessário, no entanto, a paciência. Só pode firmar-se aquele que está paciente, pois sabe esperar na oração o advento definitivo do Senhor.
E com esta idéia de espera chegamos ao Evangelho. Jesus fala de João Batista, seu precursor. A mando de João, os seus discípulos vão a Jesus para interrogar-Lhe se era mesmo o Cristo ou viria outro. Após levarem a resposta a João, que já estava preso por Herodes, Jesus começa a dizer:
“O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele” (Mt 11, 7-11).
Ora, como podemos entender a afirmação destacada? João é aquele que está no limiar do Antigo para o Novo Testamento. Ele faz esta “divisão”. Não que ele seja o menor em tamanho, mas ele ainda, de certa forma, está unido ao Antigo Testamento, e o Novo tem início a partir de Jesus Cristo que a tudo renova. João é o maior nascido dentre as mulheres, segundo afirma Jesus. Maior até que Moisés e Elias, que também situam-se no Velho Testamento.
Peçamos que o exemplo de João Batista irradie em nós um espírito de testemunho e amor ao Evangelho.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com
www.rainhamaria.com.br