05.12.2010 - Debora Rodrigues esperou 48 anos – a vida inteira – pela sexta-feira passada, quando “finalmente” se submeteu a uma cirurgia de transgenitalização, conhecida como mudança de sexo. Nascida menino, ela cresceu sem saber qual banheiro frequentar. Debora saiu de Itambé, em Pernambuco, aos 17 anos, e não voltou mais.
A reportagem é de Carolina Benevides e Dandara Tinoco e publicada pelo jornal O Globo, 05-12-2010.
Sem nunca ter sido aceita pela família – “meu pai me mandava dormir fora de casa, com os cachorros” -, se mudou para o Rio. Há cinco anos, uma amiga mostrou um recorte de jornal com a notícia de que no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, era possível fazer a operação.
- Eu tinha esperança e ao mesmo tempo não tinha – conta Debora, que, na véspera da cirurgia, dizia que não se lembrava mais da longa espera: – Toda a humilhação e o sofrimento vão ficar para trás. Nunca mais vou ter dúvidas de em qual banheiro devo ir, vou ter vida nova.
No Brasil, a cada 12 dias, em média, um transexual encontra a mesma sensação de alívio. Desde agosto de 2008, a portaria 1.707, do Ministério da Saúde, autoriza o Sistema Único de Saúde (SUS) a realizar o procedimento.
Além do Pedro Ernesto, três hospitais estão credenciados: Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. O ministério contabiliza que em dois anos foram feitas 60 cirurgias.
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França tornou-se o primeiro país do mundo a retirar o transexualismo da lista das patologias psiquiátricas. O decreto foi publicado no Diário oficial daquele país.
Foi suprimida a expressão “transtornos precoces de identidade de gênero” de um artigo do código da previdência social relativo a “patologias psiquiátricas de longa duração”.
Tal classificação era realizada de acordo com a recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a agência France Presse, a ministra da Saúde, Roselyne Bachelot, já havia anunciado no dia 16 de maio de 2009, antes do dia mundial da luta contra a homofobia, que o transexualismo não seria mais considerado doença psiquiátrica na França.
“A França é o primeiro país no mundo que já não considera o transexualismo como patologia mental”, disse à AFP Joël Bedos, responsável francês no Comitê IDAHO (International Day Against Homophobia and Transphobia)
Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/
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