Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Um cristão que não luta é um mau cristão


23.11.2010 - “A palavra ‘mundo’ às vezes é usada de forma positiva, às vezes é usada de forma negativa. Então, qual é o relacionamento do cristão com o mundo? Para nós entendermos isto, é importante darmos um passo atrás na sinceridade e entendermos uma coisa: mundo, seja ele positivo, seja ele negativo; seja o conceito positivo de mundo criado por Deus, seja o conceito negativo de mundo, aquele que o homem criou e que rejeita Deus, o mundo, antes de estar lá fora, está dentro de nós. Isso quer dizer o seguinte: se nós queremos nos relacionar com o mundo, com as pessoas que estão fora, se nós queremos evangelizar esta sociedade, se nós queremos fazer diferença, se nós queremos ser sal da terra, luz do mundo, nós precisamos entender que existe mundo dentro de nós. (…) Quando nós falamos de cristãos e de mundo, não estamos falando de dois grupos de pessoas, onde a gente põe de um lado os bonzinhos, os cristãos santinhos, e do outro lado os mauzinhos, os malvados, o pessoal das trevas. Nós estamos falando de uma divisão que está dentro de nós. Nós não somos gente. Nós somos um campo de batalha.

“Dentro de mim existe o que há de mais santo porque nós somos batizados. (…) Isso quer dizer que o Santíssimo Deus está em nosso coração; nós somos templo do Espírito Santo. Nós somos lugar da morada do Altíssimo. Dentro de nós existe o mais santo, o mais sublime. Só que dentro de nós também tem muita cafajestagem, muita sem-vergonhice. (…) Se você não é a Virgem Maria e se você não é nosso Senhor Jesus Cristo, então você não é imaculado. Imaculados são eles dois. Nós não somos imaculados. Nós temos o pecado original, portanto, temos miséria dentro de nós. Isto significa que existe batalha dentro de nós.”

“Acontece, no entanto, o seguinte: o Inimigo – estamos falando de Satanás e dos seus anjos, dos demônios – e os inimigos – agora falamos da cultura, das instituições e das pessoas que trabalham contra o Cristianismo – conseguiram, nas ultimas quatro décadas, colocar no coração dos cristãos uma ideia miserável chamada ‘pacifismo’, que é a paz custe o que custar; não seria atitude cristã lutar, fazer guerra, reagir. O cristão teria que ser pacífico. Ou seja, eles conseguiram colocar no nosso coração que nós temos que ser otários; que nós temos que apanhar e ficar quietos. Mas, não, meus queridos! Ser cristão é ser soldado, é ser guerreiro, é lutar. E se você não luta, se você não é guerreiro, se você não é soldado, você não é um bom cristão, você não é nada.”

- Padre Paulo Ricardo
Trecho do podcast Parresía, 17 de novembro de 2010

Disse Jesus que veio ao mundo trazer não a paz, mas a espada (cf. Mt 10, 34). Esta nossa vida que desfrutamos como simples peregrinos deve ser para nós como uma grande batalha. E são as próprias Escrituras que nos exortam a sermos soldados. “Revesti-vos da armadura de Deus” (Ef 6, 11), diz São Paulo aos cristãos em Éfeso. “Não são carnais as armas com que lutamos. São poderosas, em Deus, capazes de arrasar fortificações” (2 Cor 10, 4), alude o mesmo apóstolo aos corintos, deixando clara a existência de uma guerra travada entre o cristão e o mundo. E, aos romanos, Paulo especifica ainda mais onde se dá esta luta: “Assim, pois, de um lado, pelo meu espírito, sou submisso à lei de Deus; de outro lado, por minha carne, sou escravo da lei do pecado” (Rm 7, 26).

A vida do cristão deve ser, então, uma tomada de decisão, um compromisso. A partir do seu Batismo, é preciso que ele ame a Deus com todas as suas forças e acima de todas as coisas. Da mesma forma, é necessário que Ele rejeite, de todo o seu coração, aquilo que contraria a vontade de Deus e os seus mandamentos. Não há verdadeiro amor pelo Bem sem real ódio pelo mal, sem real inconformidade com o pecado. Reafirmar todas estas verdades é dar um golpe fatal na falsa ideia de que os cristãos deveriam ser pacifistas, idealizadores de uma paz absoluta e total. De maneira alguma podemos aceitar tal absurdo, porquanto Cristo, consumido pelo zelo pela casa de Seu Pai, não permitiu que ela fosse transformada em casa de comércio. De modo algum nos calaremos e seremos pacíficos enquanto crianças continuarem sendo deliberadamente mortas no ventre de suas próprias mães, enquanto injustiças forem defendidas por instituições, organizações e pessoas como direitos humanos.

A Igreja colhe os frutos de seu trabalho

Com efeito, o maior país católico do Brasil brinda os bons bispos de nosso país com uma demonstração de solidariedade para com a luta da Igreja contra a implantação da cultura de morte em nossa nação. Conforme reportou Wagner Moura, o Índice de Confiança na Justiça revelou um aumento de confiança da população na Igreja Católica. Segundo a coordenadora da pesquisa, Luciana Gross Cunha, “é evidente que é o ataque ao aborto [durante as eleições] o motivo principal do aumento significativo da confiança na Igreja”. De 7ª instituição mais confiável no segundo trimestre deste ano, a Igreja passou para a segunda posição nos últimos meses, ficando atrás apenas das Forças Armadas.

Resta-nos parabenizar os bispos brasileiros que, de alguma forma, contribuíram para mostrar o Amor de Deus, indignado com a injustiça e com a opressão que representa a prática do aborto. Não, o povo brasileiro não quer uma fé politicamente correta. O que os cristãos desta Terra de Santa Cruz desejam é ver a fortaleza brilhar nos pronunciamentos de seus pastores, é ver resplandecer a aberta denúncia às obras das trevas nas homilias dos sacerdotes do Altíssimo! Enquanto tantos pedem paz sem muitas vezes conhecer o seu verdadeiro significado, os cristãos fazem guerra… ao mal, à injustiça, à morte, à falta de fé.

Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida nos fortaleça no combate. E que nossa nação não pereça perante o flagelo do comunismo e a maldição do aborto.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com

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