Artigo de Evelyn Mayer de Almeida: Um resto perseguido


11.11.2010 - Não somos, absolutamente, de perder o ânimo para a nossa ruína; somos de manter a fé para a nossa salvação." Heb 10, 39.

Sabemos que Deus é Onisciente (tudo sabe), Onipotente (tudo pode) e Onipresente (está em toda a parte). Logo, como naquele filme com o Jim Carrey (O Todo Poderoso), mesmo que Deus dê ao homem um cadinho do Seu poder, jamais seríamos capazes de ser como Ele é. Não há como explicá-lO, porque Ele é infinitamente infinito. Falar sobre Deus é algo inesgotável. É por isso que a Ciência, a Filosofia não conseguem chegar a um consenso sobre Deus. As teorias são muitas, mas as respostas, poucas. Não que não haja resposta sobre Deus. Ele deixou, em Seu Filho, a Sua Igreja, fundamentada em Pedro. Mas o que conhecemos sobre Ele não é tudo, porque não conseguiríamos compreender Deus perfeitamente como Ele é já que somos limitados, e nossos pecados nos limitam ainda mais. Só saberemos quem Ele verdadeiramente é quando O vermos face a face. E eu devo confessar que a mim este dia ainda é de muito temor. Rezo, diariamente, para que eu esteja em plenas condições de vê-lo. Sei que Ele olhará para mim com compaixão, mas e eu? Como estarei? Que rumo tomarei?

 
Citando isto, comento que Deus, por tudo saber, já que está em todo o lugar graças ao Seu soberano poder, Ele já sabe, de antemão, tudo o que ocorre. Ele sabia que Adão e Eva cairiam; que Davi pecaria; que José seria vendido por seus irmãos; que Maria aceitaria de bom grado ser a mãe do Seu Filho; que Judas o trairia; que Pedro se acovardaria, mas que depois seria um valente evangelizador, morrendo de ponta cabeça, crucificado; que Saulo perseguiria seu povo, mas se tornaria Paulo, mensageiro fiel e pilar firme da Sua Igreja; sabia que Lutero romperia com a Verdade; que Stalin massacraria toda uma nação; que o homem lhe daria as costas... Logo, Deus tudo sabe. Mas se sabe de antemão, porque não faz nada?
 
Veja, irmão e irmã, Deus não rompeu com algo que a Ele é sagrado: a nossa liberdade. Tanto que Deus jamais, em qualquer situação, faria algo em nosso lugar. O que Ele faz é quando Lhe damos permissão. Se Deus invadisse nosso direito, desrepeitasse nosso livre arbítrio, Ele seria um Ditador. E de Ditadores estamos fartos... É verdade que Ele move as peças para nos ajudar, mas não "pesca" por nós. Ele foi com Pedro ao mar, mas quem jogou as redes foi Pedro, e não Jesus. A pesca foi milagrosa (cf. Lc 5, 1-11)? Sim. Só que Jesus, porque quis, contou com o ofício de Pedro. Portanto, Deus quer contar conosco, mesmo que de nós, nada precise. Faz isso por amor, porque deseja a nossa participação em Seu Reino.
 
E não é a toa que este livre arbítrio serviu de bandeira para dezenas de atrocidades vistas sobre a Terra. Por conta do mau uso da liberdade metemos os pés pelas mãos, levantamos bandeiras que vão diametralmente contra a nossa própria Natureza, defendendo o indefensável. E o orgulho ajuda-nos a continuar cada vez mais cegos para o buraco que cavamos rumo à nossa desgraça.
 
Porém, Deus sabe que pode contar conosco. É verdade que, mesmo sabendo das nossas falhas, Ele conta com cada um. Sabe que não receberá o sim de todos, mas ainda assim, continua a bater a porta da nossa vida. E conta conosco não por depender de nós, e sim por querer estar conosco. Somos seus filhos amados, criados à sua imagem. Saímos de Seu Coração. E amor maior não houve nesta terra como o Dele, em dar Seu único Filho, sem mancha, para nos livrar da perdição eterna. Que amor constrangedor!
 
Só que nós estamos dando as costas para Deus. E o mundo não pára enquanto fazemos isso. Vemos, dia após dia, quantas religiões não-cristãs crescem no mundo, especialmente quando se tornam a "onda do momento". Depois do livro e filme "Comer, Rezar e Amar", já há milhares de pessoas tornando-se Híndus, por exemplo. E este é só um dos vários exemplos que há. Contudo, quero ressaltar hoje sobre o Islamismo.
 
Sabemos que a morte é um tema que circula no mundo islâmico. É verdade que, assim como nós, eles veem na morte uma libertação. Morrer, para um cristão, é um bem, pois saímos deste corpo e nosso espírito pode, sem reservas, elevar-se a Deus. Contudo, nosso Deus - Abba não nos ensinou a matar. Cristo disse que temos de dar a face para o inimigo quando este lhe bater. Ele mesmo morreu como uma ovelha, sem dar um gemido; e segundo as Escrituras, parecia mais um verme a um ser humano, ou melhor, a um Deus.
 
No Islamismo vemos um grau muito intensificado sobre a morte. Parece-me até um culto a ela. E este culto tem virado motivo para discussões, enredos de filmes, matérias em sites... E também motivo para o medo. Muito medo. E por que? Porque temos visto nos últimos anos uma fúria exacerbada destes irmãos contra o resto do mundo. Do ataque ao 11 de Setembro ao recado ao Vaticano da Al-Queda; milhares de pessoas perderam suas vidas, fosse para servir a Alá, fosse por estar no local errado à hora errada.
 
Avistamos, também, a presença de tantos mártires nestas terras. No atentado da Al Queda aos cristãos, muitos padres e leigos morreram. Creio que Deus já os recebeu, dando-lhes a medalha da honra, do mérito verdadeiro. E para nós deve servir de exemplo, de modelo. Se queremos seguir Jesus, devemos estar prontos para tudo. Até para morrer.
 
É verdade que nem todos os islâmicos têm este perfil. Porém, nos dias de hoje, fica difícil desassociar a imagem de Terrorismo do mesmo. Sempre que lembramos em Terrorismo já criamos a imagem de um Muçulmano. Nem todos assim o são. Muitos (muitos mesmo!) lutam por um mundo de paz, querem o fim das guerras. Contudo, há muito o que discutir sobre esta cultura. As mulheres que ainda hoje são apedrejadas; as crianças que se casam com velhos (como que uma pedofilia atestada); a miséria...
 
E enquanto nós, ocidentais, discutimos "o sexo dos anjos", eles estão ganhando o mundo. Neste vídeo, vemos que o crescimento muçulmano no mundo é atemorizante. Daqui há 20, 30 anos, por exemplo, poderemos ter uma Europa devidamente muçulmanizada. E não é de hoje que eles tentam fazer isso. Na época da Romanização, os muçulmanos tentaram invadir a Península Ibérica. Houve, é verdade, muitos debates entre os Muçulmanos e os Católicos ( Santo Tomás de Aquino foi um ). Porém, se não fossem as Cruzadas a combater o avanço islâmico, hoje o mundo todo seria uma enorme comunidade islâmica.
 
Agora, o que esperar para os próximos anos? Enquanto nós temos 1,6 filhos por família, os muçulmanos têm 8,1! Eles levam a sério o "crescer e multiplicar". E não é algo sem propósito. O fim é que os filhos sejam missionários de Alá, avisando ao mundo todo que devem adorá-lo. E Cristo? Com quem contará? Se queremos tanto criar métodos contraceptivos, se queremos tanto um aborto legal, como é que haverão pessoas suficientes para lutar por Cristo e Seu Evangelho? Se necessitasse hoje de uma Cruzada, haveria soldados para isso?
 
As Escrituras deixam claro: "Deus O exaltou soberanamente e Lhe outorgou o Nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho no Céu, na Terra e nos Infernos, e toda língua confesse, para a Glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor". ( Fil 2, 9-11).  Como isto ocorrerá se continuarmos, por vontade própria, a entrar em extinção?
 
Há uns poucos que ainda lutam para que a passagem de Filipenses se cumpra integralmente. E têm pago caro com a vida. Somos um resto. E um resto perseguido. O recado já chegou ao Vaticano. Não me causaria espanto se resolvessem jogar uma bomba, ou até mesmo um avião lá. Mas me dói ver o quão covarde somos. Devemos retomar o Salmista, que sabia que não há lugar para onde vamos que Deus não esteja (Sal 138). Deus nos sonda. Ele conta conosco. E não haverá jeito: prestaremos contas a Ele, querendo ou não. Nós O veremos face a face, como Ele é. De que modo estaremos? De que lado estaremos?
 
Cumpramos nossa parte, mesmo que sejamos um resto perseguido. Lembremos, conforme Cristo nos deixou claro, e conforme também está escrito no Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 675, que a Glória da Igreja, a Glória dos Filhos de Deus, não é deste mundo, não é histórica: é eterna! Lutemos com temor e tremor por ela.
 
Senhor, tende piedade de nós.
 
Fonte: http://www.regina-apostolorum.com

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