Artigo de Everth Queiroz Oliveira: O oportunismo de vésperas destruído pelos fatos


Adicionado ao  www.rainhamaria.com.br  em 19.10.2010

17.10.2010 - Abstenho-me de falar muito sobre a mais nova investida da campanha de Dilma para ganhar voto de cristãos. Segundo informou a Folha de São Paulo, a candidata do PT à Presidência assinou uma carta onde manifestaria compromisso com a defesa da família e da vida.

É exemplar a atitude de Dilma Rousseff. A candidata é modelo para todos os políticos que não medem esforços para vencer disputas eleitorais a qualquer custo. Dilma está mudando todo o seu discurso acerca do aborto porque o assunto se tornou polêmica justamente em vésperas de eleições. Ao assinar essa carta onde ela afirma inclusive que não tomará “a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto”, Dilma está indo contra toda a história do seu partido, contra toda a história do governo Lula, contra todo o compromisso que o Partido dos Trabalhadores já assumiu, há muito tempo, com o movimento feminista abortista em defesa dos “direitos reprodutivos da mulher”. E é só o frágil barco dos interesses petistas de poder começar a balançar que a mulher já muda o seu discurso, assim, de modo tão… repentino.

Vamos, então, às provas do comprometimento do PT, do governo Lula com a luta pela defesa da descriminalização do aborto no Brasil.

- Em dezembro de 2004, o Presidente da República, sr. Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu como compromisso de governo o Plano Nacional de Política para as Mulheres, que tinha como meta “revisar a legislação punitiva que trata da interrupção voluntária da gravidez”.

- Em abril de 2005, o presidente Lula, em documento oficial entregue ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, comprometeu-se a descriminalizar o aborto no Brasil: “Outro assunto que deve ser considerado é a questão dos direitos reprodutivos. O atual governo brasileiro assumiu o compromisso de revisar a legislação repressiva do aborto para que se respeite plenamente o princípio da livre eleição no exercício da sexualidade de cada um.”

- Em agosto de 2005, o governo Lula reconheceu, junto ao Comitê do CEDAW, da ONU, o aborto como um direito humano. O documento entregue à Convenção tinha projeto semelhante ao apresentado pelo Plano Nacional de Política para as Mulheres, i. é, revisar a legislação punitiva que trata do aborto provocado.

- Em setembro de 2005, o governo Lula entregou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que revogaria todos os artigos do Código Penal que definem como crime qualquer tipo de aborto, redefinindo a prática como um direito e tornando-a legal durante toda a gravidez. O falecido padre Léo, da Comunidade Canção Nova, comentou, durante palestra, a atuação do presidente Lula na tentativa de legalizar o aborto no Brasil.

Veja o video: Legalizaçäo do aborto: Padre Léo já denunciava o governo Lula na TV Cançäo Nova

-Em agosto de 2005, um mês antes de enviar à Câmara o projeto que descriminalizaria o aborto no Brasil, Lula enviou uma carta aos bispos do Brasil, na qual dizia: “Reafirmo nosso compromisso com a afirmação da dignidade humana em todos os momentos e circunstâncias e com a rigorosa proteção do direito dos indefesos. Nesse sentido quero, pela minha identificação com os valores éticos do Evangelho, e pela fé que recebi de minha mãe, reafirmar minha posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance. Nosso governo não tomará nenhuma iniciativa que contradiga os princípios cristãos”.

-Em setembro de 2007, no 3° Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, o partido assumiu como compromisso a defesa da autodeterminação das mulheres e da descriminalização do aborto.

Para mais informações acerca da tentativa de implantação da cultura de morte em nosso país, recomendo a leitura do documento Contextualização da defesa da vida no Brasil, promovido pelos membros da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB.

A mudança brusca de opinião de Dilma acerca do tema do aborto mostra uma verdadeira falta de compromisso com a verdade e com a história do seu partido e do governo Lula, que lutou, de várias formas, para legalizar totalmente a prática do aborto em hospitais públicos em nosso país. Até quando Dilma e o PT vão insistir em afirmar que o simples mostrar os fatos é uma “campanha caluniosa” contra sua candidatura?

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


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