24.09.2010 - Alguns meses depois de ter distribuído a seus alunos o tema do exame de pontuação onde entrava o nome “Muhammad”, Thenganakunnle Joseph, professor em um colégio católico de Kerala, Estado no sul da Índia, foi violentamente agredido. Sua mão direita foi mutilada, e seus braços e pernas, fraturados.
Que melhor exercício do que um diálogo para verificar os conhecimentos dos alunos em matéria de pontuação em malayalam, a língua oficial de Kerala? No caso, o professor Joseph se inspirou em um diálogo entre um louco e Deus, extraído de um filme local. Mas foi o louco que ele optou por chamar de “Muhammad”, nome do profeta do Islã, mas também de milhares de habitantes em um Estado onde um quarto da população é muçulmana.
Algumas semanas mais tarde, em 4 de julho, ele foi atacado por homens a golpes de machado e barras de ferro na saída da missa. A polícia suspeita que a Frente Popular Indiana, um pequeno grupo islamita local, tenha organizado esse ataque, e deteve 27 de seus membros.
Em vez de vir em socorro de seu professor, o colégio Newman, colocado sob proteção policial após manifestações de muçulmanos, preferiu demiti-lo, acusando-o de ter desonrado o sentimento religioso da comunidade muçulmana. “Ele deliberadamente ridicularizou o profeta”, explica Thomas Malekkudy, diretor da diocese de Kothamangalam, sob cuja autoridade o colégio Newman se encontra. A diocese chegou a distribuir durante a missa, em mais de 120 paróquias, uma circular explicando que o professor Joseph havia tentado desacreditar a Igreja e suas instituições.
Thenganakunnel Joseph agora se encontra inválido, sem emprego, com uma família para sustentar. “Já me desculpei e não queria ofender ninguém utilizando o nome ‘Muhammad’”, garante o professor. A Liga Muçulmana indiana e organizações católicas pediram, em vão, pela reintegração do professor.
Um modelo de coexistência
“Esse incidente é sintomático da crescente influência do fundamentalismo religioso que leva à violência no país em geral, e mais recentemente violências em Kerala”, observa o historiador KN Panikkar em um artigo publicado pelo jornal “The Hindu”.
No início de setembro, fachadas de igrejas foram vandalizadas. Kerala, que já foi reconhecida como um modelo de coexistência pacífica entre hindus, cristãos e muçulmanos, vem se afundando em tensões interreligiosas. Em 2004 e 2005, vilarejos costeiros foram palco de violentos conflitos entre muçulmanos e católicos. Desde então, o poderoso conselho inter-igrejas de Kerala recomendou às famílias cristãs que só enviassem seus filhos a escolas de sua religião para preservar “os valores cristãos atacados”.
No cenário político de Kerala, dominado pelo Partido do Congresso e pelo Partido Comunista, formações políticas como os nacionalistas hindus do Bharatiya Janata Party procuram atrair eleitores na base de sua religião. “A algumas semanas das eleições locais que acontecerão em outubro, o BJP se aproveitará desse incidente para ampliar sua influência e reunir os votos dos cristãos e dos hindus brandindo a ameaça islâmica”, acredita KPM Basheer, correspondente do jornal “The Hindu” na região.
Fonte: UOL noticias
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Lembrando...
Índia: Cristãos acusam hindus de os obrigarem a mudar de religião
17.10.2008 - Dezenas de cristãos acusam grupos hindus de os obrigarem a mudar de religião após os confrontos entre adeptos do hinduísmo e do cristianismo na região indiana de Orissa, na qual pelo menos 36 pessoas morreram, informou hoje uma fonte oficial.
"Recebemos cerca de 50 denúncias nas quais cidadãos alegam que os hindus os obrigaram a se converterem ao hinduísmo caso queiram salvar suas vidas e suas propriedades", declarou um funcionário da administração do distrito de Kandhamal, citado pela agência "Ians".
No entanto, a fonte acrescentou que mais de 30 pessoas declararam por escrito que a mudança de religião foi por vontade própria e "sem terem sido forçados".
Além disso, acrescentou que todas as queixas recebidas serão investigadas e que as autoridades tomarão ações em conformidade com a lei.
Enquanto isto, o presidente do Conselho Global de Cristãos Indianos, Sajan K. George, diz que o número de pessoas que foram forçadas a se converterem ao hinduísmo poderia superar 600.
"Rasparam minha cabeça e me obrigaram a beber excrementos de vaca", revelou um cristão refugiado em um acampamento de Kandhamal, região mais atingida pelos distúrbios.
A violência entre as duas comunidades religiosas em Orissa explodiu no dia 23 de agosto após a morte do líder hindu Laxmanananda Saraswati, ação que os radicais hindus atribuíram às minorias cristãs da região, algo que elas negaram.
Desde então a violência, que se espalhou para outros pontos da região, causou a morte de 36 pessoas e pelo menos 2.400 casas e 120 centros religiosos foram total ou parcialmente destruídos.
Além disso, a Polícia confirmou que, dois dias após o início dos confrontos, uma freira foi estuprada por um grupo de pessoas, que, além disso, agrediu e atirou querosene um padre que tentou protegê-la.
Segundo o último censo oficial - de 2001 - 80,5% da população da Índia, país com mais de 1,1 bilhão de habitantes, é hindu, enquanto 13,4% professa o Islã e apenas 2,3% professa a fé cristã.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Livros sobre a História de Jesus são queimados por ativistas hindus
27.06.2007 - ÍNDIA - Ativistas hindus queimaram 500 cópias de um livro chamado "História da Vida de Jesus", confiscados de uma escola primária para meninas em Siddapur, Estado de Karnataka, na segunda-feira passada, dia 18 de junho.
A multidão dirigida pelos hindus do Jagarana Vedike (Fórum Hindu pelo Reavivamento) e pelo partido Bharatiya Janata (BJP) alegou que os livros estavam sendo usados para a conversão das crianças ao cristianismo.
Diversos protestos ocorreram em Siddapur e Sirsi, depois que os ativistas souberam dos livros e os encontraram na escola, embalados em caixas de papelão.
Cerca de cinco caixas com os livros sobre Cristo, de um total de dez, já tinham sido distribuídas aos alunos, informou um porta-voz da secretaria de educação local.
O presidente do BJP na cidade, K.J Naik, denunciou o envolvimento da presidente do Congresso, Sonia Gandhi, no caso. Segundo ele, Sonia é que vem encorajando ações do gênero.
O BJP é uma organização política e religiosa conservadora.
Os defensores do BJP disseram que estão mantendo contato com todos os hindus que vivem no exterior para ajudá-los na organização de meios para proteger a identidade hindu, conhecida como Hindutva (nacionalismo hindu).
Fonte: PortasAbertas.org.br
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas as nações". (Mt 24,9)
"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?" (Rm 8,35)
"Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição". (2Tm 3,12)