Fonte: Ignem in Terram
Há tantas coisas a dizer sobre esta visita papal extraordinariamente bem sucedida que não consigo colocar tudo em uma única postagem de blog. Mas se tivesse que produzir uma reação imediata seria alegria por o Papa Bento XVI não ser mais um estranho para o povo britânico. Agora eles o conhecem; a curiosidade deles foi despertada por sua mensagem poderosa e os corações deles aquecidos pelo seu jeito perfeito de agir e seu delicado sorriso de avô. David Cameron deixou isso claro em seu discurso no aeroporto: nós te ouvimos, ele disse ao pontífice, acrescentando que “desafiastes o país inteiro a sentar e pensar”.
Notavelmente, o sucesso da visita de Bento XVI teve um efeito mesmo entre as fileiras de seus oponentes ideológicos. Muitos liberais estão se afastando silenciosamente dos “Romofóbicos” (e não estaria surpreso se Stephen Fry discretamente se arrependesse de ter se metido nisso). A verdade é que depois de meses de uma retórica crescente e barulhenta de Dawkins, Hitchens e Hari, o movimento antipapa não produziu nada além de um punhado de lama.
Considere o fiasco do “Protesto contra o Papa” ontem. Em uma tarde ensolarada, numa cidade de 10 milhões de pessoas, uma turba de menos de 10.000 pessoas seguia o trio-elétrico anticatólico. Richard Dawkins, Johann Hari, Stephen Fry e outros do tipo podem considerar isso um bom resultado, mas se (no máximo) um londrino em mil vai às ruas para registrar sua desaprovação sobre o uso de seus impostos para receber o Papa, então eu diria que os secularistas interpretaram mal a opinião do público, você não acha? E veja que exígua fatia demográfica da população eles representam: principalmente brancos, de classe média, metropolitanos. (Não é necessário dizer que não foi possível incomodá-los a ponto de fazerem a jornada até Birminghan: o Papa pode ser o anticristo dos ateístas, mas você não pode deixar seus princípios atrapalharem um bom café capuccino numa manhã preguiçosa de domingo.)
Compare aqueles que protestaram com os Católicos em Hyde Park: velhas senhoras polacas, cavalheiros dos condados em seus casacos de lã, africanos que trabalham como serventes em hospitais, adolescentes bem comportados, filipinos assistentes de balcões e, como disse um de meus amigos, “algumas mulheres turistas de aparência provocante que obviamente já deviam ter tomado um ou dois copos”. Não a chamam de Igreja Católica à toa: se não se trata de um apanhado geral de toda a humanidade, ainda assim é bem mais próxima a isto do que qualquer convenção dita humanista.
Acabei de assistir ao Papa Bento XVI deixando a Universidade de Oscott e sendo fotografado com os policiais que fizeram sua escolta. Nenhum deles fez qualquer tentativa de prendê-lo. Mas que papelão fizeram Dawkins, Hitchens e Robertson com aquele plano, baseado em um reporte falso e propositalmente mal entendido a respeito do suposto envolvimento do Papa em casos de abuso infantil. O povo britânico certamente não está disposto a retirar a responsabilidade da Igreja naquele caso, e nem deveria estar; mas agora entendem que Bento XVI repudia profundamente aqueles crimes horrendos, e de agora em diante estarão menos receptivos à mentira sobre o Papa dar cobertura àqueles crimes.
Em relação à calúnia ridícula relacionada ao nazismo, hoje eles ouviram um Papa alemão parabenizá-los por lutarem contra a ideologia maligna de Hitler. O que mais ele tem de dizer? Nada, suspeito: a visita papal acabou com o mito do “Papa nazista” fora de um restrito círculo de caluniadores profissionais do Papa que, de agora em diante, podem se perceber marginalizados mesmo em círculos seculares liberais.