07.09.2010 - Destaco trecho da mensagem que o papa Bento XVI preparou por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, a realizar-se no próximo ano, em Madri, na Espanha.
“Não, o homem, na verdade, está criado para o que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: nosso coração está inquieto, até que não descanse em Ti. O desejo da vida maior é um sinal de que Ele nos criou, de que levamos sua ‘marca’. Deus é vida, e cada criatura tem a vida; de um modo único e especial, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira ao amor, à alegria e à paz. Então, compreendemos que é um contrassenso pretender eliminar a Deus para que o homem viva. Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, privar-se da plenitude e da alegria: ‘sem o Criador, a criatura se dilui’ (Gaudium et Spes, 36). A cultura atual, em algumas partes do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir a Deus, ou a considerar a fé como um ato privado, sem nenhuma relevância na vida social. Embora o conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provenha do Evangelho – como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família -, constata-se uma espécie de eclipse de Deus, uma certa amnésia, mais ainda, uma verdadeira rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder aquilo que mais profundamente nos caracteriza.”
- Papa Bento XVI, Mensagem para a JMJ 2011
6 de agosto de 2010
É comum ouvir o homem moderno utilizar o carpe diem. Pressupõe “entregar-se ao mundo” sem preocupar-se com o amanhã. É a amostra de que o homem não se preocupa mais com as conseqüências de seus atos. Toda essa filosofia de vida pode ser entendida como uma busca pela felicidade. Acontece que o caminho não é esse e, no decorrer da história, o homem sempre se recusou a dar ouvidos à voz de Cristo e aos conselhos da Igreja.
Os nossos jovens querem liberdade. A nossa sociedade quer liberdade. Mas poucos têm se preocupado em investigar o real significado dessa palavra. Afinal, liberdade é o quê? É se entregar aos prazeres dessa vida e viver sem regras e normas de conduta? É se esquecer de todas as preocupações da vida e entregar-se às paixões, aos vícios e às depravações da carne? Não, nada disso é liberdade. Tudo isso é sinônimo de escravidão. Os brados ensandecidos de adolescentes revolucionários pedindo algo que nem sabem de fato o que é são atitudes que nos conduzem a uma reflexão acerca da sempre nova mensagem de Jesus. Ele ensina que, para que sejamos verdadeiramente livres, precisamos primeiramente conhecer a Verdade (cf. Jo 8, 32).
Mas, que é a Verdade? É o que perguntou Pilatos e é o que pergunta o homem de hoje, escravo. Escravo sim, pois, a partir do momento em que se perde a referência da Verdade, perde-se também a noção da liberdade. E nós bem sabemos o abismo de relativismo no qual está afundado o ser humano nesse início de milênio. Os valores passaram a ser relativos e a expressão da individualidade está acima de qualquer realidade natural ou moral. O homem se faz a medida de todas as coisas. Perdendo a noção da verdade e deixando de buscá-la, se afunda cada vez mais na escravidão do pecado. Assim, vamos vendo professores incentivando a prática da masturbação como “saudável” e jovens obstinados nos vícios mais degradantes. Vemos famílias sendo destruídas por um mal-interpretado desejo de liberdade seja por parte do marido, que acha que a vida matrimonial é como a vida de solteiro, seja por parte da mulher, que adere ao feminismo radical e passa a se esquecer das suas responsabilidades como mãe e esposa.
“O conjunto dos valores, que são o fundamento da sociedade, provém do Evangelho”. O que acontece com uma sociedade que exclui a Deus e permanece indiferente diante de crimes e atrocidades terríveis como o aborto, ou diante de injustiças e situações em que os pobres e humildes são simplesmente massacrados pela impiedade dos soberbos? A base da Civilização Ocidental está alicerçada nos valores cristãos! Assim, quando o Estado se esquece disso e deseja inclusive tirar crucifixos de repartições públicas, quando os meios de comunicação se esquecem disso e começam a estimular as famílias a aderirem ao divórcio… estão, na verdade, destruindo tudo o que até hoje foi construído graças aos esforços do povo cristão.
Destruição. Essa palavra deve resumir o que vive o mundo moderno diante deste processo de secularização que exclui Deus da vida pública e despreza as orientações da Igreja de Cristo. Maria, mãe de misericórdia, interceda pela humanidade pecadora junto de Deus.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!