04.09.2010 - Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), em 2008, foram registrados, no Ceará, 11.007 abortos, em 2009, apesar do número ter diminuído, ainda é significativo,10.304. No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Fundo Nacional de Saúde, uma em cada cinco brasileiras de 40 anos (22%) já fizeram, pelo menos, um aborto. Quando consideradas mulheres de todas as idades, uma em cada sete (15%) já abortaram.
Diante desse cenário, o Movimento Nacional Brasil Sem Aborto lançou, ontem no Ceará, a campanha "A Vida Depende do Seu Voto". O intuito é fazer com que a população conheça os candidatos que são contra a legalização do aborto, além de estimular a discussão sobre o tema que já virou problema de saúde pública.
Para Lenise Garcia, professora do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida - Brasil Sem Aborto, a legalização da prática não é solução para diminuir o grande número de casos de aborto nem a mortalidade materna no Brasil.
Segundo ela, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos países onde a prática é legalizada, ainda há um aumento no número de abortos provocados principalmente por gestantes adolescentes. "Essa situação banaliza a vida. Milhares de indivíduos morrem sem poder se defender, e a sociedade, a cada dia, fica mais doente", frisa.
Ela ressaltou que, apesar de o Brasil ter uma legislação sobre o aborto, há uma conivência das autoridades com as clínicas clandestinas e o uso de medicamento. Para ela, o que falta também são políticas públicas para evitar a prática ilegal. "Muitas vezes, o aborto é colocado como um direito da mulher, mas o que observamos é que as mulheres que abortam são pressionadas e fazer isso porque não têm outra saída", afirma.
Clandestinidade
A professora destacou que o discurso de quem é a favor do aborto, geralmente, gira em torno dos problemas de saúde ou das mortes que ocorrem devido à prática clandestina. Contudo, ela afirmou que a mulher que realiza o aborto legal, além de ficar traumatizada para o resto da vida, apresenta distúrbios psiquiátricos a longo prazo e problemas de saúde, como infertilidade e dificuldade para engravidar novamente.
Lenise acrescentou que querer justificar a política de legalização do aborto baseando-se na quantidade de mulheres que morrem é desculpa, pois, no País, menos de 100 mulheres morrem por ano em decorrência do aborto ilegal. "Querem diminuir a mortalidade materna e esquecem das crianças. Aborto sem morte não existe, teremos sempre o óbito do bebê", refletiu a especialista.
Conforme ela, nem a OMS nem o Ministério da Saúde podem provar a quantidade de abortos clandestinos no Brasil, já que não há como comprovar a entrada das mulheres nas unidades. Contudo, ela disse que, mesmo sem exatidão, a OMS estima que cerca de um milhão de abortos clandestinos aconteçam, por ano, no Brasil.
Diante dessa discussão e devido a uma lei de legalização do aborto que ainda tramita no Congresso Nacional, a campanha nacional "A Vida Depende do Seu Voto" foi lançada. De acordo com Fernando Lobo, representante do Movimento Pela Vida no Ceará, no site www.brasilsemaborto.com.br, a sociedade poderá saber que candidatos são contra ou a favor da legalização da prática.
MAIS INFORMAÇÕES:
SE VOCÊ quer saber se seu candidato ou candidata é ou não a favor do aborto, acesse o site: www.brasilsemfoto.com.br
Fonte: http://www.brasilsemaborto.com.br (visita recomendada)
Enviado por Marcelo Canale - Jundiaí - SP