29.08.2010 - Reportagem da revista ISTOÉ, agosto 2010.
Barcelona quer se livrar da fama de capital europeia da esbórnia e destino preferido no Velho Mundo daqueles que procuram diversão regada a desregramento. A cidade catalã se esforça para coibir o comportamento abusivo de grande parte dos turistas que a invadem durante o verão e praticam seguidos atos de incivilidade – como fazer as necessidades fisiológicas nas vias públicas, andar nus e embriagados pelos pontos turísticos e utilizar serviços de prostituição em plena luz do dia e sem a menor preocupação com a privacidade. Muitos moradores do belíssimo balneário não aguentam mais lidar, ano após ano, com um volume crescente de visitantes que já aterrissam na localidade espanhola com as piores intenções na bagagem, como se ela fosse a Sodoma da Europa. “Abraçamos o turismo e os turistas, mas queremos que essa atividade seja compatível com a vida de quem mora aqui”, explica o prefeito Jordi Hereu. “Somos uma cidade real, com grande densidade populacional.”
Desde que foi sede da Olimpíada, em 1992, Barcelona, que fica na costa leste da Espanha e goza do privilégio de estar localizada à beira do Mar Mediterrâneo, vive o boom no setor turístico e atrai visitantes não só da Europa, mas do mundo inteiro. Só em 2009, 6,5 milhões de pessoas de fora pernoitaram na cidade. E dados consolidados pelo município para o primeiro trimestre de 2010 mostram que houve um aumento de 12% no número de visitantes em relação ao mesmo período de 2009 – um prenúncio do que deve ter sido a temporada de verão em 2010, ainda sem estatísticas oficiais. “Viajar no verão é parte da cultura do europeu, que separa dinheiro o ano todo para aproveitar as férias em balneários como Barcelona”, explica Marcelo Bispo, coordenador de turismo da Universidade Metodista, em São Paulo. “Mas não é porque eles são europeus e têm escolaridade e cultura que necessariamente fazem turismo responsável e respeitam quem vive nos destinos de férias.”
Que o diga a alta no número de pacotes vendidos por agências de turismo que prometem finais de semana de sol e muita bebedeira no balneário. A Barcelona Adventure, da Inglaterra, por exemplo, tem comercializado 60 pacotes semanais para grupos de despedidas de solteiro, que incluem bebida e “entretenimento adulto”. A Me Barcelona, da Espanha, é outra que explora o filão dos que querem aproveitar antes do casamento. Em pacotes para no mínimo oito pessoas, ela fornece ingressos em boates e garrafas de champanhe. De olho no aumento da frequência desse tipo de turista, que passa ao largo da rica arquitetura modernista e gótica da cidade para se enfurnar em bares e beber até cair, a prefeitura criou um conjunto de novas multas a serem aplicadas e apertou a vigilância. “Há excessos sim e a fiscalização é bem-vinda”, disse Luis Garrido Julve, 30 anos, morador do centro de Barcelona desde a infância, à ISTOÉ. Em placas explícitas, espalhadas pela cidade desde o começo de 2010, as mensagens em catalão, castelhano e inglês são cristalinas: fez o que não deve, paga multa. “É bom até para inibir o mau comportamento de moradores da nossa cidade, que muitas vezes também não cuidam dela direito”, reforça Julve.
Mas errar a mão em uma campanha punitiva como essa pode ter consequências devastadoras. Equilibrar a vigilância dos turistas com a atmosfera agradável e permissiva que fez de Barcelona o que ela é hoje é um desafio para as autoridades. “Montar um esquema de comunicação que transmita o que pode e o que não pode de maneira eficiente, mas leve, é fundamental”, diz Bispo, da Universidade Metodista. Senão o que foi construído nos últimos 18 anos pode se perder. “Outras cidades resolveram o problema dos excessos dos turistas tirando os moradores das vizinhanças”, lembra o prefeito Hereu. “Em Barcelona queremos encontrar um equilíbrio.” Se os visitantes seguirem a regra de ouro e tratarem a cidade catalã como se fosse a sua, a solução já está próxima. (fim)
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Arqueologia: Placa de 700 a.C. traz relato de destruição de Sodoma
31.03.2008 - Cientistas britânicos conseguiram decifrar as inscrições cuneiformes de um bloco de argila datado de 700 a.C. e descobriram que se trata do testemunho feito por um astrônomo sumério sobre a passagem de um asteróide - que pode ter causado a destruição das cidades de Sodoma a e Gomorra.
Conhecido como "Planisfério", o bloco foi descoberto por Henry Layard em meados do século 19 e permanecia como um mistério para os acadêmicos.
O objeto traz a reprodução de anotações feitas pelo astrônomo há milhares de anos.
Utilizando técnicas computadorizadas que simulam a trajetória de objetos celestes e reconstroem o céu observado há milhares de anos, os pesquisadores Alan Bond, da empresa Reaction Engines e Mark Hempsell, da Universidade de Bristol, descobriram que os eventos descritos pelo astrônomo são da noite do dia 29 de junho de 3123 a.C. (calendário juliano).
Segundo os pesquisadores, metade do bloco traz informações sobre a posição dos planetas e das nuvens e a outra metade é uma observação sobre a trajetória do asteróide de mais de um quilômetro de diâmetro.
De acordo com Mark Hempsell, pelo tamanho e pela rota do objeto, é possível que este se tratasse de um asteróide que teria se chocado contra os Alpes austríacos, na região de Köfels, onde há indícios de um deslizamento de terra grande.
O asteróide não deixou cratera que pudesse evidenciar uma explosão. Isso se explica, segundo os especialistas, porque o asteróide teria voado próximo ao chão, deixando um rastro de destruição por conta de ondas supersônicas, e se chocado contra a Terra em um impacto cataclísmico.
Segundo os pesquisadores, o rastro do asteróide teria causado uma bola de fogo com temperaturas de até 400ºC e teria devastado uma área de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados.
Hempsell afirma que a escala da devastação se assemelha à descrição da destruição de Sodoma e Gomorra, presente no Velho Testamento, e de outras catástrofes mencionadas em mitos antigos.
O pesquisador sugere ainda que a nuvem de fumaça causada pela explosão do asteróide teria atingido o Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito. Hempsell afirma que mais pessoas teriam morrido por conta da fumaça do que pelo impacto da explosão nos Alpes.
Segundo a Bíblia, Sodoma e Gomorra foram destruídas por Deus como resposta a atos imorais praticados nas cidades. Acredita-se que elas eram localizadas onde hoje fica o Mar Morto.
Fonte: BBC