26.08.2010 - O papa Bento XVI lembrou hoje a figura de Santo Agostinho, cuja memória a Liturgia celebra no próximo dia 28.
“Desejo dizer a todos, também àqueles que estão em um momento difícil em sua caminhada de fé, a quem participa pouco na vida da Igreja ou a quem vive como se Deus não existisse, que não tenham medo da Verdade, não interrompam nunca o caminho rumo a ela, não deixem de procurar a verdade profunda sobre si mesmos e sobre as coisas com o olho interior do coração. Deus não deixará de dar Luz para fazer ver e Calor para fazer sentir no coração que nos ama e que deseja ser amado.”
- Papa Bento XVI, Catequese sobre Santo Agostinho
25 de agosto de 2010
“Santo Agostinho compreendeu, em sua incansável busca, que não é ele que havia encontrado a Verdade, mas a Verdade mesma, que é Deus, perseguiu-o e o encontrou”. A conclusão do Papa faz alusão a uma verdade bíblica: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Ap 3, 20). É preciso que ouçamos a voz de Deus. Por isso, “as criaturas devem ficar em silêncio quando se deve dar lugar ao silêncio em que Deus pode falar”, aponta o Papa. Em meio ao barulho e à correria em que vive o homem moderno, o convite ao silêncio é também um desafio. Silenciar-se significa desprender-se, desapegar-se. Para ligar-se em Deus, é preciso que o homem se desligue do mundo e ouça ao Altíssimo, que é Este homem que está à porta e bate, esperando que a porta lhe seja aberta.
Quando o Senhor mostra que, para que sejamos Sua morada, devemos abrir-Lhe a porta, logo nos remetemos à ideia da liberdade. O Altíssimo deseja derramar sobre todos os homens a Sua misericórdia, a Sua graça, a Sua bondade, os Seus dons. O Onipotente, no entanto, se faz necessitado do ato da liberdade humana, para que possa agir de fato no mundo. Com efeito, santos de uma espiritualidade viva e encantadora, como São Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila e São Pio de Pietrelcina, todos eles só puderam ser modelo para o mundo graças ao sim que deram a Deus. Ele não impõe sua Vontade a ninguém. Não arromba a porta. Está diante dela, batendo. Portanto, se Ele apenas bate à porta, por que temer?
Encoraja-nos o Papa: “Não tenham medo da Verdade.” Tenhamos, antes, medo de perder a maravilhosa oportunidade de abrir a porta do nosso coração aos chamados do Senhor. A rejeição de Deus, por um ato da nossa liberdade, é a rejeição de todo Bem, de toda Verdade, de toda consolação. Enquanto não ouvirmos a voz de Deus, Ele continuará batendo e nos chamando. Deixemos de lado a indiferença e a irreligião. Silenciemo-nos e abramos a porta Àquele que bate. A Virgem Santíssima nos ajude a responder sim à vontade do Senhor.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/ por Everth Queiroz Oliveira