18.09.2006 - O braço iraquiano da al-Qaeda, que patrocina uma aliança de grupos armados "jihadistas", promete continuar a guerra até à "derrota" do Ocidente, em resposta às declarações do Papa Bento XVI sobre o Islão e a "jihad" (guerra em nome de Deus), num comunicado hoje colocado online.

"Nós dizemos aos servidores das Cruzadas: esperem pela derrota (...). Nós dizemos aos infiéis e aos tiranos: esperem até que ela vos atinja. Nós vamos continuar a nossa 'jihad'. Nada nos vai deter até que a bandeira da unicidade se erga por todo o mundo", escreveu o Conselho Consultivo dos Mujahedines.

"Vamos partir a Cruz. O Islão ou a espada", lê-se ainda no comunicado, que cita as palavras do profeta Maomé quando promete aos muçulmanos "conquistar Roma", como os romanos conquistaram Constantinopla.

Outros dois grupos armados no Iraque, "Jaich al-Moujahidine" (Exército dos Mujahedines) e "Asaeb al-Irak al-jihadiya" (Ligas jihadistas do Iraque), já ameaçaram o Vaticano com represálias em dois comunicados colocados ontem online em sites islamistas.

Recorde-se que o Papa explorou as diferenças históricas e filosóficas entre o Islão e o Cristianismo e a relação entre violência e fé num discurso proferido na passada semana (dia 14), em Regensburg, Alemanha. A certa altura, citou um imperador bizantino do século XIV (Manuel II Paleólogo), segundo o qual Maomé trouxe ao mundo coisas "más e desumanas, como o direito a defender pela espada a fé que ele persegue". O Papa sublinhou, por duas vezes, que a expressão era uma citação, mas as reacções não se fizeram esperar, ao ponto de o Sumo Pontífice, ter ontem lamentado a forte reacção ao seu discurso, voltando a frisar que o texto que citou não reflecte a sua opinião pessoal. "Aquelas (palavras) eram uma citação de um texto medieval que não expressam de forma alguma o meu pensamento pessoal", garantiu Bento XVI.

Fonte: PUBLICO.PT  

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"Espada, levanta-te contra o meu pastor, (contra o meu companheiro - oráculo do Senhor dos exércitos). Fere o pastor, que as ovelhas sejam dispersas: Voltarei a minha mão até mesmo contra os pequenos". (Zc 13,7)

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