Adicionado ao www.rainhamaria.com.br em 25.07.2010 -
“Vinde a mim todos vós que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).
É inesquecível a experiência com Jesus Cristo. É um marco na vida do cristão. É o sinal que aponta sempre para o contínuo Pentecostes. A experiência com Cristo é a conversão para virtudes evangélicas. Por esse ato da graça divina e por nossa abertura, acolhemos em nossos corações a verdadeira felicidade.
Para São João Bosco, a conversão autêntica é inseparável da alegria; nem pode ser diferente, pois consiste em receber Cristo e a Boa Nova de que o bom Deus é o nosso Pai e nos ama, e não podemos viver como seus filhos e filhas se não vivermos entre nós como irmãos na radicalidade do amor.
O Papa João Paulo II ensina: “A conversão, porém, não seria autêntica, se não levasse também à reconciliação com os irmãos, que são filhos do mesmo Pai”. (1).
A nossa experiência com Cristo será sempre uma busca ardente pelo seu amor e ensinamentos. Em Cristo, desejamos uma vida abissal. Uma prática profunda do seu Evangelho é a nossa meta.
Quem reteve de Cristo uma experiência profunda, pode dizer com autoridade tais palavras: “Nós, pela fé em Cristo, estamos prontos a padecer tudo: sermos acorrentados, sermos levados para o cárcere, todos os incômodos da vida e até a própria morte”, São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja (2).
A vida com sentido
“Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).
A vida só tem sentido na graça e no amor de Jesus Cristo. Viver a vida de fato e de verdade é viver na fé e na esperança do Filho de Deus. Nada, absolutamente nada, satisfaz a alma, a não ser a experiência da alegria da salvação pela justificação do sangue do Cordeiro de Deus.
Com Cristo, a alma ganha o gozo da vida eterna. Sem Cristo, a vida não tem sentido e a alma perde tudo. Ninguém é feliz sem Jesus. Tudo sem Cristo é nada. Uma vida sem uma verdadeira experiência com Jesus, é um mero teatro, uma fantasia de carnaval e um filme de perdição.
Sem rumo, sem objetivos e sem paz, é a vida sem o projeto do Reino de Deus. Este dá sentido pleno e eficaz ao ser humano. Por isso, a experiência com Cristo leva o cristão pela via sobrenatural. E esta via está acima de tudo. Por ela já gozamos as beatitudes celestiais.
Só é feliz quem vive para Cristo e no seu amor que nos impele a fazer o bem ao nosso próximo. É na Boa Nova do Reino de Deus que se encontra a graça da construção de uma sociedade justa, piedosa e feliz.
Sendo Jesus Cristo a verdade, tudo na vida só pode estar seguro, sólido e eterno, se Ele for colocado como fundamento. Sem a verdade de Cristo, todo projeto humano perece e é decepcionante.
A experiência com Jesus não é uma ideologia, uma fábula, um passa tempo, uma fuga, é sim uma realidade concreta, segura com uma Pessoa detentora de todo poder na Terra e no Céu. Essa experiência com o Senhor dos senhores e Reis do reis nos garante proteção e determinação para o verdadeiro sentido das nossas vidas.
Conclusão
No seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, não há caminho sem cruz. É por meio dela que tudo se realiza concretamente: o sentido da vida e da salvação da alma. Não há vitória sem lutas. Não há vida sem perdas. Não há túmulo vazio sem calvário. Não há conversão sem a graça redentora.
Tudo isso nos leva para riquezas imperecíveis: a experiência com o Cristo Redentor. Ir ao encontro de Cristo é tomar posse do mais alto ideal do ser humano: a salvação eterna.
A experiência com Jesus Cristo nos livra da escravidão do pecado, do nosso egocentrismo, das ilusões efêmeras do mundo e das nossas sombras deletérias.
Atender o convite especial do Filho do Pai Eterno é se livrar das armadilhas perniciosas que o diabólico sistema oferece insistentemente.
As experiências mundanas são destruidoras do corpo e da alma. Com Cristo, as experiências são ferramentas construtivas que dão vidas abundantes para o ser humano em toda sua dimensão. Quanto mais experiências com o Emanuel, mais vida, mais amor, mais felicidade, mais santificação e mais poder do Espírito Santo.
Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Pregador de Retiros Espirituais
Especialista em Ciência Social e da Religião
E-mail: [email protected]
(1) Discurso do Santo Padre na conclusão do Segundo Encontro do Comitê Central para o Grande Jubileu do ano 2000, em 12/02/1998.
(2) Pepe, Enrico. Mártires e Santos do Calendário Romano, São Paulo: Ave-Maria, 2008, p.338.