29.06.2010 - “Cristo ilumina toda a sua Igreja.” – Pio XII
Recebi, nesse fim de semana, de um amigo, o livro Os Papas e o Papado – de Pedro a Bento XVI, contando uma breve história dos pontificados de todos os pontífices da Igreja Católica Apostólica Romana. Também contém alguns tópicos no final do livro, mostrando o contexto histórico no qual estiveram inseridos todos esses pontificados. Em suma, o livro é muito bom e oferece uma contribuição muito importante para um melhor entendimento da história da nossa fé.
E que história! Quantas heresias tentaram se infiltrar no seio da Igreja e corromper a verdadeira fé… Quantas batalhas teológicas a Igreja travou contra uns que desvirtuavam a palavra de Deus e a mensagem do Evangelho! A Igreja experimentou, por diversas vezes, a assistência do Espírito Santo, que Jesus Cristo prometeu a S. Pedro, após a sua belíssima confissão de fé. A ele deu Deus as chaves do Reino. “… e as portas do inferno não prevalecerão” (Mt 16, 18). A promessa vem do próprio Senhor. Os protestantes que acusam a Igreja Católica de distorcer as palavras de Cristo se esquecem que as portas do inferno não podem prevalecer, porquanto a Igreja, sendo divina, não pode ser derrubada por nenhuma força humana.
O ensinamento dogmático da Igreja está imune de erro, diferentemente dos pensamentos formulados pela mente dos homens. E mesmo quando o Papa não se pronuncia ex cathedra, suas palavras são de uma enorme riqueza para a glorificação de Deus e para a salvação das almas. É o que diz Santo Alberto Hurtado: “A palavra do Sumo Pontífice, (…) não só quando define dogmaticamente, mas também quando ensina de forma ordinária, tem a máxima autoridade na terra” (El Orden Social Cristiano en documentos de la Jerarquia Catolica, tomo I). Não queremos estender a infalibilidade papal dos pronunciamentos ex cathedra aos outros discursos, mas também não podemos deixar de lado esses outros documentos pontifícios, uma vez que são exortações recheadas de considerações oportuníssimas para o desenvolvimento de uma correta compreensão dos dogmas de fé proclamados pela Igreja em toda sua existência.
Mas, voltando ao cerne da questão, nós cremos no dogma da infalibilidade do Papa, proclamado pelo Concílio Ecumênico Vaticano I, em 1870:
“Nós, apegando-nos à Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, irreformáveis.”
- Const. Dogmática Pastor Aeternus, cap. IV, 1839
E por que nós cremos? Nós cremos porque confiamos na autoridade dessa Igreja que, apesar de ser governada visivelmente por homens, possui como Cabeça o próprio Senhor. E os pecados dos seus membros não reduzem ou minimizam a beleza da santidade da Igreja, fruto do santo sacrifício de Cristo na Cruz. Os terríveis pecados cometidos por Alexandre VI ou outros papas de conduta pouco honesta não contradizem o dogma de fé proclamado pela Igreja, afinal, foi confiado ao príncipe dos Apóstolos a infalibilidade, e não a impecabilidade.
Dom Estêvão Bettencourt dizia que o ouro, mesmo passando por mãos sujas, não deixa de ser ouro. Assim também acontece na Igreja. O trono de Pedro, no qual se sentaram muitos homens corruptos, continua sendo riqueza da nossa fé, autoridade da nossa Igreja. Obedientes ao Papa e aos ensinamentos da Santa Igreja, sigamos. Que Maria Santíssima nos ajude a sermos fiéis soldados de Nosso Senhor, soldados que proclamem incessantemente a Verdade que liberta, que redime, que salva.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com