20.06.2010 - O Santo Padre se dirigiu mais uma vez aos bispos do Brasil. Dessa vez, foram os pastores do regional Leste 2 da CNBB que se encontraram com o bispo de Roma. Poderíamos comentar muitas passagens do discurso do Papa – ele fala sobre a necessidade de darmos uma atenção especial à Liturgia e também explica o múnus santificandi dos sacerdotes -, mas penso ser necessário, observando a estrutura da fé do povo brasileiro hoje, destacar um pequeno período, no qual Bento XVI pede aos bispos que guardem e defendam a fé na sua pureza:
“Como bem sabeis, crer consiste sobretudo em abandonar-se a este Deus que nos conhece e ama pessoalmente, aceitando a Verdade que Ele revelou em Jesus Cristo com a atitude que nos leva a ter confiança nele como revelador do Pai. Queridos irmãos, tende grande confiança na graça e sabei infundir esta confiança no vosso povo, para que a fé sempre seja guardada, defendida e transmitida na sua pureza e integridade.”
- Bento XVI, aos bispos do Regional Leste 2 da CNBB
19 de junho de 2010
No último século, os nossos pastores deram uma atenção especial à necessidade de se praticar a caridade, ajudando os mais pobres e mais necessitados a vencer as barreiras da desigualdade que infelizmente estão presentes em nossa sociedade. Enquanto se espelha nos conselhos evangélicos, essa atitude é realmente muito louvável e mostra o empenho do povo de Deus em fazer da fé um instrumento que deve agir nesse mundo.
Foi-se criando, porém, uma estrutura de pensamento não-cristão no seio da própria Igreja. Parece que a ênfase dada aos problemas sociais estava deixando totalmente de lado a necessidade de guardar, defender e transmitir a fé dos apóstolos. Junto com a Teologia da Libertação, contribuiu para esse processo o pensamento espírita, que desconsiderando a importância da verdadeira fé e supervalorizando a prática da “caridade” – se é que podemos chamar de verdadeira caridade aquela que resolve os problemas terrenos, mas leva a pessoa, após a morte, ao inferno -, acabou por conduzir o povo brasileiro a um irenismo relativista – “todas as religiões salvam e conduzem a Deus”. Em suma, a fé do povo brasileiro foi sendo, pouco a pouco, destruída.
Hoje, em reação a todas essas seqüelas causadas pela infiltração do pensamento marxista na Igreja brasileira, há a necessidade de “guardar, defender e transmitir a fé na sua pureza e integridade”. É preciso combater aquela Teologia da Libertação que pegou emprestado do marxismo o pensamento materialista e acabou por negar os dogmas de fé da Igreja. Os nossos bispos são chamados a dar atenção aos problemas sociais, mas também a buscar a solução para essas dificuldades na Doutrina Social da Igreja. São exortados a combater a injustiça, tendo sempre em mente que ela é conseqüência do pecado original e que, por causa dele, não poderemos “construir um Céu na terra”. São chamados a driblar a tentação de transformar Jesus em uma espécie de revolucionário político; são convocados a aceitar a Verdade que Deus revelou em Jesus Cristo e anunciá-La, promovê-La e difundi-La sempre mais.
Rezemos para que as palavras do Santo Padre sejam ouvidas; e que Nossa Senhora, modelo de obediência e humildade, ajude os nossos pastores a cumprirem a difícil missão de guardarem íntegra e pura a fé que receberam dos apóstolos.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com