A reação do clero católico foi imediata. Os bispos da Inglaterra e de Gales se manifestaram dizendo que “[o] aborto não é um serviço de consumo”. Complementaram, afirmando que essas propagandas “deterioram o respeito à vida”; qualificaram os anúncios como “enganosos e muito prejudiciais para as mulheres, que podem ser persuadidas a tomar uma decisão precipitada e que logo poderão se arrepender”.

O debate é interessante porque, mesmo que as pessoas naqueles países sejam contrárias à propaganda dos serviços relacionados ao aborto, a mídia insiste em transmitir o infame anúncio. A atitude de abortar já é, em si, totalitária; é a supremacia da mulher sobre a vida de outro ser humano. Nada, nesse mundo, pode justificar esse crime hediondo. Injustificável – não na mesma medida – é a ação da mídia que, se contrapondo à opinião do público, decide divulgar – e, assim se tornar cúmplice desse assassinato – a oportunidade de realização do aborto.

Outro aspecto importante a se destacar é que a reação dos bispos mostrou repugnância à relação que talvez pudesse se criar entre aborto e saúde, algo que não existe, definitivamente. Inclusive, há pesquisas sérias mostrando que mulheres que realizaram aborto têm mais tendências a desenvolverem problemas psicológicos e depressão que mulheres que nunca abortaram. Dados comprovam que a realização do aborto provocado facilita a ocorrência de um aborto espontâneo no futuro. Enfim, a realização de um aborto sempre está envolvida de um caráter dramático não só para o bebê, que será assassinado, mas também para a mulher, considerando as seqüelas psicológicas e físicas que esse ato acarreta.

Após considerar tudo isso, é desencorajador ter que ouvir de uma candidata à Presidência da República do Brasil uma comparação entre o aborto e… o processo de arrancar um dente! Perguntaram a Dilma Rousseff o que ela achava da descriminalização do aborto, ao que ela respondeu:

“Não é uma questão se eu sou contra ou a favor, é o que eu acho que tem que ser feito. Não acredito que mulher alguma queira abortar. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si.”

- depoimento citado no blog do Reinaldo Azevedo

Essas propagandas que estimulam a realização do aborto têm o mesmo alicerce ideológico dessas afirmações abortistas do pessoal do Partido dos Trabalhadores. Não é questão de “querer” tirar a vida de dentro de si. A questão é “poder”. A Lei garante que “todos têm direito à vida”. Se a afirmação é verdadeira, então é verdade que “ninguém pode tirar a vida de dentro de si”. As mulheres não só não querem tirar a vida de dentro de si; elas não podem. “Matar um ser humano” e “tirar um dente” são atitudes totalmente distintas uma da outra, de modo que chega a ser escandaloso estabelecer uma comparação entre elas.

Mas, essa mentalidade é fruto de quê, na verdade? Do pensamento materialista, no século XIX, e da “objetificação” do homem, que faz com que ele se torne não mais um ser com direitos que precisam ser respeitados, mas um simples “amontoado de células”, coisa que pode ser descartada. Inclusive, sabiam que o aborto na Polônia começou com Hitler?

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/