14.04.2010 - Em coletiva à imprensa chilena, o Cardeal Tarcisio Bertone emitiu uma declaração que foi motivo de polêmica e indignação. Ele afirmou: “Diversos psicólogos e psiquiatras já declararam que não há relação entre o celibato e a pedofilia, enquanto muitos outros disseram, pelo que fui recentemente informado, que há a relação entre pedofilia e homossexualismo.” Completou dizendo que “[o] comportamento desses padres, nesses casos, é muito sério, é escandaloso”.
Como já era de se esperar, o movimento gay no mundo inteiro se indignou. Na Itália, conforme noticiou a Veja Online, um presidente de um movimento de defesa dos homossexuais classificou o argumento do cardeal como “fora de moda”. No Chile, conforme noticiou o G1, um deputado comunista afirmou que “[a] Igreja deveria ser mais bondosa e caridosa com os homossexuais, em vez de ficar atribuindo pecados a eles”; uma professora da Universidade do Chile descartou a possibilidade de se relacionar homossexualidade com pedofilia; enfim, os humanistas e os membros da Gaystapo no mundo inteiro correram para se pronunciar contra as palavras do Cardeal Bertone, que mais uma vez representam a “intolerância” da Igreja com os homossexuais.
Infelizmente, as palavras do cardeal católico serão valorizadas dessa maneira. Como há um lobby gayzista na mídia e também uma tendência anticlerical que, se já era evidente, esse ano foi devidamente desmascarada, não mostrarão os sérios argumentos existentes em defesa dessa afirmação. As estatísticas são a primeira observação a ser feita. O escritor Julio Severo, no livro “As ilusões do Movimento Gay”, realizou uma pesquisa, a qual apontava para a conclusão de que cada pederasta homossexual havia violentado em média 150 meninos, enquanto cada pedófilo heterossexual tinha abusado em média de 20 meninas num período semelhante de tempo.
Poderá argumentar-se que a pedofilia é um problema psíquico; não está relacionado com orientação sexual. É uma afirmação válida, mas que infelizmente perde sua consistência quando observamos que nem todos os casos de abusos sexuais cometidos contra a dignidade das crianças estão relacionados com o problema psíquico da pedofilia – ou seja, a atração por jovens e adolescentes -, mas sim com a necessidade de obter prazer sexual. Nesse sentido, a pedofilia está sim relacionada com o homossexualismo e principalmente com ele, afinal, como já foi demonstrado, há um número muito maior de homoafetivos que praticaram abusos sexuais em relação ao número de abusos praticado pelos heterossexuais.
A verdade demonstrada pelas estatísticas e pela observação lógica também é uma afirmação baseada na filosofia cristã. A prática homossexual é pecaminosa e gera no ser humano o que Santo Agostinho chamou de “reinado das paixões”. É verdade que não é só a homossexualidade que se manifesta como um pecado desse gênero, mas, observa São Pedro Damião, “[e]ste vício não é absolutamente comparável a nenhum outro, porque supera a todos em enormidade”. A Sagrada Escritura chama a relação entre pessoas do mesmo sexo de abominação e a sábia doutrina da Igreja conserva intactas as palavras de São Pedro, que condenam a homossexualidade e a chama de torpeza. Entregue a esse vício degradante, já submetida ao império das paixões, fácil é que ela caia em outro enorme precipício. Já dominada pelas paixões; já submetida a razão aos seus instintos sexuais, esse homem está entregue aos prazeres desordenados.
Mas, eis que a condenação da Igreja ao homossexualismo não significa que ela esteja assinando a carta de condenação dos homossexuais. Significa, no entanto, que ela, detestando o pecado e amando os pecadores, prega a verdade e é rígida na pregação da doutrina, mas deseja também que todos se salvem. Significa que a Igreja deve ensinar a verdade, mas não pode cuidar do seu ministério de salvar as almas. A Igreja não é homofóbica; ela mantém um compromisso com a doutrina bíblica e deve ser fiel ao seu Senhor, amando-O e preservando Suas palavras. Ela deve sim buscar acolher os pecadores, mas não pode de modo algum descuidar da pregação do Evangelho.
É preciso que os “humanistas” defensores da tolerância entendam isso: o espírito da Igreja, a base das suas leis não é deste mundo. A Santa Sé é obediente a Cristo. É preciso salvar almas, mas se não tivermos os olhos fixos em Nosso Senhor, pereceremos todos, enganosos e enganados.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
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Leia também: A coragem de Tarcisio Bertone, do blog Perspectivas.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com
www.rainhamaria.com.br