Artigo de Everth Queiroz Oliveira: O estupro, a gravidez e o aborto


10.04.2010 - O estupro é um crime abominável. Definitivamente. E não há palavras suficientes que possam ser usadas para deplorar esse ato hediondo. “A violação ofende profundamente o direito de cada um ao respeito, à liberdade e à integridade física e moral” (Catecismo da Igreja Católica, § 2356). Quando o abuso acontece envolvendo uma pessoa adulta e uma criança, o crime se reveste de um caráter ainda mais ofensivo e indignante. As crianças são os seres humanos mais puros e inocentes, mais singelos e ingênuos… E são justamente elas as pessoas violentadas, abusadas, ofendidas. Não há – repito – palavras nem atos suficientes para mostrarmos nossa indignação com uma atitude tão depravada.

Ano passado, em Alagoinhas, aconteceu um caso de estupro, seguido de gravidez. O responsável pela criança a estuprou e essa, por sua vez, engravidou. De gêmeos. Sua idade? Nove anos. Situação dramática, que comoveu todo o Brasil. Qual a solução? Bom, todo ato que seja realizado deve ter em vista o bem seja da menina seja das crianças em sua barriga. No entanto, o que aconteceu foi totalmente o contrário disso. Sacrificaram duas vidas; realizaram o aborto. A menina sobreviveu ao procedimento assassino. Os gêmeos, não. O resultado? Foram punidos pelo crime do estupro não só o estuprador, mas também duas vítimas inocentes…

Semelhante situação é a que se sucede – novamente em Pernambuco – essa semana. Segundo informou o Jornal do Commercio, “[u]m homem foi preso nesta quinta-feira (8) por engravidar uma garota de 10 anos, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife”; “[o]s abusos sexuais vinham ocorrendo desde que a menina tinha oito anos de idade”. Crime deplorável. É a violação da pureza de uma criança, da inocência de uma pessoa.

Mas, qual a solução encontrada pelos “humanistas” para a situação? “Como a menina foi vítima de violência, a legislação permite que seja realizado um aborto legal”, observou o conselheiro tutelar, segundo informa também o Jornal do Commercio. A pergunta que ecoava na mente de todos os pró-vida ano passado ecoa também na mente de todos os cidadãos de bom senso hoje: será que é tirando a vida de um inocente que vamos resolver uma situação tão dramática e dolorosa? O criminoso que estuprou a criança deve ser punido; mas deve também pagar por esse pecado que clama aos céus a criança que está na barriga dessa menina?

A resposta dos abortistas é imediata. E o trauma de estar grávida? E a responsabilidade de cuidar de uma criança? Ora, não duvidamos das dificuldades que enfrentam nesse momento a família da criança e a própria menina que foi violentada pelo padrasto. É preciso dar uma eficiente assistência médica e psicológica a todas as vítimas desse crime. Mas quem disse que é abortando que vamos resolver todos esses problemas? Há a vida de um ser humano em jogo, vida essa que não pode ser menosprezada. O aborto causa sequelas psicológicas gravíssimas na mãe, sequelas essas que podem perdurar por toda a vida.

Mas – poderão objetar os defensores do aborto -, e os riscos de essa criança morrer durante o parto? Nós poderíamos derrubar esse argumento simplesmente mostrando as estatísticas de bebês nascidos vivos no Brasil de mães de 10 a 14 anos (no período de 2006), número que ultrapassa os 25 mil. No entanto, bastaria demonstrar que o procedimento de parto envolve riscos; o de aborto, no entanto, nos dá certezas. A finalidade de uma cesariana é fazer sair com vida mãe e filho. A finalidade do aborto é matar o filho e deixar viva a mãe. E assassinar é crime! O argumento dos abortistas é fraco, fraco porque eles baseiam todo o seu discurso na concretização de um crime.

Ano passado, antes de o aborto ser realizado, Dom José Cardoso Sobrinho, até então Arcebispo de Olinda e Recife, havia alertado os médicos que o aborto acarreta em excomunhão automática da Igreja. Pois bem. A advertência do bispo é muito válida hoje. O aborto não só tira a dignidade da vítima, mas acaba com a sua própria vida. E é preciso que os católicos de nosso país se pronunciem contra essa covardia que poderá se realizar novamente em Pernambuco. Que a Virgem Santíssima possa cobrir, com seu manto de misericórdia, as duas crianças envolvidas nesse dramático episódio e que não se concretize mais uma vez o crime abominável do aborto.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


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