10.04.2010 - Reportagem da Revista ISTOÉ, ediçäo de Abril 2010.
Há mais de um século, a população da costa oeste da América do Norte convive com uma tensão constante. De uma forma ou de outra, todos esperam pelo “Big One”, o temido terremoto que, segundo consenso de especialistas, tem 70% de chance de acontecer nos próximos 30 anos e pode fazer com que parte do litoral desmorone no Oceano Pacífico. O tremor de 7.2 graus de magnitude na Escala Richter que atingiu a província de Mexicali, no México, no domingo 4, foi o mais recente aviso de que o pior pode estar próximo. O abalo, que matou quatro pessoas, feriu 223 e causou uma ruptura de 80 quilômetros de largura no plano da falha San Andreas (confira quadro na página seguinte), elevou o alerta das cidades localizadas em sua extensão ao nível máximo. Isso porque o Estado americano da Califórnia e a cidade de São Francisco em especial – localizada no crítico segmento sudeste da falha – convivem com a iminência de um acontecimento que pode chegar sem aviso. “Pode-se dizer que a falha está grávida de nove meses”, alerta Thomas Jordan, do Centro Sismológico da Califórnia do Sul. Somado às recentes tragédias no Haiti e no Chile, o tremor do dia 4 deixa de fato a sensação de que uma grande hecatombe está prestes a acontecer.
O Centro de Investigação Científica e de Educação Superior de Enseada, no México, classificou como “sem precedentes” o terremoto na região. Ele foi sentido, inclusive, nos municípios americanos de Calexico, San Diego e Los Angeles. A brasileira Elaine Wanderley, 30 anos, mora desde 2005 em San Diego e relatou à ISTOÉ que o evento causou grande comoção na cidade, antes tranquila. “Foram os 90 segundos mais longos da minha vida”, diz Elaine. “A sensação é muito estranha.Os quadros da parede ficaram tortos, vasos e copos balançaram sobre a mesa. Foi chocante”, completa. Apesar de não ter acusado o tremor, São Francisco vive sob constante ameaça de terremotos. John Chappel, designer de 39 anos e morador da cidade, conta que as pessoas estão assustadas diante da quantidade de eventos do tipo que ocorrem mundo afora. “Com tanto terremoto acontecendo por aí, fica difícil não pensar que o Big One está se aproximando”, diz. “O medo é de que se repita a tragédia de 1906, mas com proporções ainda maiores”, conclui. O evento ao qual John se refere é o terremoto ocorrido em 17 de abril daquele ano. Com 8.0 graus de magnitude, o fenômeno destruiu a cidade, tomada pelas chamas logo depois. O jornalista Jack London foi testemunha ocular da tragédia e escreveu um impressionante e agora clássico relato sobre ela. “Todas as engenhocas e salvaguardas humanas foram desmanteladas por 30 segundos de contorção da crosta terrestre”, escreveu London. “São Francisco desapareceu. Não ficou nada além da lembrança.” O terremoto causou três mil mortes e prejuízos da ordem de US$ 500 milhões.
O fatídico abalo de 1906, primeiro grande desastre natural a ser fotografado pelo homem, não foi o único daquele ano. Quatro meses depois, a cidade de Valparaíso e toda a região central do Chile foram sacudidas por um terremoto de 8.2 graus. Segundo dados da Universidade do Chile, 20 mil pessoas morreram em decorrência do tremor e consequentes tsunamis. Em fevereiro deste ano, um terremoto de 8.8 graus atingiu dois milhões de pessoas naquele país. Uma estranha e incômoda coincidência se considerarmos que os peritos acreditam que importantes movimentos nas falhas da crosta terrestre ocorrem em ciclos de 100 anos. Matthew Betterhausen, da Agência de Gerenciamento de Emergências da Califórnia, afirma que “os recentes terremotos no Chile e no Haiti não são bons presságios para os californianos. Eles lembram a necessidade de os moradores estarem preparados”. Se um terremoto semelhante ao de 1906 acontecesse hoje, o prejuízo seria de, pelo menos US$ 150 bilhões, de acordo com o estudo da Risk Management Solutions. Isso sem contar as perdas humanas. Apesar de toda especulação e dos avanços da ciência, que indicam a alarmante iminência do “Big One”, o dia da sua ocorrência permanecerá um mistério. Mais um incentivo para o esforço dos especialistas. Neles reside a esperança da criação de sistemas capazes de antecipar a chegada de desastres naturais como o do dia 4. (fim)
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Nota de www.rainhamaria.com.br - por Dilson Kutscher
Devemos lembrar a seguinte observaçäo, segundo especialistas no assunto: 25 mil bombas atômicas promovem uma destruição semelhante ao Big One. (imaginem a potência de um terremoto desta magnitude)
Näo é somente a população da costa oeste da América do Norte, que espera o temido terremoto “Big One”, a Turquia vem se preparando também para o seu “Big One”. O país está sobre a falha de Anatólia do Norte, uma região semelhante à falha de San Andreas e extremamente frágil.
Veja no artigo abaixo:
Terremotos: Turquia tenta se preparar para o Big One
25.03.2010 - Dois grandes terremotos ocorridos por movimentos tectônicos distintos fizeram o começo de 2010 entrar para a história. Em dois meses, o mundo acompanhou atônito duas enormes tragédias. O abalo de 7 graus de magnitude no Haiti em 12 de janeiro foi provocado pelo deslizamento das placas Caribenha e Norte-Americana e deixou pelo menos 230 mil mortos. O terremoto de 8.8 graus do Chile em 27 de fevereiro foi o segundo mais forte do país e aconteceu com devido ao mergulho da placa de Nazca abaixo da placa Sul-Americana. Por sua localização, mais afastado da costa, o número de vítimas fatais foi inferior ao do Haiti, não ultrapassando mil pessoas.
O Haiti convive com inúmeros problemas decorrentes do terremoto de janeiro e o Chile vai precisar de pelo menos três anos para reconstruir as cidades mais atingidas.
Outras diversas partes do mundo vivem a mesma vulnerabilidade e a incerteza de quando um grande abalo irá acontecer. Algumas localizações são mais propensas a terremotos e esperam por eles. A falha de San Andreas, na Califórnia, é uma dessas zonas e aguarda ao que os estudiosos chamam de “Big One”, ou "O Maior".
Turquia
Concentrando grandes esforços para minimizar os danos de um intenso terremoto, a Turquia vem se preparando também para o seu “Big One”. O país está sobre a falha de Anatólia do Norte, uma região semelhante à falha de San Andreas e extremamente frágil. Ali, no último dia 8 de março, um terremoto moderado de 5,9 graus de magnitude no leste da Turquia deixou 51 mortos.
Istambul, capital européia do país, convive com contrastes, analisa Mustafa Erdik, diretor de um instituto de engenharia de terremotos da cidade. Erdik liderou um estudo onde mapeou uma situação na qual um terremoto poderia matar de 30 a 40 mil pessoas e ferir 120 mil.
Constrastes
Existe o lado moderno da cidade com construções já preparadas para suportar um grande terremoto, como o imenso terminal do aeroporto. No entanto, dezenas de milhares de prédios por toda a metrópole não estão preparados para fortes tremores. A população saltou de 1 milhão para 10 milhões em 50 anos e os edifícios foram construídos às pressas sem preocupação e com uso de materiais de baixa qualidade. Os monumentos antigos de Istambul também estão na lista da destruição.
Em 1999, um terremoto na cidade de Izmit, a 80 quilômetros de Istambul matou 18 mil pessoas, sendo mil nos arredores da cidade e aconteceu exatamente na falha de Anatólia do Norte, que passa sob o Mar de Mármara. Um levantamento geológico dos Estados Unidos identificou um padrão de sismos sucessivos nesta falha semelhante ao da falha de San Andreas, na Califórnia.
Plano de Emergência
A equipe de Erdik e pesquisadores de três outras universidades da Turquia elaboraram um plano mestre para terremotos colocando Istambul entre as cidades do mundo que estão tentando se antecipar ao risco. Uma exceção ao lado de cidades mais ricas como Los Angeles e Tóquio.
Na prática são códigos de construção mais rígidos, seguro obrigatório contra terremoto e empréstimos de bancos de desenvolvimento internacionais para reforço ou substituição de escolas e outros prédios públicos. Em bairros pobres, também há um trabalho com o treinamento de dezenas de equipes de voluntários em bairros pobres, a entrega de kits de primeiro socorros e equipamentos como rádios e pés-de-cabra.
Na previsão de um grande terremoto no país, 30 mil linhas de gás natural provavelmente vão se romper gerando mais de 3 mil focos de incêndio, alerta Mahmut Bas, que lidera o Departamento de Terremoto e Análise do Solo de Istambul. Ainda assim, os esforços em manter em pé postos do corpo de bombeiros, hospitais e escolas são prioridade nos planos emergenciais do país.
Fonte: http://www.apolo11.com
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Diz na Sagrada Escritura:
"Porque as comportas do alto se abrem e os fundamentos da terra tremem. A terra se quebra, a terra é abalada violentamente, a terra é fortemente sacudida. A terra cambaleia como um bêbado, é agitada como uma cabana. Sua rebelião pesa sobre ela, ela cairá e já não se levantará". (Is 24, 18-20)
"Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu". (Lc 21,11)