Ataques ao Papa mostram guerra do laicismo contra o cristianismo, diz perito italiano


29.03.2010 - ROMA.- Em uma carta dirigida ao diretor do jornal Il Corriere della Sera, o conotado político e filósofo italiano, Marcello Pera, explica que as calúnias e mentiras que tentam apresentar o Papa Bento XVI como um encobridor de clérigos que cometem abusos sexuais, quando não o é, são apenas parte de uma guerra empreendida pelo laicismo contra o cristianismo, que não o suporta e que busca sua destruição, e com isso e sem percebê-lo, a destruição social.

No texto intitulado "Uma agressão ao Papa e à democracia", o também Ex-presidente do Senado italiano assinala que esta guerra não é "propriamente contra a pessoa do Papa, porque, neste terreno, é impossível. Bento XVI é inexpugnável em sua imagem, sua serenidade, sua limpidez, sua firmeza e doutrina. Basta seu sorriso leve para desbaratar um exército de adversários. Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo".

Pera assinala que "os laicistas sabem bem que, se um pouco de lama chega à batina branca, a Igreja se sujaria, e se ela estiver suja, também estaria a religião cristã. Por isso acompanham sua campanha com perguntas como ‘quem levará nossos filhos à igreja?’ ou ‘quem mandará a nossos jovens a uma escola católica?’".

Com os ataques contra o Papa e os sacerdotes em geral, explica o político italiano, "bastaria substituir em outros âmbitos ‘sacerdotes’ por ‘professores’ ou por ‘políticos’ ou por ‘jornalistas’ para ‘minar a legitimação’ da escola pública, dos parlamentos ou da imprensa. O que importa (aos laicistas) é a insinuação, inclusive às custas do (aspecto) grosseiro do argumento: os sacerdotes são pedófilos, então a Igreja não tem autoridade moral, então a educação católica é perigosa e por isso o cristianismo é um engano e um perigo. Esta guerra do laicismo contra o cristianismo é total".

"Deve-se recordar o nazismo e o comunismo para encontrar (algo) um pouco parecido. Mudam os meios, mas o fim é o mesmo: hoje como ontem, o que se quer é destruir a religião. Então a Europa pagou por esta fúria destruidora o preço da própria liberdade".

É incrível, prossegue Pera, "que sobre tudo na Alemanha, enquanto se golpeiam o peito por aquele preço que essa fúria infligiu a toda a Europa, hoje, que é democrática, esquece dela e não se entenda que a mesma democracia estaria perdida se o cristianismo fosse cancelado".

Marcello Pera se refere logo ao perigo que significa que nesta guerra participem inclusive algumas pessoas que também são cristãos, e que não a entendem, como "teólogos frustrados pela supremacia intelectual do Bento XVI" ou "cardeais em crise de fé que começam a insinuar que o celibato dos sacerdotes não é um dogma e que seria melhor repensá-lo", entre outros.

"A guerra dos laicistas continuará, embora somente seja por um Papa como Bento XVI que sorri mas que não retrocede nem um milímetro. Mas se uma pessoa entender por que o outro não se move, então se toma a situação entre mãos e não se espera o próximo golpe. Quem se limita apenas a solidarizar-se com ele ou é alguém que entra no horto das oliveiras de noite e se esconde ou é alguém que não entendeu por que está ali", conclui.

Fonte: ACI


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