28.03.2010 - Primeiramente vamos ler parte desta reportagem, da ediçäo 2107. (27/03/2010)
Sexo X Religião
Os hormônios falam mais alto do que os preceitos religiosos entre os jovens, que se afastam das igrejas.
A posição retrógrada das igrejas em relação ao sexo, cada vez mais distante da realidade dos jovens, é um dos fatores que afastam a juventude da religião. Uma pesquisa inédita com universitários entre 17 e 25 anos que investigou, entre outros assuntos, o que eles pensam sobre a orientação de suas igrejas no campo sexual mostrou quanto esta tese é verdadeira. Das 374 pessoas que responderam a essa questão, 65% discordaram das determinações religiosas. A enquete torna clara uma impressão que estava no ar: se tiver de escolher entre a religião e o livre exercício de sua sexualidade, o jovem abre mão da primeira. “Ele acredita em Deus como um ser superior que não deve se meter em sua vida”, diz o teólogo Jorge Claudio Ribeiro, professor do departamento de ciência da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Os dados serão compilados em um livro a ser lançado em breve. A publicação faz parte da série “Religiosidade Jovem” (Ed. Olho D’Água). A equipe do teólogo já havia estudado o tema em 2000 e 2004, aplicando questionários para 1.825 estudantes. Como nas três etapas a frase “concordo com as orientações de minha igreja em questões sexuais” sempre esteve entre as mais rejeitadas, Ribeiro resolveu, dessa vez, quantificar o tamanho do embate entre sexo e religião. A pedido de ISTOÉ, as respostas foram organizadas considerando os quatro maiores grupos religiosos dos jovens pesquisados (leia quadro). “Para o jovem, ter fé é mais importante do que ter religião”, explica Ribeiro. Ao não aceitar o livre arbítrio da juventude, a igreja deixa de evangelizar muitos fiéis.
Essa é a opinião da aeroviária paulista Fernanda Correa do Prado, 25 anos, criada em berço católico. “É um absurdo condenar o uso da camisinha. O sexo não é praticado apenas como forma de reprodução. E vivemos em um mundo cheio de doenças”, protesta. Fernanda recorda um episódio que a fez repensar a sua devoção ao catolicismo. “Uma colega do grupo de jovens foi repreendida pelo padre por estar grávida. Ele disse que ela não deveria ser representante da comunidade porque iria ser mãe solteira.” A aeroviária estranhou o fato. Não abandou o catolicismo, mas passou a ir menos à igreja. O psicólogo e sociólogo Antonio Carlos Egypto acha saudável essa grita da garotada. Para ele, os religiosos deveriam ser menos normativos em questões comportamentais. “O correto seria discutir mais os temas, para dar espaço à reflexão e à escolha e não apresentá-los como diretrizes fechadas”, diz Egypto, que presta assessoria a colégios na área de orientação sexual. Ateu, o músico Danilo Espada Barba, 23 anos, não enxerga o sexo como um entrave na relação entre a juventude e a religião. Para ele, o jovem não deixa de ir à igreja, mas também não fica sem transar. “Ele mantém a religião que escolheu apenas para cultivar as aparências”, explica. Barba é contra a proibição de quaisquer necessidades inerentes ao ser humano, especialmente as que se referem à sua sexualidade. “A negação do sexo compromete não só um grupo que segue uma doutrina, mas a perpetuação da espécie.” Para o padre e doutor em teologia Márcio Fabri dos Anjos, professor de bioética do Centro Universitário São Camilo, um sem-número de jovens se sente mais seguro sob uma moral rígida imposta por católicos e evangélicos. (fim)
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Nota de www.rainhamaria.com.br - por Dilson Kutscher
Vamos refletir a seguinte frase do texto acima:
1) A posição retrógrada das igrejas em relação ao sexo, cada vez mais distante da realidade dos jovens, é um dos fatores que afastam a juventude da religião.
No caso inclui-se a Igreja Católica, considerada ultrapassada pela maioria dos jovens, que seguem as modas e os caminhos do mundo.
“Há caminho que parece reto para alguém, mas afinal é o caminho da morte” (Pr 14,12).
O Padre Inácio José do Vale, professor de História da Igreja, diz o seguinte, sobre a nossa sociedade e a juventude:
O mal exemplo dos pais, das autoridades competentes, da mídia, dos artistas, dos falsos amigos e principalmente a falta da Religião Cristã, são causas do péssimo comportamento juvenil. Se esses jovens tivessem desde o nascimento o modelo de vida de um José do Egito e de uma Santa Teresinha do Menino Jesus, jamais conheceriam ou praticariam atos abomináveis.
O que falta para que a juventude seja muito feliz, tenha paz, sucesso e vida com abundância? Falta Tão somente seguir o exemplo de Jesus, Maria e dos santos.
José do Egito venceu a proposta indecente da mulher de Putifar. Hoje significa vencer a prostituição e o adultério.
Ester venceu o concurso de beleza e tornou-se rainha. Hoje significa vencer a ditadura da beleza, do narcisismo, do hedonismo e os padrões escravocratas da indústria cosméticas.
Davi venceu o gigante Golias. Hoje significa vencer o gigante das drogas e da violência.
Daniel e seus amigos venceram a idolatria e a covardia do reinado de Nabucodonosor. Hoje significa vencer idolatria sexual, do capital e o sistema alienante com a sua cultura de morte.
Marcos venceu o medo, a inconstância e a magia do império romano. Hoje significa vencer o encanto do templo do consumo (Shopping Center)
João, é conhecido como o Apóstolo do Amor. Ele mesmo escreveu: “Deus é amor”. Sendo o mais jovem dos apóstolos, venceu com caridade seu espaço entre os anciãos. Hoje significa que o jovem tomado por esse sentimento tão poderoso vence tudo.
Os santos venceram as grandes dificuldades e terríveis sofrimentos e o império das trevas. Tendo em mente a meta do Bem maior: Deus, o Senhor e Criador de todas as coisas. (fim)
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MAS AFINAL...
Educo meu filho para o céu ou para o inferno?
Desde bebê nos preocupamos com os nossos filhos: que estejam bem alimentados, agasalhados, que estudem, arrumem um bom emprego, sejam pessoas realizadas e felizes; Que sejam homens e mulheres honestos, bons e responsáveis. E, nós que somos cristãos, e amamos a Deus também desejamos que sejam bons cristãos, instrumentos de Deus e merecedores do céu.
Mas quando eles nascem percebemos que não são computadores a serem programados. Eles vêm com uma personalidade, com um temperamento e vontade própria. E a gente já começa a encontrar obstáculos ao nosso “sonho cor de rosa.” De repente o nosso filho é o que bate nos colegas na escola, que chora por qualquer coisa, que quer o que quer na hora que quer. Aí muitas vezes, como pais de primeira viagem, não sabemos o que fazer e acabamos mimando e criando mal nossos filhos.
Você Pai, você Mãe é totalmente responsável pela educação de seu filho, você tem uma grande responsabilidade, de formar e informar o seu filho para o futuro e é você que vai determinar como seu filho se tornará no futuro. Não pense que quem deve educar seu filho é a escola onde ele freqüenta ou o professor que tem mais 18 alunos na sala para se preocupar e ensinar.
Nós cristãos temos o dever de educar os nossos filhos bem, para Deus e não para o mundo, muitas propagandas de escolas, faculdades, creches e etc… Vêem com a proposta de educar seu filho para o mundo, para o mercado de trabalho, para competir passando por cima de todos para ser o melhor! Cada dia que passa as escolas estão falando menos em Deus e mais em globalização e dinheiro.
Temos que trabalhar e estudar sim! claro! Mais cuidado para que isso não seja a perdição para alma de seu filho. As vezes queremos lhe dar uma boa educação, uma boa escola, uma boa faculdade e esquecemos nossos filhos em casa, na internet, enquanto vamos a missa, preferimos que eles estejam inclusos na sociedade, que sejam conhecidos, aplaudidos, reconhecidos e adiamos seu encontro com Deus, sua primeira Eucaristia, Crisma.
- Mais é para o bem dele!
Será mesmo?
Estamos na terra e precisamos trabalhar e estudar para vivermos bem, mais essas coisas passam, vamos pensar um pouquinho…
- Quantos famosos, jogadores de futebol, atores, cantores, empresários, médicos morreram e levaram com sigo seus salários e sua fama? Quantos milionários levaram para a eternidade seus carros importados de milhares de dólares? Suas mansões na praia?
Pais! Abram os olhos!
* Como seu filho será por dentro?
* Seus valores?
* Sua fé e sua intimidade com Deus?
Acompanhem eles de perto, com amor o que eles vêem na TV, na internet, as músicas que eles gostam, onde estudam, quem são seus amigos. Sejam amigos de seus filhos, sejam pacientes principalmente na adolescência onde eles ficam confusos com as mudanças que ocorrem com eles. Lembre-se! “Quem ama corrige” (G.R). Leve eles desde pequenos para a missa, para sua comunidade, reze com eles, construa um lar orante e cristão, sem brigas, sem vícios. Seja testemunho para os seus filhos. Existirão coisas que você nem precisará falar, ele aprenderá e fará o certo a partir do seu testemunho, do seu exemplo. Ame seu filho zelando primeiramente pela alma dele. Eduque-o para o céu! e não o mime para o inferno!
Sigamos os passos de nossa mãe Maria, que soube educar seu filho Jesus em Deus e para Deus, renunciando seus sonhos, para deixar que Deus sonhasse nela! Seja santo! e seu filho será santo e feliz!
“Aquele que estraga seus filhos com mimos terá que lhes pensar as feridas; a cada palavra suas entranhas se comoverão.” (Eclo 30,7)
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Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Os homens de nosso tempo
18.07.2009 - “Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho, amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade, mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!” (2 Tm 3,1-5).
Vivemos, em meio a tanto paganismo e corrupção, os últimos dias. Jesus Cristo está prestes a vir em sua glória e os homens serão severamente julgados. São Paulo vem nos exortar que, no tempo em que vivemos, aparecerão muitos homens egoístas, malvados, traidores, desleais, cegos de orgulho, enfim, homens contaminados pelas concupiscências enganadoras. Se formos pensar bem, na chegada dos últimos dias, teria que acontecer o contrário: os homens deveriam se tornar mais amáveis, mais santos, mais leais, mais cristãos. Contudo, São Paulo alerta que acontecerá exatamente o contrário. E por quê?
Porque o homem perdeu o temor de Deus. Quando falamos de temor, não estamos falando de medo. Medo é o lado maligno daquilo que chamamos “atenção”. Temer a Deus é um ato principalmente de vigilância. E os homens perderam isso. Por acharem dura demais a realidade proposta por Deus, decidiram inventar para si fábulas, histórias para que pudessem viver uma vida desregrada de modo que, a seu bel prazer, ousassem desfrutar dos prazeres da carne, das paixões depravadas. Não crêem mais em Deus, não praticam mais a virtude da religião, não querem mais ter um compromisso fiel com o Senhor. Acham difícil. Pensam que aproveitar a vida é sinônimo de desobediência, quando na verdade, a felicidade verdadeira só pode ser alcançada quando o homem começa a colher os frutos da santidade.
É o que diz o Eclesiástico: “O coração medroso do insensato jamais tem temor em seus pensamentos; assim também o que não se apóia nos preceitos divinos” (22,23). Aqui determinamos duas classes de infelizes: os insensatos – que não crêem em Deus – e os cristãos infiéis – que crêem em Deus, mas não realizam sua vontade. Na Bíblia, a insensatez é sinônimo de falta de fé. Davi profetizou também o futuro do mundo no Salmo 13: “Diz o insensato em seu coração: Não há Deus. Corromperam-se os homens, sua conduta é abominável, não há um só que faça o bem” (1). Não é este o retrato do caminho que segue o mundo atual? Não é essa a caracterização da conduta do homem contemporâneo? Não crê em Deus. Ou se crê, não pratica sua Palavra, não tem nenhum espírito de determinação para ao menos se esforçar em obedecê-Lo.
Será que não estamos sendo assim? Não é hora de começarmos a mudar e buscarmos, ao mesmo tempo, nos afastar dessa gente perversa e enganadora? O tempo, irmãos, é próximo. Como São Paulo nos alerta, assim também Deus nos alerta: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho” (Mc 1,15). É preciso que busquemos acender em nosso coração uma fé viva, designada principalmente pelo temor de Deus. A nossa sociedade perdeu esse valor, mas nós, como cristãos evangelizadores que somos, somos chamados a nos responsabilizar e cultivar novamente a semente da verdade.
Se os homens de nosso tempo são egoístas, rancorosos, maldosos, inconseqüentes, amigos dos prazeres, sejamos paradoxalmente unidos, amorosos, bondosos, precavidos e amigos de Deus. Não nos enganemos com a “aparência de piedade” ostentada pelos homens maus. Pelo contrário, frutifiquemos, mantendo o olhar fixo no rosto verdadeiramente piedoso e compassivo de Jesus Cristo. Espelhando a nossa conduta em Deus, podemos então alcançar a santidade que Deus tanto quer para cada um de nós.
Graça e paz.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/
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A mentalidade do século XXI é “Tudo pode”. Se seu Deus não está lhe agradando, troca, vai ao centro espírita, a Pentecostal, a macumba e etc. Se sua esposa não está lhe agradando, vai ao prostíbulo, procura outra, arruma uma amante e assim, vice-versa. Se seu irmão lhe maltrata, maltrate ele também.
Hoje em dia, nada é pecado. O aborto, a relação sexual fora do casamento, as drogas, as bebidas foram legalizadas pelo maior país católico do mundo.
E o Demônio arruma modos de você “minimizar” o pecado. Ele te dá várias opções de como se atirar na gandaia sem dar nenhum problema. Por exemplo, quando a AIDS e as DSTs entraram no mundo, o que o Maligno inventou? A camisinha. Quando você não queria mais seu filho, em caso de gravidez indesejada, o que ele legalizou? O aborto. E assim tantas outras coisas que ele vem fazendo para destruir cada vez mais o ser humano de maneira lenta.
Ele sabe que nós somos feitos a imagem e semelhança de Deus, então, a sua principal vontade é de destruir essa imagem que somos nós. E a gente está caindo na rede do encardido. Estamos deixando que ele nos seduza facilmente. Ora, nosso corpo é Templo do Espírito Santo!
"Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?" (1Cor 6,19)
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Ou cremos em Deus e na sua Igreja ou não cremos
[Carta Pastoral de Sua Eminência Senhor Cardeal Dom Sebastião Leme quando Arcebispo de Olinda, saudando os seus diocesanos. Vozes, Petrópolis (16 de julho de 1916).
Que católicos são esses?
Fonte: Adversus Haereses
Cardeal Dom Sebastião Leme
Ora, da grande maioria dos nossos católicos, quantos são os que se empenham em cumprir os mandamentos de Deus e da Igreja? É certo que os sacramentos são caudais divinos por onde corre a seiva vivificadora da fé. E, no entanto, parte avultada dos nossos católicos vive afastada dos sacramentos. A Penitência e a Eucaristia, focos de luz divina, são sacramentos conhecidos tão somente da maioria eleita dos nossos irmãos. E os outros? Não carecem do perdão magnânimo do Cristo? Não precisam, quem sabe, das luzes, do conforto e das inenerráveis graças do Pão Eucarístico? Não são católicos! É que são católicos de nome, católicos por tradição e por hábito, católicos só de sentimento. Ensinou-lhes uma santa mãe a beijar a cruz e a Virgem. Eles ainda o fazem. Mas, das práticas cristãs, dessas que purificam e salvam, eles se apartaram desde os primeiros dias da mocidade. (…)
Somos a maioria absoluta da nação. Direitos inconcussos nos assistem com relação à sociedade civil e política, de que somos a maioria. Defendê-los, reclamá-los, fazê-los acatados, é dever inalienável. E nós não o temos cumprido. Na verdade, os católicos, somos a maioria do Brasil e, no entanto, católicos não são os princípios e os órgãos da nossa vida política. Não é católica a lei que nos rege. Da nossa fé prescindem os depositários da autoridade. Leigas são as nossas escolas; leigo, o ensino. Na força armada da República, não se cuida da Religião. Enfim, na engrenagem do Brasil oficial não vemos uma só manifestação de vida católica. O mesmo se pode dizer de todos os ramos da vida pública.
Anticatólicos ou indiferentes são as obras da nossa literatura. Vivem a achincalhar-nos os jornais que assinamos. Foge de todo à ação da Igreja a indústria, onde no meio de suas fábricas inúmeras, a religião deixa de exercer a sua missão moralizadora. O comércio de que nos provemos parece timbrar em fazer conhecido que não respeita as leis sagradas do descanso festivo. Hábitos novos, irrazoáveis e até ridículos, vai introduzindo no povo o esnobismo cosmopolita. Carnavais transferidos para tempos de orações e penitência, danças exóticas e tudo o mais que o morfinismo inventou para distração de raças envelhecidas na saturação do prazer.
Que maioria-católica é essa, tão insensível, quando leis, governos, literatura, escolas, imprensa, indústria, comércio e todas as demais funções da vida nacional se revelam contrárias ou alheias aos princípios e práticas do catolicismo? É evidente, pois, que, apesar de sermos a maioria absoluta do Brasil, como nação, não temos e não vivemos vida católica. (…)
Os deveres religiosos, como não cumpri-los? Ou cremos em Deus e na sua Igreja ou não cremos. Sim? Então não podemos recusar obediência ampla e incondicional às suas leis sagradas. Não cremos em Deus e na Igreja? Nesse caso, não queiramos esconder a nossa descrença. Digamo-lo francamente: não somos católicos. Se, porém, temos a dita de o ser, não há tergiversação possível. Pautando a vida pelos ditames do Credo e dos Mandamentos, deles não nos é permitido selecionar o que nos agrada e o que nos contraria as paixões. Seria ofender a consciência e faltar à coerência. Dessa incoerência, menos rara do que se pensa, resulta a quase nenhuma influência dos princípios regeneradores do cristianismo nos atos da vida individual. E não é só. Privados do influxo benéfico e incomparável do Cristo, privamos a família, a sociedade e a pátria da nossa influência salvadora. Se Cristo não atua sobre a nossa vida individual, como poderemos atuar sobre o meio social?
E, no entanto, da influência social dos católicos é certo que muitos precisa a nossa pátria amada. Ela tem o direito indiscutível a exigir de nós uma floração de virtudes privadas e cívicas que, estimulando a todos no cumprimento do dever, em todos se infiltrem para germe de probidade e são patriotismo.
Da nossa parte, a consciência nos impele a nos desobrigarmos dos deveres que temos para com a sociedade e a pátria. Eles nascem da fé que nos anima e vivifica. Temos fé, somos possuidores da verdade! Como não querer propagá-la? Como não difundi-la? Seria desumano que pretendêssemos insular a nossa fé nas inebriações de perene doçura extática.
É natural, é cristão, é lógico que devo pôr todo o empenho em que meu Deus seja conhecido e amado. Devo esforçar-me para que se dilate o seu reinado e ele – o meu Jesus – viva e reine, impere e domine nos indivíduos, na família e na sociedade. Devo esforçar-me, em tudo e por tudo, para que o meu Deus, Mestre e Senhor, viva e reine, principalmente, nos indivíduos, na família e na sociedade que, irmanadas comigo nos laços do mesmo sangue, da mesma língua, das mesmas tradições, da mesma história e do mesmo porvir, comigo vivem sobre a mesma terra, debaixo do mesmo céu.
Sim, ao católico não pode ser indiferente que a sua pátria seja ou não aliada de Jesus Cristo. Seria trair a Jesus; seria trair a pátria! Eis por que, com todas as energias de nossa alma de católicos e brasileiros, urge rompamos com o marasmo atrofiante com que nos habituamos a ser uma maioria nominal, esquecida dos seus deveres, sem consciência dos seus direitos. É grande o mal, urgente é a cura. Tentá-lo – é obra de fé e ato de patriotismo.
Cardeal Leme
“Que católicos são esses?”, 1916
Fonte: Deus e a pátria: Igreja e Estado no processo de Romanização na Paraíba (1894-1930) / Roberto Barros Dias. – João Pessoa, 2008.
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