22.03.2010 - Os bispos italianos manifestaram nesta segunda-feira "sua dor e vergonha" pelos escândalos de pedofilia que afetaram a Igreja Católica da Europa nas últimas semanas e expressaram sua solidariedade às vítimas.
"A pedofilia é algo aberrante e de uma gravidade moral ainda maior se for cometida por um sacerdote. Sentimos uma profunda dor e uma vergonha inapagável", declarou o cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI) durante uma assembleia de bispos.
Em seu discurso, Bagnasco elogiou a atitude do papa Bento XVI frente aos escândalos: "não calou nem encobriu a verdade, ainda que ela fosse dolorosa e odiosa", disse.
"Isso não quer dizer que a Igreja está disposta a ser desacreditada de forma generalizada", advertiu.
As palavras do líder da Igreja italiana foram pronunciadas poucos dias depois de terem sido denunciados vários casos de pedofilia na Itália.
Bento XVI expressou no sábado "vergonha e remorso" pelo ocorrido e se declarou profundamente consternado pelo sofrimento causado às vítimas em uma carta dirigida aos católicos da Irlanda depois das denúncias de centenas de casos de abusos sexuais nesse país durante décadas.
O cardeal Bagnasco afirmou que a Igreja italiana reforçou os mecanismos de formação dos candidatos ao sacerdócio, assim como a vigilância para prevenir "situações e fatos incompatíveis com a eleição de Deus".
Bagnasco lembrou que a pedofilia é um fenômeno "tragicamente presente" em diversos ambientes da sociedade e não apenas entre católicos, e convidou todas as pessoas a se questionarem "sobre uma cultura que considera positivos e sedutores comportamentos baseados em desejos individuais".
"Exasperar a sexualidade, o hedonismo e o relativismo sem limites causa muito dano", completou.
A carta do Papa aos irlandeses foi bem recebida pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, país em que o Papa nasceu e onde foram denunciados diversos casos, assim como pelo chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, que a qualificou nesta segunda-feira de "resposta extraordinária e eficaz".
Fonte: UOL noticias
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Lembrando...
Destacam mão firme do Papa Bento XVI frente aos casos abusos
19.03.2010 - VATICANO.- Em um boletim de imprensa em espanhol intitulado "A Igreja, entre a confiança e a desconfiança", a arquidiocese mexicana de Acapulco destacou a mão firme do Papa Bento XVI quem sempre rechaçou os casos de abusos sexuais cometidos por alguns membros do clero. Deste modo condenou a campanha da parte de alguns na mídia que só procuram agredir a Igreja Católica.
O texto assinala que "os casos de pederastia de alguns sacerdotes em diversas regiões do mundo, sobre tudo na Europa e nos Estados Unidos provocaram muita vergonha e dor. O Papa Bento XVI qualificou esta repugnante conduta como crime atroz que deve ser condenado em toda ocasião, sobre tudo quando é cometido por clérigos".
Depois de reconhecer que somente uns poucos dirigiram a informação nos meios adequadamente, o boletim adverte que "abundaram aqueles que magnificam os fatos com uma intenção dolosa de promover o desprestígio da Igreja e de semear a confusão em muitos dos fiéis".
Logo depois de comentar que a cifra total de abusos em diversos países é muitíssimo maior que o número daqueles cometidos por alguns membros do clero, precisando ainda que isto não os justifica absolutamente, a arquidiocese de Acapulco assinala que "não faltaram personagens públicos que se unissem a uma estratégia orientada a golpear a autoridade moral da Igreja com o fim de desqualificar suas ações e opiniões em campos como a defesa da vida, o respeito à família, a luta contra a corrupção pública e o trabalho pela justiça. Inclusive há quem apregoa que a Igreja deveria calar e argumentam que já não tem qualidade moral para isso".
Esta campanha, prossegue, parece não ter tido "êxito", pois uma recente pesquisa mostra que "a Igreja Católica ocupa o primeiro lugar na confiança dos mexicanos, quando o ano passado ocupava o terceiro lugar".
"Este fato revela que, apesar dos esforços impetuosos de alguns por enterrar a confiança na Igreja, esta se mantém como confiável ante muitos mexicanos de boa fé e que conhecem e valoram o trabalho dos laicos, os sacerdotes e as religiosas na vida cotidiana e em todos os rincões do país", conclui.
Fonte: ACI