21.03.2010 - “Hoje deve porém juntar-se a tudo isso, como bem sabeis, veneráveis irmãos e diletos filhos, o rádio, o cinema e a televisão, cujos espetáculos podem facilmente seguir-se mesmo dentro de casa. Destes meios podem surgir o estímulo ao bem e à honestidade, e até à prática da virtude cristã, mas infelizmente, sobretudo para a juventude, servem não raro de incentivo aos maus costumes, à corrupção, ao engano do erro e a uma vida licenciosa. Para neutralizar, pois, com todo o cuidado e diligência, o mau influxo destes meios perigosos, que se vai difundindo cada vez mais, é preciso recorrer às armas da verdade e da honestidade. À imprensa má e mentirosa‚ preciso contrapor a boa e verdadeira. Às transmissões de rádio e aos espetáculos cinematográficos e televisivos, tornados instrumentos de erro e de corrupção, é preciso contrapor outros em defesa da verdade e dos bons costumes. Assim, estas invenções recentes, que tanto podem como incentivo ao mal, tornar-se-ão para o homem instrumentos de bem e ao mesmo tempo meios de honesta distração; e o remédio virá da mesma fonte donde muitas vezes nasce o veneno.”
- João XXIII, Ad Petri Cathedram, n. 9
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O apóstolo diz que “[t]udo é permitido, mas nem tudo edifica” (1 Cor 10, 23). A programação que os meios de comunicação oferecem às nossas famílias é um projeto completo de desestruturação cristã. Os valores propagados pela televisão oferecem ideias totalmente contrárias àquilo que nos propõe a Igreja Católica, o seu Magistério e as Sagradas Escrituras. Enquanto as palavras de Jesus nos motivam a viver a santidade a cada dia, santidade essa que deve ser vivida através da castidade e do controle dos impulsos sexuais, as novelas, os programas de TV – leia-se Big Brother Brasil – incentivam a busca pelo prazer desordenado, pela satisfação dos próprios desejos, mesmo que esses sejam contrários à própria dignidade do homem e dos sacramentos. Em suma, a cultura moderna, influenciada pela mídia, põe o prazer no centro de tudo. Estabelece-se um culto ao hedonismo e a nossa juventude… a nossa juventude vai se perdendo.
Aliás, contraditórios os meios de comunicação. Promovem campanhas de todos os tipos para auxiliar os nossos jovens a se libertarem dos mais diversos vícios, mas, nas suas programações, acabam por incentivá-los a afundarem cada vez mais nos vícios da carne, nas impurezas que corrompem a alma. O problema não está com a religião em si. Já estamos inclusive cansados de ver a Rede Globo fazer propaganda espírita em suas novelas. O problema está especificamente com o cristianismo e seus métodos considerados retrógrados, atrasados, medievais. O compromisso da imprensa não é com a verdade, senão com o anticlericalismo, movimento que se estende por todo o mundo e busca levar as pessoas a se conscientizarem do suposto “perigo” que representa a Igreja, seus ensinamentos, suas leis.
Precisa-se de uma imprensa compromissada com a verdade. Precisa-se de uma imprensa que tenha consciência da importância de difundir valores benéficos para nossa sociedade. Não sejam eles submetidos às paixões e aos desejos humanos, mas que passem por toda uma metodologia que nos leve a concluir o que é de fato bom, justo e santo.
“[O] remédio – diz o Papa – virá da mesma fonte donde muitas vezes nasce o veneno”. Imploremos à Virgem Maria misericórdia, para que as nossas famílias tenham discernimento na educação dos filhos e possam mostrar a eles programas que edifiquem. Só assim poderemos ter um novo comportamento diante da crise moral que assola a humanidade.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com