Mudanças climáticas provocarão aumento de doenças, dizem especialistas


19.03.2010 - Mais poluição causará problemas respiratórios e cardiovasculares.
Verão extremamente quente prejudicará idosos.

As mudanças climáticas terão efeitos indiscutíveis na saúde, como o aumento das alergias e doenças transmitidas por mosquitos, e o aumento de problemas intestinais ligados à falta de água, advertiram nesta sexta-feira (19) em Paris especialistas em clima e saúde.

"Em 2050, um em cada dois verões (hemisfério norte) se assemelhará à onda de calor de 2003", que na França causou a morte de milhares de pessoas, indicou o diretor da Agência Sanitária do Meio Ambiente e do Trabalho (AFSSET), Dominique Gombert.

Segundo ele, já é possível prever que o aumento das temperaturas durante o verão provocará um forte avanço da mortalidade entre as pessoas mais velhas, ou frágeis. Além disso, as ondas de frio serão mais intensas, inclusive mais mortíferas, acrescentou o diretor.

Poluição

Alguns poluentes - como as partículas finas -, também aumentarão, devido ao aquecimento global, acrescentou. "Serão mais precoces e permanecerão por mais tempo", explicou Gombert.

"Esta poluição terá os mesmos efeitos dos picos de poluição atuais, que geram um aumento das doenças respiratórias (bronquite, asma) e problemas cardiovasculares, assim como uma sensibilidade maior às infecções causadas por micróbios", advertiu.

O aquecimento global provocará uma redistribuição da vegetação no território: por exemplo, a oliveira tentará subir para o norte.

Além disso, acrescentou, as árvores com pólen se estenderão, e por isso os períodos com muito pólen vão aumentar, o que provocará mais casos de alergias, indicou.

Câncer

São previstos também outros problemas de saúde, como cânceres de pele, devido à intensificação dos raios solares, e o aumento das doenças como a febre tifóide ou a cólera, porque a água será mais escassa e mais contaminada, alertou.

O especialista ressaltou que, embora as ameaças dos efeitos do aquecimento planeta pareçam claras, as medidas para proteger a saúde das pessoas são menos evidentes.

Para reduzir os fatores de risco, será preciso desenvolver a cultura da "adaptação", mas essa meta se depara com dificuldades, como a falta de interesse dos médicos, afirmou outro especialista.

"O aquecimento global é um tema que interessa aos meios de comunicação, mas menos aos médicos", lamentou William Dab, professor da cátedra de Higiene e Segurança no Conservatório Nacional das Artes de Paris.

Segundo ele, as mudanças climáticas não são "um risco a mais", entre outros, e sim "uma mudança de escala do risco", dada a quantidade de pessoas expostas.

O Observatório Nacional sobre os Efeitos do Aquecimento Global (Onerc) sugere algumas maneiras de combater esses efeitos das mudanças climáticas na saúde, entre elas umas supervisão maior dos agentes infecciosos e da qualidade da água e do ar.

Fonte: G1

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Lembrando...

OMS alerta para aumento do risco de epidemias, doenças infecciosas estão se propagando

23.08.2007 - Doenças infecciosas estão se propagando mais depressa do que nunca, de acordo com o relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com cerca de 2,1 bilhões de pessoas viajando de avião todos os anos, há um grande risco do surgimento de outras grandes epidemias como aids, Sars ou febre de Ebola.

A OMS pede mais esforços para combater surtos de doenças e que sejam compartilhados dados sobre vírus para ajudar a desenvolver vacinas. Em um relatório intitulado Um Futuro Mais Seguro, a entidade diz temer que a falta de ação no combate aos surtos possa ter um impacto devastador sobre a economia global e a segurança internacional.

Segundo a OMS, novas doenças estão surgindo em um ritmo "historicamente sem precedentes" de uma por ano. Desde a década de 70, 39 novas doenças se desenvolveram e, só nos últimos cinco anos, a OMS identificou mais de 1,1 mil epidemias, incluindo cólera, pólio e gripe aviária.

"Seria extremamente ingênuo e complacente pensar que não haverá uma outra doença como a aids, uma outra Ebola e outra Sars, mais cedo ou mais tarde", diz o relatório. Compartilhar dados médicos, habilidades e tecnologia entre nações ricas e pobres é "uma das rotas mais viáveis" para segurança sanitária, afirma.

A OMS está envolvida em uma disputa com a Indonésia em relação a amostras do vírus H5N1, que provoca a gripe aviária. O governo indonésio se recusa a compartilhar suas amostras com a OMS em meio a temores de que empresas farmacêuticas usem esses vírus para fabricar vacinas que sejam caras demais para aquisição pela Indonésia.

A China só começou a compartilhar suas amostras de H5N1 em junho.

O relatório da OMS também pede aos governos que sejam mais transparentes em relação a surtos de doenças, dizendo que quase a metade de todos os alertas que recebe chegam pela imprensa.

Resistência a medicamentos também representa uma ameaça para o controle de doenças, de acordo com a OMS, que culpa o mau uso de antibióticos e tratamento médico ruim pelo problema, destacando o caso da tuberculose.

Na introdução do relatório, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que a cooperação é crucial para combater surtos.

"Dada a vulnerabilidade universal de hoje a estas ameaças, a melhor segurança é a solidariedade global", afirmou Chan. "Segurança internacional de saúde pública é tanto uma aspiração coletiva quanto uma responsabilidade mútua."

Brasil, Argentina, Canadá, México, Peru e Estados Unidos são mencionados como exemplos de países que já criaram Centros de Operação de Emergência que os permitirão concentrar informações sobre epidemias e coordenar uma resposta a uma situação real ou potencial de emergência sanitária.

O Brasil também é mencionado como o primeiro país em desenvolvimento a fornecer terapia antiretroviral para a aids através de seu sistema público de saúde.

Fonte: Terra notícias

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"Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu". (Lc 21,11)


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