11.03.2010 - As mudanças no clima da capital paulista nos últimos anos transformaram a cidade em uma "candidata forte" a ter grandes epidemias de dengue, segundo o diretor do Centro de Referência da Dengue de Campos dos Goytacazes, Luiz José de Souza.
"Acho que São Paulo vai ter epidemias futuras graves, pode não ser neste ano, mas nos próximos, porque em São Paulo houve a mudança de temperatura brusca".
Segundo Souza, quem conhecia São Paulo no passado, "aquele friozinho, aquela chuvinha fininha", percebe hoje que a cidade passou a ter calor, tempestades constantes e muitos alagamentos. "Ou seja, tudo o que o mosquito gosta tem na capital", afirmou o especialista em entrevista à Agência Brasil.
O professor de saúde pública da Universidade de São Paulo (USP), Gonzalo Vecina, concorda com a avaliação de Souza, mas ressalta que, mesmo assim, a propagação da doença pode ser controlada.
"É possível que o poder público controle a proliferação do mosquito transmissor da dengue, mas, a probabilidade de você ter uma epidemia, se o poder público esmorecer ou se a população não levar isso a sério, é muito grande", alertou Vecina.
Luiz José de Souza destaca a importância de preparar o sistema de saúde para diagnosticar a dengue com rapidez e tratar a doença com eficiência. "Tem que se organizar na assistência. Fazer o diagnóstico o mais rápido possível, o reconhecimento da doença, para poder fazer o tratamento adequado em tempo hábil".
Nos dois primeiros meses deste ano, foram confirmados 67 casos de dengue na cidade de São Paulo, mais do que o dobro de igual período do ano passado (26). A Secretaria Municipal de Saúde ressalvou que apesar desse número, a infestação ainda é considerada baixa, por ser inferior a 100 casos por 100 mil habitantes. Historicamente, o maior número de casos na capital paulista se registra nos meses de março e abril.
Como a ocorrência da dengue é anual, principalmente nos meses mais quentes, Gonzalo Vecina destaca a importância de que as medidas de prevenção acompanhem essa periodicidade. "A dengue é que nem limpar casa, todo dia é de limpar casa", comparou.
Segundo Vecina, epidemias muito fortes, como as que começam a ocorrer em alguns municípios paulistas, decorrem do descuido das autoridades. Ele explicou que, sempre que a epidemia ocorre e foge do controle, a autoridade pública usou "de maneira inadequada" a sua capacidade de mobilizar as pessoas para que controlassem os locais onde os mosquitos crescem.
Para José Luiz de Souza, os problemas de infraestrutura do país impedem a erradicação completa da doença e atrapalham na prevenção.
Ele destacou que a melhor prevenção é o trabalho combater o vetor, embora isso seja muito difícil no país, por problemas de infraestrutura.
"Condições de saneamento básico, condições habitacionais, temos hoje favelização crescente, abastecimento de água inadequado". De acordo com ele, a única solução definitiva para o problema seria uma vacina que combatesse os quatro tipos de vírus existentes.
Fonte: Terra noticias
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Lembrando em 2007...
Aquecimento aumentará casos de doenças como a dengue e a malária na América Latina
10.04.2007 - O aquecimento global aumentará o número de casos de doenças como a dengue e a malária na América Latina, advertiram nesta terça-feira (10) em Buenos Aires especialistas sobre o impacto das mudanças climáticas na região.
"Não se pode descuidar do aspecto da saúde quando se fala em mudança climática. Há uma diferença importante na dispersão de doenças como a dengue ou a malária na América do Sul", indicou o cientista argentino, Osvaldo Canziani.
Canziani é vice-presidente do Grupo de Trabalho II, que estuda os "Impactos, vulnerabilidade e Adaptação à Mudança Climática" dentro do Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima da ONU (IPCC, pela sigla em inglês).
A especialista Graciela Magrin, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) e integrante do Instituto do Clima e Água da Argentina, afirmou que "as mudanças no clima vão favorecer o desenvolvimento de doenças como a dengue".
Segundo o IPCC, a América Latina pode enfrentar mais furacões, mais secas, tempestades, chuvas de granizo e desertificação nos próximos anos. "Entre os anos 2000 e 2005, a região teve 2,5 vezes mais fatores climáticos extremos do que entre 1970 e 2000 e esta é a tendência", advertiu Magrin.
Mas, segundo especialistas, a falta de informação básica, de bons sistemas de informação e a ausência de políticas coordenadas são as mais graves falhas da América Latina para prevenir e suavizar o impacto da mudança climática.
"Controlar os dados meteorológicos é uma responsabilidade, e os governos não fazem isso", denunciou Canziani em entrevista à imprensa na sede do Centro de Informação das Nações Unidas para a Argentina e o Uruguai (CINU).
O cientista responsabilizou os governos da região pela falta de visão política e de planejamento para a prevenção, a adaptação e a redução do impacto das ocorrências climáticas. "Não é o clima o elemento que gera os problemas, e sim o aumento da população, os problemas ambientais, os aspectos sociais e econômicos", acrescentou.
Fonte: Globo.com
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"E vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu cavaleiro tinha por nome Morte; e a região dos mortos o seguia. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra, para matar pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras". (Ap 6,8)