Eutanásia: desrespeito à integridade da vida humana


05.02.2010 - O G1 noticiou: Cientistas conseguem se comunicar com paciente em estado vegetativo. “Um grupo de cientistas europeus conseguiu estabelecer uma comunicação com um paciente em estado vegetativo, em que este respondia mentalmente ‘sim’ ou ‘não’ às perguntas dos estudiosos.” Segundo informam os pesquisadores, “o estudo abre o caminho para que o paciente em estado vegetativo possa tomar decisões quanto ao seu tratamento”.

A notícia é, de certo modo, consoladora. Afinal, o drama da eutanásia se revela como uma ação arbitrária já por diversas vezes condenada pelo Sagrado Magistério da Igreja. O que os cientistas mostram, com as pesquisas que foram realizadas, é que os pacientes que vivem em estado vegetativo e experimentam o difícil drama do sofrimento devem ter, em primeiro lugar, a sua dignidade de vida respeitada. Vida: aqueles que estão sofrendo vivem. A nossa repugnância diante do sofrimento não pode ser justificativa para interferimos no direito que o outro tem à vida.

Inclusive o Santo Padre, em discurso Ad Limina aos bispos da Escócia hoje, falou mais uma vez sobre o drama da eutanásia. Destacou:

Admitir a eutanásia entra em atrito com o cerne da compreensão cristã da dignidade da vida humana. Os recentes desenvolvimentos no campo da ética médica e algumas das práticas preconizadas no campo da embriologia são motivo de grande preocupação. Se o ensinamento da Igreja é comprometido, mesmo que ligeiramente, em uma dessas áreas, então torna-se difícil defender a plenitude da doutrina católica de forma integral. Os Pastores da Igreja, portanto, devem continuamente alertar os fiéis a uma completa fidelidade ao Magistério da Igreja, ao mesmo tempo que protejam e defendam o direito da Igreja a viver livremente na sociedade, de acordo com suas crenças.”

(Papa Bento XVI, Discurso à Conferência Episcopal da Escócia, § 4; 5 de fevereiro de 2010)

A dignidade da vida humana foi elucidada de modo especial pelo cristianismo. À nossa civilização causam repugnância os desrespeitos diretos à vida humana, como o aborto e a eutanásia. Também porque a nossa consciência é modelada pelos valores judaico-cristãos, mas principalmente porque a lei moral natural, que Deus imprimiu no coração do homem, rejeita automaticamente toda e qualquer espécie de injustiça. O mundo secularizado hoje põe as suas paixões acima da razão. O egoísmo impera no coração do homem e obscurece a razão, fazendo com que assuntos como aborto ou eutanásia sejam totalmente banalizados, como se a vida do outro não fosse importante; como se a sociedade pudesse aceitar a prática de crimes com indiferença.

Por fim, cito a oportuníssima colocação do Papa João Paulo II na Evangelium Vitae: “a verdadeira compaixão, de fato, torna solidário com a dor alheia, não suprime aquele de quem não se pode suportar o sofrimento” (n. 66). O sofrimento é uma realidade dura da existência humana, mas não pode de modo algum estar inserido num argumento para a defesa dum assassinato. A verdadeira compaixão, observa o Papa, “torna solidário com a dor alheia”.

Solidariedade: a nossa sociedade esqueceu o que isso significa. Esqueceu também que problemas difíceis – como é a questão do sofrimento – não podem ser resolvidos com soluções cruéis e desumanas. Que Nossa Senhora, Virgem das Dores, ajude a humanidade a encontrar a esperança mesmo em meio ao sofrimento, ensinando-a que a vida é um bem precioso e que não pode ser suprimido em nome de falsos sentimentos de “compaixão”.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


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