03.02.2010 - Segundo pesquisadores, fenômeno aparece após três anos com a mais baixa atividade solar em quase um século.
A atividade na superfície do Sol vem se intensificando e poderá provocar interferências nas redes de comunicação da Terra nos próximos dois anos, segundo adverte um grupo de cientistas em antecipação ao lançamento de um novo observatório solar da Nasa, a agência espacial americana.
Novas fotos feitas por telescópios espaciais mostram um aumento significativo das chamadas labaredas solares e de regiões de poderosos campos magnéticos conhecidos como pontos solares após um período com a mais baixa atividade solar em quase um século.
A atividade solar intensa pode prejudicar o campo de proteção magnética da Terra, provocando sérios problemas nos sistemas de comunicação e até mesmo nos sistemas de distribuição de energia elétrica.
Segundo os cientistas, o pico da atividade solar poderá ocorrer em meados de 2012, elevando o risco de problemas com transmissões de televisão e redes de internet e o risco de apagões durante os Jogos Olímpicos de Londres.
‘Maluco’
“Nos últimos três anos, a superfície do Sol havia se acalmado bastante por um tempo. A cada 11 anos as labaredas reaparecem, e de repente vemos a retomada dessa atividade”, afirma a astrônoma Heather Couper, ex-presidente da Associação Britânica de Astronomia.
“O Sol é uma grande massa magnética, e se há qualquer interrupção nos campos magnéticos, o Sol fica meio maluco, então temos essas incríveis explosões e labaredas e coisas que provocam fenômenos como as auroras boreais”, explica Couper.
“Quando o Sol tem uma labareda, isso pode realmente afetar as conexões elétricas no nosso planeta. Isso já provocou até mesmo no passado a interrupção dos negócios nas bolsas de valores de Tóquio e no Canadá”, diz a astrônoma.
Sem explicações
Apesar de os cientistas conhecerem bem as consequências do aumento da atividade solar, eles ainda não têm muitas explicações para a origem do fenômeno, muito menos condições de prever sua ocorrência.
Os pesquisadores esperam que o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa, nesta semana, os ajude a coletar dados que os ajudem a dar avisos antecipados da ocorrência de labaredas solares e de tormentas magnéticas.
Segundo eles, as consequências podem ser minimizadas com o desligamento de circuitos eletrônicos sensíveis antes das tormentas magnéticas, reduzindo o risco de danos a satélites de transmissão.
A sonda da Nasa, que deverá ser lançada no sábado, ficará na órbita da Terra por cinco anos para investigar as causas da atividade solar intensa.
fonte: G1
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Tempestade solar ameaça comunicações em Olimpíada de 2012
Laboratório inglês alerta sobre possível falha nas comunicações de Londres-2012
Uma tempestade solar é a principal ameaça ao funcionamento das redes de televisão e de internet durante a Olimpíada de Londres, em 2012. Este é o prognóstico de Richard Harrison, da Rutherford Appleton Laboratory, de Oxfordshire, na Inglaterra. A previsão foi feita às vésperas do lançamento, nesta semana, do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa.
A sonda que a Nasa pretende lançar neste sábado passará cinco anos orbitando a Terra, investigando as causas da extrema atividade solar como os ventos solares e as erupções violentas a partir de sua atmosfera.
Citado hoje pelo jornal The Times, o professor Harrison disse que esses fenômenos podem expor os astronautas a doses mortíferas de partículas, além de tornar os satélites inativos e provocar erros e problemas em todo os tipos de serviços de comunicações.
Embora os picos na atividade solar possam perturbar as comunicações terrestres e por satélite, foi praticamente impossível até agora prever as tempestades solares. Os cientistas esperam que as informações que terão graças ao observatório os ajudem a saber, antecipadamente, sobre a ocorrência de labaredas solares e tormentas magnéticas.
O observatório analisará, entre outras coisas, os campos magnéticos do Sol e as mudanças de energia do vento solar, as partículas energéticas e as variações de sua radiação. O lançamento acontecerá em um momento em que o Sol volta a dar sinais de agitação após vários anos de quase inatividade, segundo os astrônomos.
Entre 2008 e 2009, houve mais de 250 dias sem manchas solares, um recorde desde 1913, mas nas duas últimas semanas foram registradas duas labaredas solares, o que pode significar que o Sol está entrando em uma fase mais ativa de um novo ciclo. Para o cientista britânico, o lançamento não podia ser mais oportuno.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Baixa atividade do sol intriga astrônomos
21.04.2009 - O sol passa por um de seus períodos mais quietos por quase um século, praticamente sem manchas solares (explosões na atmosfera solar) e emitindo poucas chamas.
A observação da estrela mais próxima da Terra está intrigando os astrônomos, que estão prestes a estudar novas imagens do sol captadas no espaço na Reunião Nacional de Astronomia do Reino Unido.
O sol normalmente passa por ciclos de atividade de 11 anos. Em seu pico, ele tem uma atmosfera efervescente que lança chamas e "pedaços" gasosos super quentes do tamanho de pequenos planetas. Depois deste pico, o astro normalmente passa por um período de calmaria.
Esperava-se que o sol voltasse a esquentar no ano passado depois de uma temporada de calmaria. Mas em vez disso, a pressão do vento solar chegou ao seu nível mais baixo em 50 anos, as emissões radiológicas são as mais baixas dos últimos 55 anos e as atividades mais baixas de manchas solares dos últimos 100 anos.
Segundo a professora Louise Hara, do University College London, as razões para isso não estão claras e não se sabe quando a atividade do sol vai voltar ao normal.
"Não há sinais de que ele esteja saindo deste período", disse ela à BBC News.
"No momento, há artigos científicos sendo lançados que sugerem que ele vai entrar em um período normal de atividade em breve."
"Outros, no entanto, sugerem que ele vai passar por outro período de atividades mínimas - este é um grande debate no momento."
Mini era do gelo
Em meados do século 17, um período de calmaria - conhecido como Maunder Minimum - durou 70 anos, provocando uma "mini era do gelo".
Por isso, alguns especialistas sugeriram que um esfriamento semelhante do sol poderia compensar os efeitos das mudanças climáticas.
Mas segundo o professor Mike Lockwood, da Universidade de Southhampton, isso não é tão simples assim.
"Quisera eu que o sol estivesse vindo a nosso favor, mas, infelizmente, os dados mostram que não é esse o caso", disse ele.
Lockwood foi um dos primeiros pesquisadores a mostrar que a atividade do sol vinha decrescendo gradualmente desde 1985, mas que, apesar disso, as temperaturas globais continuavam a subir.
"Se você olhar cuidadosamente as observações, está bem claro que o nível fundamental do sol alcançou seu pico em cerca de 1985 e o que estamos vendo é uma continuação da tendência para baixo (na atividade solar), que vem ocorrendo há cerca de duas décadas."
"Se o enfraquecimento do sol tivesse efeitos resfriadores, já teríamos visto isso a esta altura."
Meio termo
Análises de troncos de árvores e de camadas inferiores de gelo (que registram a história ambiental) sugerem que o sol está se acalmando depois de um pico incomum em sua atividade.
Lockwood acredita que, além do ciclo solar de 11 anos, há uma oscilação solar que dura centenas de anos.
Ele sugere que 1985 marcou o pico máximo deste ciclo de longo prazo e que o Maunder Minimum marcou seu ponto mais baixo.
Para ele, o sol agora volta a um meio termo depois de um período em que esteve praticamente no topo de suas atividades.
Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) mostram que as temperaturas globais subiram em média 0,7 C desde o início do século 20.
As projeções do IPCC são de que o mundo vai continuar a esquentar, e a expectativa é de que as temperaturas aumentem entre 1,8 C e 4 C até o fim deste século.
Ninguém sabe ao certo como funciona o ciclo e altos e baixos na atividade solar, mas os astrônomos se veem, agora, graças a avanços tecnológicos, em uma posição privilegiada para estudar o astro-rei.
Segundo o professor Richard Harrison, do Laboratório Rutheford Appleton, em Oxfordshire, este período de quietude solar dá aos astrônomos uma oportunidade única.
"Isso é muito animador, porque como astrônomos nunca vimos nada assim em nossas vidas", disse ele.
"Temos uma sonda lá no alto para estudar o sol com detalhes fenomenais. Com esses telescópios podemos estudar esta atividade mínima de um modo que nunca fizemos no passado."
Fonte: UOL notícias