O problema é aquela velha diferenciação entre laicidade e laicismo. Aquele é o princípio pelo qual o Estado deve proteger as religiões; esse, a idéia pela qual se implanta um Estado totalitário ateu, que reprime as religiões e qualquer forma de manifestação religiosa. No Brasil, uma clara representação desse movimento laicista é a tentativa de retirar símbolos religiosos de repartições públicas, que estava no roteiro do PNDH-3, condenado recentemente pelos bispos do Brasil. No mundo, o totalitarismo anti-religioso age escabrosamente: no Vietnã, recentemente, lemos a notícia da destruição da Cruz por autoridades civis. Em países orientais, a perseguição aos cristãos é grande…
Dessa vez, é notável o laicismo na Inglaterra: Cristianismo está se tornando ilegal no Reino Unido. O que lemos é perturbador: “A companhia aérea British Airways permite que suas funcionárias muçulmanas usem hijab, permite que os funcionários judeus usem o quipá, sikhs usem braceletes religiosos, mas cristãos não podem usar crucifixos.” As pessoas estão sendo proibidas de realizarem suas manifestações religiosas, mesmo as mais simples. E o mais interessante, nesse caso, é que a perseguição é particular dos cristãos. Muçulmanos e judeus podem manifestar cultos externos, mas cristãos, não. E por quê? Por que a Inglaterra, assim como tantos países do mundo inteiro, despreza tanto a religião, em especial, o Cristianismo, que moldou por tanto tempo a Europa?
Não, não estaríamos errados se disséssemos que o mundo rejeita Cristo. Não estaríamos nos equivocando se ousássemos anunciar que o cristianismo é perseguido pelo mundo. A pergunta é: por quê? Afinal, por que o cristianismo, em especial?
Para responder a essa pergunta, é preciso que reviremos toda a história da religião cristã. Olhemos para Jesus. Ele foi crucificado e morto porque se declarava Filho de Deus, porque anunciava e dava testemunho da Verdade. Naquele tempo, Ele foi considerado um blasfemo. Hoje, em meio ao relativismo, seria considerado um ignorante e seria também tratado da mesma maneira que foi há aproximadamente 2000 anos atrás. O Cristianismo, ao apresentar uma Verdade objetiva, única, inescapável, mexe com o comodismo do homem. Por isso é perseguido, por isso é tão mal visto em nossos tempos; porque mostra ao homem que, para que ele seja de fato feliz, é preciso que renuncie a certos comportamentos; porque ensina ao homem que ele nunca poderá ser sábio se submeter a sua razão às paixões da sua carne.
Porque ensina que é preciso se sacrificar para que se construa um verdadeiro amor. O crucifixo é o símbolo máximo desse sacrifício, dessa doação. Ao homem moderno, no entanto, soa absurda a idéia do dar-se, afinal, a nossa sociedade está contaminada pelo egoísmo e pelo amor por si mesmo. Então, o que fazer com o crucifixo? Censura! Afinal, se a Cruz é realmente verdadeira, então o homem está equivocado em seus conceitos e em seu modo de vida. Em outras palavras, a Cruz hoje diz ao homem: “Veja só: Eu me doei por seus pecados e você me ignora, e você continua pecando. Eu morri pelo amor, e você vive desprezando o seu semelhante”.
A Cruz é loucura para os que se perdem, já dizia a Sagrada Escritura. É uma dura realidade, e uma realidade que permanece no passar dos tempos. O Cristianismo incomoda; e sempre vai incomodar, pois denuncia a hipocrisia do homem.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/