01.02.2010 - JERUSALÉM.- Enquanto ainda não cessava a repercussão internacional do artigo do escritor francês de origem judaica, Bernard-Henri Lévy, em defesa de Pio XII e da sua atuação durante a 2ª Guerra Mundial, o jornal israelense Haaretz publicou, em sua edição do dia 24 de janeiro, um artigo do escritor americano independente Dimitri Cavalli, seguindo a mesma linha.
O artigo foi publicado também pelo L'Osservatore Romano, em sua edição de hoje.
Cavalli, escritor e editor independente que reside em Nova York, especialista em Pio XII (atualmente prepara um livro sobre ele) e cujas colunas aparecem em jornais como Wall Street Journal e New York Times, afirma que “a campanha contra Pio XII está destinada ao fracasso”.
“Seus detratores não têm nenhuma prova para sustentar sua principal acusação: a de que guardou silêncio, de que foi favorável ao nazismo e a de que fez pouco ou nada para ajudar os judeus.”
Para Cavalli, as provas que se têm daquele período revelam o contrário, e recorda que, em 1933, ainda sendo secretário de Estado, o cardeal Pacelli “ordenou ao núncio apostólico na Alemanha que procurasse o que poderia ser feito para contra-arrestar as políticas antissemitas do nazismo”.
Recorda também que a encíclica Mit brennender Sorge, cujo rascunho foi obra de Pacelli, “foi considerada pelos alemães como uma ameaça à segurança”, até o ponto de que, ao ser eleito papa, “Joseph Goebbels, ministro alemão de propaganda, escreveu em seu diário que o Führer considerou a ideia de abolir a concordata”.
“Durante a guerra, o Papa não ficou em silêncio: em numerosos discursos e encíclicas, defendeu os direitos humanos de todos”, afirma Cavalli.
“Depois de ter examinado atentamente a Mensagem de Natal de Pio XII, o Escritório Central do Reich para a Segurança escreveu que o Papa havia repudiado a Nova Ordem Nacional-Socialista europeia e que acusava virtualmente o povo alemão de injustiça com relação aos judeus, agindo como seu porta-voz.”
“Consulte qualquer livro crítico contra Pio XII e você não achará nenhum traço deste importante informe”, acusa Dimitri Cavalli.
O escritor também afirma que, durante a guerra, “encarregados do Papa ordenaram frequentemente aos representantes diplomáticos vaticanos em regiões ocupadas pelos nazistas e nos países do Eixo que interviessem em nome dos judeus em perigo”.
Recordando que até 1958 “muitas organizações e líderes judeus” elogiaram a atuação do Papa, Cavalli reproduz uma destas intervenções, a de Alexander Shafran, rabino-chefe de Bucareste, em uma carta ao núncio apostólico na Romênia.
“Talvez somente em um mundo do avesso como o nosso, o único homem que, no período bélico, fez mais do que qualquer outro líder por ajudar os judeus e outras vítimas do nazismo, recebe uma condenação tão dura”, conclui Cavalli.
Fonte: www.zenit.org
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Lembrando...
Pio XII assumiu grandes riscos para salvar a milhares de judeus, explica Prefeito
02.06.2009 - Vaticano.- Ao apresentar a nova edição dos documentos sobre o processo Galileu Galilei, o Prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, Dom Sergio Pagano, explicou que em 5 ou 6 anos se dariam a conhecer os documentos relacionados ao pontificado de Pio XII que demonstram que salvou da morte a centenas de milhares de judeus durante a Segunda guerra mundial derrubando a lenda negra que alguns promovem em seu contrário.
Na apresentação, o Prelado destacou que Pio XII "foi um grande Papa, que, como sabem, é atacado por seu presumido silêncio sobre a Shoah; mas em realidade ele fez muitas coisas pelos judeus e por prisioneiros da Segunda guerra mundial".
D. Pagano precisou, conforme explica a Rádio Vaticano, que 20 arquivistas estão trabalhando a tempo completo nos milhões de páginas de documentos em mais de 15 mil lotes do pontificado de Pio XII, quem salvou da morte 800 mil judeus como refere a história.
"Temos os arquivos da Secretaria de Estado, mas também das nunciaturas, que são muitíssimos", explicou. "Haverá algumas surpresas agradáveis, inclusive no que se refere aos judeus", precisou.
"O Papa Pio XII assumiu grandes riscos, inclusive riscos pessoais muito grandes, para salvar judeus. Não posso dizer mais agora, mas quem queira abrir os olhos, em cinco ou seis anos poderá fazê-lo", disse Dom Pagano.
Fonte; ACI