27.01.2010 -Um fenômeno natural vem instigando e amedrontando moradores do bairro de Santana, comunidade típica tirolesa localizada a 20 quilômetros de Piracicaba. São raios em forma de bola de fogo, que no final de semana passado invadiram duas casas, queimando aparelhos eletrônicos, destruindo paredes, móveis, telhados, canos d'água, antenas e outros itens. Ninguém saiu ferido.

Era por volta das 17 horas de sábado (24) quando começou a chover forte em Santana. Com medo da chuva, Henriqueta Forti Vitti, 83, abriu a porta da casa, que fica próxima da igreja, e ficou observando a tempestade. Viu uma bola de fogo entrar pela sala, bater e destruir o azulejo da parede da cozinha, repicar sobre a mesa da televisão e sobre o chão, bater num minicalendário de imã - que ficou queimado - e derrubar todos os demais enfeites da geladeira. Depois sumiu.

'Eu sentei na cadeira da cozinha para pensar sobre o que tinha acontecido e só então fui reparar nos estragos. Agora estou com medo. Quando começa a chover, fecho a porta', contou Henriqueta, que vive com um filho.

Na casa de Alcides Vitti, localizada num lugar mais descampado, o raio do sábado atingiu o telhado, quebrou cerca de 40 telhas, parte de uma viga e um cano d'água. Desceu pela antena parabólica, atingindo todos os aparelhos eletrônicos da casa, com exceção da geladeira e de uma TV, destruindo ventiladores de teto, tomadas, telefone, partindo o chuveiro ao meio. 'Foi uma grande sorte não ter ninguém em casa', comentou Antonia Souza Rocha, mulher de Alcides.

Eleni Geraldini Vitti, parente que mora próxima - e que há dois meses perdeu o sobrinho, Murilo Stenico, 26, atingido por um raio -, disse que a força do raio que afetou a casa, destruiu aparelhos eletrônicos de outras residências nas proximidades. Ela contou que algumas pessoas relataram ter visto dois raios em forma de bola de fogo.

A família entrou em contato com a Associação de Moradores de Santana. A dúvida é sobre o funcionamento do pararraio da igreja, que deveria servir de proteção ao bairro, mas ninguém sabe dizer se está precisando de manutenção.

Explicação

Os raios em forma de bola de fogo, também chamados de raios globulares, são fenômenos possíveis. De acordo com sites especializados no tema, esse tipo de descarga elétrica consiste num balão de plasma ou gás fortemente ionizado, que se forma em tempestades, mas também pode ocorrer com tempo bom. Sua velocidade pode chegar a 100 quilômetros por hora, com dinâmica independente da direção do vento ou da gravidade. Interfere nas emissões de rádio, deixa marcas de queimaduras e outros rastros no chão.

No interior do Brasil, esses raios podem ser conhecidos como mãe-do-ouro pois, segundo a lenda, seu surgimento indica a existência desse metal no subsolo da região.

As pesquisas não evoluíram muito a respeito desse fenômeno. Pelo pouco, terminam geralmente em uma explosão ou desaparecem repentinamente, sendo capaz de atravessar paredes e janelas de casas.

Já chegaram a ser confundidos com óvnis e, até meados do século passado, eram considerados ilusão de ótica. Mas a comunidade científica acabou revendo seus conceitos depois da publicação de artigos que relatavam esses aparecimentos.

A teoria mais recente para explicar essa origem indica, segundo pesquisadores da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, que o intenso calor gerado pela penetração de um relâmpago comum no solo, produz diversos compostos somados a pequenas partículas de silício, denominadas nanopartículas, que 'se unem formando uma rede de filamentos e armazenam certa energia química.

Ao cessar a descarga elétrica, esses filamentos se vaporizam e adquirem a forma de uma esfera. À medida que se oxidam lentamente no ar, essas partículas perdem a energia armazenada e emitem luz e calor. Tudo isso em alguns poucos milisegundos. Como a esfera se forma apenas no fim desse processo, ou seja, da vaporização à oxidação, o observador tem a impressão que ela se materializou no ar.

Fonte: http://cosmo.uol.com.br

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"Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu". (Lc 21,11)