Britânicos querem transformar o heavy metal em religião


19,01,2010 - Já dizia a banda alemã Helloween: “Heavy metal is the law” (Heavy metal é a lei), mas os britânicos querem mais. Não basta ser a lei, tem que ser religião. Pelo menos é o que pretende a revista Metal Hammer, que lançou uma campanha para que a vertente do rock seja reconhecida como religião no próximo censo do Reino Unido, que acontece em 2011.

A revista segue a onda dos fãs de “Star Wars”, que conseguiram transformar o Jedismo em religião. Em 2001, mais de 390 mil pessoas da Inglaterra e do País de Gales se declararam “Jedi” ao censo do Reino Unido, fazendo a nova crença figurar entre as mais populares do país, ficando atrás apenas do cristianismo, islamismo e hinduísmo.

Para fazer do heavy metal a mais nova religião dos britânicos, a Metal Hammer conta com a ajuda de um embaixador, Biff Byford, vocalista do Saxon. “Fazer o heavy metal ser reconhecido como religião é uma boa forma de se rebelar, não é? Isso realmente vai ser uma coisa muito legal”, disse o músico.

O editor da Metal Hammer, Alexander Milas, justifica sua campanha ao site Gigwise: “Desde que o Black Sabbath lançou seu primeiro álbum há 40 anos, o heavy metal cresceu e se tornou uma das instituições culturais mais significativas do Reino Unido, e um fenômeno global”.

Além de incentivar os fãs a responder o censo, a revista também pergunta quem teria uma posição de prestígio na futura Igreja do Heavy Metal, além de possíveis cidades e lugares que poderiam fazer parte da comunidade da nova crença britânica.

Fonte: Yahoo

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo do Padre José do Vale: A Praga das Seitas

16.10.2009 “O Espírito diz expressamente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, dando atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas” (I Tm 4,1).

Segundo Marilyn McGuire, diretora executiva da “New Age Publishing and Retailing Alliance”, existem cerca de 2.500 livrarias sobre ocultismo nos Estados Unidos e mais de 3.000 editores de livros e revistas de ocultismo. As vendas de livros da Nova Era em essencial são calculados em um bilhão de dólares por ano. Isso torna o movimento da Nova Era uma indústria multibilionária, e tais indústrias recebem a atenção das empresas e das autoridades americanas (1).
Segundo o padre Oscar Quevedo, SJ, estudioso das seitas, só no Brasil existem mais de 56 mil seitas e religiões.
O Papa João Paulo II chegou a dizer a um grupo de Bispos do Brasil em Roma, em 1995, que as seitas, “se espalham na América Latina como uma mancha de óleo, ameaçando fazer ruir as estruturas de fé de muitas nações” (2).-

O QUE É UMA SEITA

Dave Breese em seu livro ‘Conheça as Marcas da Seita’, define o que é uma seita: “A seita é uma perversão religiosa. É uma fé e uma prática centralizada em doutrina falsa, no mundo da religião que exige devoção para um ponto de vista, ou para um líder religioso. É uma heresia organizada”.
O especialista em seitas Dr. Walter Martin define assim: “Um grupo de indivíduos reunidos em torno de uma interpretação errônea da Bíblia, feita por uma ou mais pessoas”.
O autor do livro ‘Como Responder às Seitas’, Hubert F. Beck escreve: “As seitas, portanto, no pior sentido dos termos, são cismáticas e heréticas” (3).
São as heresias que dão fundamentos as seitas. O que é heresia? Doutrina errônea, sustentada voluntária e obstinadamente, por quem, já tendo alguma vez admitido a fé cristã, nega alguma das verdades proposta pela Igreja como reveladas.
Os sociólogos Max Weber e Ernest Troeltsch definem a seita como uma sociedade contratual para distingui-la de uma organização eclesiástica institucional.
A seita é um grupo de pessoas que separado da Igreja por meio de um líder ou líderes que se enganando por uma falsa revelação ou interpretação errada da Bíblia passar à frente a sua experiência religiosa enganadora. Dentro desse contexto dois fatores aparecem: o poder econômico e político.

IGREJAS E SEITAS

Um século atrás, o pioneiro sociólogo Max Weber tentou definir as diferenças entre as organizações religiosas da Europa, em passagens que soam como se ele estivesse analisando as realidades religiosas de hoje no Norte e no Sul do globo. As Igrejas, na visão de Weber, são organismos formais que intelectualizam os ensinamentos religiosos e limitam o emocionalismo em seus ofícios. Oferecem aos fiéis uma liturgia formal e orações prontas, sob formas que retratam o divino como distante da vida cotidiana. As seitas, em contraste, são francamente emocionais e espontâneas e incentivam a experiência mística individual; tedem para o fundamentalismo, ao mesmo tempo que evitam o intelecto como uma possível fonte de perigo. As orações de posse e de terminação das seitas indicam a sólida crença em que o divino está sempre presente, sempre pronto para agir na vida cotidiana.
O sociólogo Ernst Troeltsch desenvolveu ainda mais essa divisão teórica e contrastou o caráter de eclosão repentina das seitas com as raízes profundas das Igrejas. A questão do recrutamento é crucial. A maioria dos membros das seitas compõe-se de convertidos voluntários, cuja vida é amplamente controlada pela organização, de sorte que a seita se transforma numa confraria pequena e exclusiva de pessoas que buscam a perfeição espiritual. As Igrejas, em contraste, são instituições maiores e mais estabelecidas, cujos membros costumam nascer na organização. As Igrejas também atraem membros de condição social e nível educacional superiores aos das seitas. Além disso, os dois tipos de estrutura diferem amplamente em termos de sua liderança. As seitas exigem que os líderes demonstrem dotes espirituais e carismáticos; as Igrejas são dirigidas por ministros formalmente preparados, que funcionam numa estrutura burocrática.
“Com o passar do tempo, as seitas bem-sucedidas passam a se parecer mais com as Igrejas, tornando-se mais formais e burocráticas”, escreve o historiador britânico e professor Philip Jenkins.

TSUNAMI DAS SEITAS

O diabo é o autor das heresias, dos cismas e das seitas. As seitas são grandes mentiras, que tem como pai o diabo (Jo 8,44).
O diabo inspira três práticas nos líderes sectários: o poder de ditador, a ganância pelo dinheiro e a luxúria desenfreada.
O poder diabólico dos líderes leva os adeptos ao fanatismo, intolerância e escravidão pela lavagem cerebral. A ponto de viverem isolados e incompatibilizados com a família, amigos e com todo o contexto social.
Grande é a manipulação e alienação nos seguidores das seitas. Nas seitas perdem a liberdade e a felicidade do corpo e da alma. Os sectários são escravos do proselitismo.
A doutrinação constante nos fiéis sobre o fim do mundo leva-nos a fuga da realidade, daí o individualismo e o desprezo pelas questões sociais.
Quando os líderes sectários se envolvem na política partidária, lutam pelos seus próprios interesses. Praticam uma política assistencialista, paternalista e até mesmo corrupta. Diga-se de passagem, o escândalo da sanguessuga dos políticos ditos evangélicos.
Esses líderes são doentes pelo poder terreno. Procuram esse poder com toda política maquiavélica, com um único objetivo: derrubar a Igreja Católica e outras comunidades sérias.
As seitas são organizações religiosas, que nos seus bastidores são verdadeiras máquinas do crime. A vida pomposa de seus líderes, não difere dos grandes mafiosos.
O Papa João Paulo II disse: “No mundo, há um mal agressivo, que Satanás guia e inspira. Vivemos dias tenebrosos e somos assaltados pelo mal”.
No campo da religião, o mal principal que Satanás inspira é o engano religioso. Seus apóstolos assaltam vergonhosamente o povo, não em seu nome, mas no nome santo de Deus. É irônico e paradoxal.
Satanás inspira um poder tão grande nos seus líderes, que muita gente são roubadas por eles sem perceberem o rombo na conta bancária, estamos vivendo a era do tsunami das seitas. O estrago é terrível, no contexto social, político, econômico cultural e principalmente teológico.
O estrago já foi feito na área da sã doutrina. A fé foi danificada e a graça barateada. O que fazer? Quem responde é o Papa Bento XVI: * “A resposta mais radical às seitas” passa através “da redescoberta da identidade católica: é preciso uma nova evidência, uma nova alegria, se posso dizer, é preciso mesmo um novo ‘brio’ (que não contradiz a indispensável humildade) de sermos católicos” (4).
Já é hora do católico conhecer e defender o patrimônio da fé da única Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica.
O modelo inspirativo é o Cabeça da Igreja – Jesus Cristo – os mártires e os santos.
Disse o mártir do Coliseu Romano Santo Inácio de Antioquia: “É preciso não só levar o nome de cristão, mas ser de fato”.

CONCLUSÃO

Vou concluir esse artigo com as palavras do grande apologista e profundo estudioso das seitas, especialista em Teologia Dogmática e fundador do Movimento Eclesial Apóstolos da Palavra Padre Flaviano Amatulli Valente que diz: “As seitas não são tão boas como parecem à primeira vista e como querem dar a entender. Nelas há de tudo: boa fé, buscando o sentido da vida, espiritualidade, superação de certas atitudes negativas..., mas ao mesmo tempo há também engano, exploração, alienação e busca de poder. As seitas são empresas religiosas” (5).
Como estudioso das seitas posso aconselhar com firmeza ao leitor que mantenha distância das seitas. Fique bem longe das propostas sectária. Não aceite convite e nem pense visitar suas reuniões. Não gaste dinheiro e nem tempo com as suas literaturas. Com a graça do bom Deus vença as tentações de vê e ouvir programas das seitas na TV e no Rádio. Se ocupe com as coisas da nossa Santa Igreja Católica.
Deus abençoe.
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*Na época da resposta era o Prefeito da Sagrada Congregação para Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger.


Pe. Inácio José do Vale
Especialista em Ciência Social da Religião
Professor de História da Igreja
Pesquisador de Seitas
E-mail. [email protected]


REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA

(1) ANKERBERG, John e Weldon John. Os fatos sobre o movimento da Nova Era, 2º ed. Porto Alegre: Obra Missionária Chamada da Meia Noite, 1999. p.14.


(2) AQUINO, Felipe. Porque sou católico, Lorena: Cléofas, 2002. p.5.

(3) F. Beck, Hubert. Como responder ás seitas, Porto Alegre: Concórdia editora, 1991. p. 12.

(4) RATZINGER, Joseph e Messori, Vittorio, A fé em crise? : o cardeal Ratzinger se interroga, São Paulo: EPU. 1985. p.87.

(5) VALENTE, Pe. Flaviano Amatulli. Apologética e Ecumenismo: duas faces da mesma medalha, Niterói,RJ: Apóstolos da Palavra, 1999, pp. 13 e 16.

(6) Revista Pergunte e Responderemos, Março, 2007. pp. 129-131.

(7) BITTENCOURT, José Filho e Hortal, Jesus. Novos Movimentos Religiosos na Igreja e na Sociedade, São Paulo: AM Edições, 1996.

(8) BARROS, Mônica N. A Batalha do Armagedom: Uma análise do repertório Mágico-religioso proposta pela Igreja Universal do Reino de Deus, Belo Horizonte: Mineo, 1995.

 


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