Três lições do Decálogo para o nosso tempo


18.01.2010 - Em particular o Decálogo – as “Dez Palavras” ou Dez Mandamentos (cf. Ex 20, 1-17; Dt 5, 1-21) – que provém da Torah de Moisés, constitui a chama da ética, da esperança e do diálogo, estrela polar da fé e da moral do povo de Deus, e ilumina e guia também o caminho dos cristãos. Ele constitui um farol e uma norma de vida na justiça e no amor, um “grande código” ético para toda a humanidade. Os Dez Mandamentos jogam luz sobre o bem e sobre o mal, sobre o verdadeiro e o falso, sobre o justo e o injusto, também segundo os critérios da consciência reta de cada pessoa humana. Jesus muitas vezes o repetiu várias vezes, sublinhando que é necessário um compromisso operoso sobre o caminho dos Mandamentos: “Se queres entrar na vida, observa os Mandamentos” (Mt 19, 17). Nesta perspectiva, são vários os campos de colaboração e de testemunho. Gostaria de recordar três particularmente importantes para o nosso tempo.

Os Dez Mandamentos pedem para recordar o único Senhor, contra a tentação de se construir outros ídolos, de se fazer bois de ouro. Em nosso mundo muitos não conhecem Deus ou o consideram supérfluo, sem importância para a vida; foram fabricados assim outros e novos deuses diante dos quais os homens se inclinam. Despertar em nossa sociedade a abertura da dimensão transcendente, testemunhar o único Deus é um sérvio precioso que Judeus e Cristãos podem oferecer juntos.

Os Dez Mandamentos pedem respeito, a proteção da vida contra injustiça e exploração, reconhecendo o valor de toda pessoa humana, criada segundo a imagem e semelhança de Deus. Quantas vezes, em toda parte da terra, próxima ou distante, são ainda violados a dignidade, a liberdade, os direitos do ser humano! Testemunhar juntos o valor supremo da vida contra todo egoísmo, é oferecer uma importante contribuição ao mundo no qual reine a justiça e a paz, o “shalom” desejado pelos legisladores, pelos profetas e pelos sábios de Israel.

Os Dez Mandamentos pedem para conservar e promover a santidade da família, onde o “sim” pessoal e recíproco, fiel e definitivo do homem e da mulher, abre o espaço para o futuro, para a autêntica humanidade de cada um, e se abre, ao mesmo tempo, ao dom de uma nova vida. Testemunhar que a família continua sendo a célula essencial da sociedade e o contexto de base onde se aprende e se exercita as virtudes humanas é um precioso serviço a ser oferecido para a construção de uma mundo que tenha um rosto mais humano.

Papa Bento XVI, Discurso à Comunidade Judaica de Roma
17 de janeiro de 2010, Sinagoga de Roma

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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