13.01.2010 - É o que afirma César Barta, físico do Centro Espanhol Sindologia
Por Nieves San Martín
A “Tumba do Sudário”, recentemente descoberta em Jerusalém, confirmaria a autenticidade do Santo Sudário. É o que afirma o físico do Centro Espanhol Sindologia, César Barta.
Arqueólogos da Universidade Hebraica encontraram, recentemente, fragmentos de um sudário numa tumba da primeira metade do século I, no cemitério de Haceldama, o “Campo de Sangue” que teria sido comprado com as 30 moedas recebidas por Judas. A tumba está localizada no vale inferior do Hinnon, ao lado do túmulo de Anna, sogro de Caifás, o que parece indicar que se tratava de uma pessoa de família nobre ou sacerdotal.
Segundo o especialista em tecidos antigos Orit Shamir, os tecidos utilizados para envolver o corpo são de boa qualidade, condizentes com uma pessoa de posses, mas ainda assim muito menos elaborado que o tecido do Santo Sudário de Turim.
O estudo foi publicado no periódico PloS ONE Journal, apresentando a descoberta como uma evidência que colocaria em dúvida a autenticidade do Sudário de Turim. Os autores “concluem que este último não corresponde à mesma época dos fragmentos encontrados na tumba.
Mas César Barta discorda. “Somente uma interpretação parcial e tendenciosa poderia levar a essa conclusão”, explicou o físico a ZENIT.
Os autores do artigo intitulado “Molecular Exploration of the First-Century Tomb of the Shroud in Akeldama, Jerusalem” são de origem canadense, israelense, austrialiana, inglesa, norte-americana, e não mencionam o Sudário de Turim em seu estudo.
O objetivo principal do artigo foi demonstrar o sucesso de uma técnica experimental que, aplicada aos restos mortais encontrados na tumba, foi capaz de demonstrar que três dos corpos eram de tuberculosos e um deles era leproso.
Para Barta, tudo não passa de um mal-entendido, provocado pela identificação do material arqueológico das tumbas pelo rótulo “the tomb of the shroud”, “a tumba do sudário”, que faz menção ao fato de haver sido encontrado material têxtil – uma ocorrência muito rara.
A idéia de que o corpo de Jesus Cristo tenha sido envolto em um manto, de acordo com o costume judaico, não estava apoiada por qualquer evidência arqueológica. No entanto, no “túmulo do Sudário", foram encontrados indivíduos cobertos no interior da câmara, confirmando a prática, bem como o caráter definitivo da preparação mortuária.
A análise de traços de material orgânico presentes em todas as amostras de tecido confirma que estes cobriam todo o corpo. Vestígios de cabelos também confirmam a prática de cobrir a cabeça do morto.
De qualquer modo, o professor Shimon Gibson, um dos autores, disse à National Geographic que as diferenças nas confecções eram uma evidência de que o Sudário de Turim seria falso.
“Estes dados, ao contrário, suportam a autenticidade da relíquia de Turim”, disse Barta, acrescentando, ainda, que as diferenças na trama e textura dos tecidos quando comparados “não são suficientes para que se questione sua autenticidade”, até porque “o tecido que constitui o Sudário de Turim é um exemplar único, não tendo sido encontrados tecidos similares nem da época de Cristo nem da Idade Média”.
Fonte: ACI