Artigo de Everth Queiroz Oliveira: A religião, construtora da Civilização


12.01.2010 - “Contudo as raízes da situação, que está à vista de todos, são de ordem moral e a questão deve ser enfrentada no quadro de um grande esforço de educação, para promover uma real mudança das mentalidades e estabelecer novos modos de vida. A comunidade dos crentes pode e quer participar nisso, mas, para o fazer, precisa que o seu papel público seja reconhecido. Infelizmente em certos países, sobretudo ocidentais, difundiu-se nos meios políticos e culturais, bem como nos meios de comunicação, um sentimento de pouca consideração e por vezes de hostilidade, para não dizer menosprezo, para com a religião, particularmente a religião cristã. É claro que, se se considera o relativismo como um elemento constitutivo essencial da democracia, corre-se o risco de conceber a laicidade apenas em termos de exclusão ou, mais exatamente, de recusa da importância social do fato religioso.”

(Papa Bento XVI, Discurso ao corpo diplomático, 11 de janeiro de 2010)

Mais uma vez o Papa enfatiza a necessidade de olhar para a dignidade humana acima de qualquer outra prioridade. É preciso, sem nenhuma dúvida, defender a natureza e salvaguardar a Criação, mas isso só poderá ser plenamente realizado quando partir de uma visão pura do homem, do que ele representa e da sua dignidade em meio à sociedade. Nesse sentido, faz-se mister, sobretudo, reformar moralmente a nossa sociedade. Há hoje, no mundo, uma tendência laicista que visa desprezar a religião e, consequentemente, os seus valores, ideologias que já moldaram e, de certo modo, ainda moldam a nossa civilização.

Com a crescente difusão da propaganda ateísta nos meios de comunicação, a religião passou a ser vista não como um alicerce para a moral social, mas como uma “praga” a qual se deve extinguir a qualquer custo. O que não se considera, no entanto, é que muitas realidades hoje chamadas de “seculares” foram construídas justamente pela moral religiosa. Por isso até aqueles que não simpatizam muito com a religião em geral têm muito a agradecer ao cristianismo, que moldou ideologicamente a Civilização Ocidental. E assim, ao se utilizarem de um sentimento de desprezo para com a religião, visando destruí-la, não vêem que ‘cortam o próprio galho onde está construindo o seu ninho’ e destroem a base que sustenta a nossa sociedade.

O infanticídio, por exemplo, assim como outros crimes praticados contra a dignidade da vida humana, começaram a ser mal-vistos a partir do conceito religioso de que todas as almas são iguais perante Deus e, portanto, nenhuma pode ser morta injustamente. Idéias hoje tão defendidas por todas as pessoas que preservam os bons princípios da justiça e da igualdade têm suas raízes na tradição judaico-cristã, base moral do Ocidente. Princípios considerados absurdos pelos romanos e pelos demais povos antigos passaram a ser o alicerce ideológico da Europa medieval e, com a expansão marítima, de todo o mundo.

Portanto, querer afastar a religião da sociedade civil é um erro tremendo, sem falar do relativismo, que nada considera como certo e, assim, acaba por confundir certas verdades que são óbvias. Nós, como cristãos, temos a missão de combater todas essas correntes filosóficas imorais e anunciar a todos os povos a doutrina social da Igreja Católica, una e santa. Que a Virgem Santíssima possa guiar a nossa civilização e cobrir com o seu manto de amor todos aqueles que ainda não conhecem o amor de Nosso Senhor.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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