Lenda Negra sobre Pio XII – Falsa e Maliciosa


06.01.2010 - Rabino afirma que Pio XII teve um papel importante na salvação de muitos judeus

A “falsa e maliciosa visão histórica” exposta num recente best-seller sobre o Papa Pio XII como colaborador de Adolf Hitler no extermínio de milhões de judeus durante o holocausto é refutada pelos fatos, afirmou um rabino que também é professor na Universidade Ave Maria em Naples na Flórida.

Falando em New Orleans em novembro, o rabino David Dalin, autor de “The Myth of Hitler’s Pope: How Pius XII Rescued Jews from the Nazis” (O Mito do Papa de Hitler: Como Pio XII Salvou os Judeus dos Nazistas, nt), afirmou que a caracterização de Pio XII “como o mais perigoso eclesiástico na história moderna, sem o qual Hitler provavelmente jamais conseguiria prosseguir com o holocausto”, feita pelo autor britânico John Cornwell, trai os fatos.

“Na verdade, nada poderia estar mais longe da verdade”, disse o Rabino Dalin numa leitura feita na Universidade de Tulane. “Uma pesquisa histórica precisa do papel de Pio XII durante o holocausto nos conduz ao exato oposto da conclusão falsa e maliciosa do livro de John Cornwell”. “Pio XII não foi o Papa de Hitler, mas sim um protetor e amigo do povo judeu no tempo em que isso mais importava”, acrescentou o rabino.

Mesmo concluindo que “ninguém fez o suficiente durante o holocausto”, ele disse que o Papa Pio usou sua experiência como Núncio Papal na Alemanha, na década de 1920, e como Secretário de Estado na de 1930 para salvar a vida de judeus durante a guerra.

Enquanto 80% dos judeus vivendo na Europa ocupada pelos nazistas foram mortos pelos nazistas durante o holocausto, o Rabino Dalin afirma que na Itália “quase 85% dos judeus sobreviveram”, incluindo 75% dos judeus da comunidade de Roma.

O professor declarou que judeus foram secretamente hospedados em 155 monastérios, conventos e igrejas na Itália durante todos os anos do holocausto, incluindo 3000 em Castel Gandolfo, a residência de verão do Papa fora de Roma. “Em nenhuma outra localidade da Europa ocupada tantos judeus foram escondidos por tanto tempo quanto em Castel Gandolfo”, concluiu o Rabino. “Isso não seria possível sem a aprovação pessoal e o envolvimento ativo de Pio XII”.

“De fato, comida kosher (comida típica judaica, nt) foi providenciada aos judeus mais religiosos que estavam escondidos em Castel Gandolfo durante a ocupação nazista de Roma”.

A conclusão que qualquer um pode tirar vendo a capa do livro de Cornwell é que Hitler e Pio XII eram “muito próximos”, disse o Rabino Dalin. A capa mostra o Papa sendo saudado por um soldado enquanto ele deixa o prédio. “O fato é que eles nunca se encontraram”. O Arcebispo Eugenio Pacelli, futuro Pio XII, era um diplomata do Vaticano na Alemanha durante a década de 20, mas deixou a Alemanha em 1929, “e nunca mais voltou”, disse o Rabino Dalin.

Em 1938, quando Hitler fez sua primeira visita de estado a Roma, ele disse, o então cardeal Pacelli, Secretário de Estado do Vaticano, e seu predecessor, Pio XI, “publicamente esnobaram Hitler”.

O Rabino Dalin concorda que o Papa Pio XII poderia ter feito mais, talvez até excomungando Hitler, que foi batizado como Católico, juntamente com outros membros do regime nazista.

O Papa Pio XII também é criticado por não ter se pronunciado publicamente contra Hitler e o horror do holocausto. O Rabino Dalin encontrou 55 situações, começando em 1920 quando ele era Núncio Papal na Alemanha, nas quais Pio XII “fez declarações atacando Hitler e os Nazistas”. Quando uma declaração papal foi lida em cada púlpito num domingo na Bélgica, durante a II Guerra, “as represálias nazistas foram violentas. Em nenhum outro país ocupado pelo regime um percentual tão alto de extermínio de judeus – e também católicos – foi alcançado como na Bélgica”. “Pio XII foi um diplomata”, conclui o rabino. “Muito do seu trabalho era de bastidores. Ele era reticente em fazer declarações públicas que poderiam ser contraproducentes”. Contudo, Hitler tinha um clérigo favorito, disse o Rabino Dalin: o Grã Mufti de Jerusalém, Muhammed Amin al-Husseini, um grande “anti-semita e igualmente um grande anticristão” que “criticava os oficiais nazistas por não fazerem o suficiente para exterminar os judeus”. O rabino afirma que a caracterização negativa do Papa começou com uma peça de teatro, “The Deputy”, escrita em 1963 por Rolf Hochhuth, um alemão. Ela apresentava o Papa como um anti-semita.

“Esta peça era uma ficção e se tornou a base para os ataques”. “Durante a sua vida e por anos após a sua morte, Pio XII foi considerado um amigo do povo judeu. Mais de 60 anos depois do Holocausto, é bom lembrar o verdadeiro papel de Pio XII”.

Fonte: Boletim Mater Ecclesiae

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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