Artigo de Everth Queiroz Oliveira:: O homem moderno: “atormentado e sofredor”


06.01.2010 - Vivemos em um tempo onde realmente é muito difícil expor a fé cristã. Isso porque o nosso mundo está se afastando cada vez mais dos valores propostos pelas Escrituras e pela Igreja Católica… O que nós, cristãos, temos a dizer de tudo isso? Temos somente a lamentar. Está bem claro para todos nós que a tendência do nosso mundo é cair cada vez mais no abismo do relativismo e do subjetivismo. Afinal, os meios de comunicação fazem uma constante propaganda a favor do permissivismo sexual e de outras imoralidades sexuais realmente incompreensíveis. Aqueles que pensam diferente do que é exposto pela mídia estão fadados a serem tachados de ignorantes e de retrógradas; suas idéias e concepções de mundo são idéias “medievais”, e não cabem mais na mentalidade moderna.

E os valores modernos? Quais são? São aqueles valores que violam a liberdade do homem, promovem a libertinagem e destroem a dignidade humana.

Temos ótimos exemplos de valores modernos que destroem completamente a dignidade do ser humano, enquanto Ser criado e amado por Deus e enquanto visível fundamento da sociedade civil:

- O aborto é uma prática pela qual um bebê, dentro da barriga de sua mãe, é assassinado. No mundo moderno, contudo, não é visto como um assassinato. É chamado – simplesmente para aliviar a consciência daqueles que realizarão essa prática infame – de “interrupção da gravidez”. Se palavras pudessem minimizar a gravidade de certos atos, é bem certo que o aborto hoje seria uma prática normal. No entanto, a própria natureza age com repugnância diante de tal abominável ato.

Ah, que mundo desigual! Enquanto tem uns que realizam valentes esforços para salvarem a vida de seus filhos, outros, no entanto, preferem matá-los antes mesmo de nascer. Outros, para justificar o assassinato de crianças – ou seja, tirar de seres humanos autônomos o direito que têm à vida -, vão dizer que é melhor que se mate do que venha mais um ao mundo passar fome. Esquecem-se, contudo, que o direito à vida é inalienável e insubstituível… Que a liberdade da mulher não deveria violar a vida de uma criança…

A Igreja grita constantemente contra a perversidade do aborto. O mundo, no entanto, rejeita essa voz. Prefere atentar contra a dignidade da vida humana e levar o homem cada vez mais ao buraco, fazendo com que a sua liberdade seja transformada em crueldade, em maldade, em desprezo.

- A eutanásia é outro atentado claro à dignidade humana. “Aqueles que têm uma vida deficiente ou enfraquecida – diz o Catecismo da Igreja Católica – reclamam um respeito especial. As pessoas doentes ou deficientes devem ser amparadas, para que possam levar uma vida tão normal quanto possível” (Catecismo da Igreja, § 2276). Não podem, portanto, serem mortas, em nome de uma suposta “libertação do sofrimento”. E é até mesmo interessante observar isso: a nossa sociedade moderna rejeita o sofrimento e não consegue mais ver nele esperança e semente de superação… Degradaram-se os valores. Estamos em uma sociedade onde é melhor morrer do que sofrer. Por isso vemos tantos suicídios e, nesse caso especial, o “suicídio assistido”, que é a eutanásia. Seria melhor suprimir a vida daqueles que sofrem do que vê-los sofrer. Lamentavelmente imoral; um ato que não pode de modo algum ser defendido.

- O casamento de homossexuais é uma perversidade e uma demonstração clara de permissivismo sexual. Antes dessa imoralidade, veio a mentalidade do “tudo pode”, onde o sexo não era mais visto como um ato sagrado, praticado por pessoas casadas, mas sim como uma ação banal, que o homem utiliza somente para obter prazer; nada mais. Reduzido a esse estado, o sexo começou a se tornar uma luta cada vez mais intensa – e fracassada – de se adquirir mais e mais prazer. Não saciada, a nossa sociedade descontrolada partiu em busca de experiências cada vez mais absurdas, em busca daquela alegria que só a fidelidade matrimonial poderia dar.

Então, o homem começou a “moralizar” atos depravados para satisfazer seus desejos carnais insaciáveis. Dessa maneira, começou a aprovar o sexo realizado com qualquer pessoa ou animal: homem ou mulher; cavalo, cachorro ou boi. Mas, para a infelicidade do mesmo homem, nada conseguiu saciá-lo; então ele continuou em busca do prazer cada vez mais perverso: orgias e atos pecaminosos que não poderiam ser nem mesmo relatados… Enfim, continuou infeliz.

O motivo é explicado pelo cristianismo, tão esquecido pelos homens e pela sociedade moderna. Diz Deus em revelação a Santa Catarina de Sena: “O homem é maior que as realidades criadas, não vice-versa. Somente estará satisfeito, quando atingir um bem superior a si. Como somente eu sou maior que o homem, disto decorre que somente eu, Deus eterno, consigo saciá-lo. Separado de mim pelo pecado, o homem vive perenemente atormentado e sofredor” (O Diálogo, 20.6.1, § 4 via Ecclesia Una).

O homem vive perenemente atormentado e sofredor. Assim podemos descrever o homem moderno: “atormentado e sofredor”. E enquanto ele não confiar em Deus, supremo Bem e Felicidade, não poderá encontrar alívio para suas angústias.

Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/


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