27.12.2009 - A família é um lugar onde deve brotar a graça de Deus. Faz-se necessário enfatizar essa realidade, especialmente no dia de hoje, em que celebramos a Sagrada Família. Somos convidados a olhar para aquela simples família de Nazaré que, mesmo nas necessidades materiais que provavelmente tinham e diante dos conflitos que toda comunidade presencia continuamente ao longo de sua existência, não desanimavam e se apegavam em Deus para vencer suas dificuldades. Somos convidados a olhar para Jesus, Maria e José, modelos de fidelidade e santidade para a nossa sociedade tão marcada pela pornografia e pela corrupção. Enfim, somos convidados, acima de tudo, a viver as virtudes de Maria, a castidade de São José e o amor de Jesus, para que possamos participar também da vida da Sagrada Família. É nessa devoção que devemos nos apegar diante da realidade que é vista na família hodierna.
De fato, no contexto atual da nossa sociedade, a família vem sendo constantemente atacada. E isso porque muitos ainda não compreenderam que, ao atacarem a família, célula originária da vida social, estão atacando o desenvolvimento e o progresso de um povo e de toda uma nação. O mundo está preocupado com a crise. Enganam-se aqueles que pensam que vivemos somente em uma crise político-econômica. Não. A crise que o mundo vive é sobretudo de caráter moral. Os valores que hoje são cultivados, seja pelos meios de comunicação seja pela própria mentalidade do governo, estão corrompendo de maneira absurda o coração da nossa sociedade, que é a família. É assim que se derruba uma família, que se destrói um lar, agindo na cabeça e na mente do pai, da mãe, dos filhos.
Tudo começa quando os meios de comunicação começam a promover o espírito da libertinagem: “Se o homem e a mulher não quiserem mais viver juntos, não há necessidade. Basta que se divorciem.” O divórcio é uma objeção clara ao projeto de Deus para a vida dos casais. O Altíssimo, aquele que instituiu o Matrimônio como sacramento no qual deveria crescer a família e estabeleceu nele uma aliança inquebrantável, sempre revelou aos homens o caráter indissolúvel do casamento. Jesus inclusive dizia enfaticamente que o que Deus uniu o homem não pode separar. Mas os governos civis insistem em desobedecer à Lei Maior e, em nome de um conceito perverso de liberdade, instituem o divórcio, que seria a quebra do compromisso matrimonial. Eles alteraram a lei humana; a Lei divina permaneceu a mesma. Mas a desobediência do homem a Deus já é desastrosa. Começa aí a degradação da família…
Ao falar de divórcio, entra no assunto a questão do adultério. Hoje em dia, graças ao trabalho desgraçado dos meios de comunicação para tornar aprovável aquilo que sempre foi condenado, as famílias começaram a considerar a traição como algo normal. O casamento, que já não era mais considerado indissolúvel, agora não é mais retrato de fidelidade. O homem não só pode como deve contrair outras relações sexuais fora do casamento… Se não estiver mais dando certo sustentar a situação da poligamia, então é preciso partir para o divórcio. Existem muitas saídas. É muito fácil escapar de responsabilidades. É muito fácil escapar das conseqüências…
Após o escândalo da moralização do adultério e do divórcio, a rebeldia dos jovens e a desobediência deles para com seus pais começam a ser vistas como um mero comportamento típico da adolescência. E em nome dessa suposta “normalidade”, pais são mortos por seus próprios filhos… E o que falar então da tragédia do aborto? São pais que matam seus próprios filhos para resolverem seus problemas particulares. Não é o mais infame dos ataques à família?
São inumeráveis as investidas que o demônio tem travado para desestruturar e desmanchar o bem maravilhoso que é a família. Os governos contam com a ajuda dos meios de comunicação para propagarem suas idéias frívolas. É divórcio, adultério, aborto, rebeldia, casamento gay, aborto, enfim, de todas as maneiras eles têm tentado perverter e desvirtuar as nossas casas.
Não podemos deixar. Precisamos nos apegar no modelo da Sagrada Família todos os dias. Olhando para ela, não nos deixaremos levar pelas propostas indecentes desse mundo promíscuo. Além disso, precisamos utilizar os mesmos meios dos quais os inimigos da família se usam para promover suas ideologias: os meios de comunicação. Precisamos tomá-los e, por meio deles, anunciar o Evangelho de Jesus. Não podemos desanimar. O futuro da família depende também da nossa atitude. Não nos silenciemos diante da injustiça e, assim como Maria, sejamos obedientes à Palavra do Altíssimo. Só assim poderemos salvar nossas famílias do abismo de perdição e podridão em que se encontram.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte http://beinbetter.wordpress.com/