O problema é que grande parte dos ataques que são feitos à figura de Pacelli são, na verdade, mentiras anti-clericais que partem de inimigos ferozes da Igreja; os fundamentos dos seus argumentos nem sempre são os melhores.
Saiu no BOL: Israel pede investigação para impedir Pio 12 de virar santo. A notícia faz inclusive uma relação entre o suposto silêncio de Pio XII durante a guerra com o fato de Ratzinger ter pertencido à juventude hitlerista… Lamentável tentativa de se afirmar que Bento XVI poderia supostamente ser nazista ou comungar com o pensamento do nazismo.
Mas o que mais me impressiona é a revolta dos judeus. Eles já estão vendo Pio XII como santo. Provavelmente não conhecem todo o processo que leva a isso, toda a apuração histórica que se dará em torno da posição de Pacelli frente às atrocidades nazistas – que será melhor esclarecida quando o Arquivo do Vaticano for aberto. Estão fazendo uma tempestade em copo d’água. Além disso, estão analisando todo esse processo como uma injustiça, como se de fato a posição de Pio XII tivesse sido de aprovação ao nazismo.
Alguns líderes judeus deixaram uma dúvida no ar quanto a essa “convicção” da atual comunidade israelense em afirmar que Pio XII foi conivente com o nazismo. Abaixo estão alguns claros exemplos:
“Somente a Igreja permaneceu firme, em pé, para fechar o caminho às campanhas de Hitler que pretendiam suprimir a verdade. Antes eu nunca havia experimentado um interesse particular pela Igreja, mas agora sinto por ela um grande afeto e admiração, porque a Igreja foi a única que teve a valentia e a constância para defender a verdade intelectual e a liberdade moral” (Albert Einstein, 23 de dezembro de 1940).
“O povo de Israel nunca se esquecerá o que Sua Santidade [Pio XII] e seus ilustres delegados, inspirados pelos princípios eternos da religião que formam os fundamentos mesmos da civilização verdadeira, estão fazendo por nossos desafortunados irmãos e irmãs nesta hora, a mais trágica de nossa história, que é a prova viva da divina Providência neste mundo” (Isaac Herzog, 28 de fevereiro de 1944).
Fonte: Cleofas
Enquanto muitos historiadores insistem em afirmar que a posição de Pacelli frente aos crimes cometidos pelo nazismo foi lamentável, outros, no entanto, como o historiador judeu Lapide, escritor do livro Three Popes and the Jews, vão afirmar que uma maior condenação ao nazismo receberia maior retaliação. Com efeito, não se está dizendo que Pio XII não condenou o nazismo. A Mit Brennender Sorge, na qual o até então Cardeal Eugenio Pacelli, secretário do Vaticano, participou, foi uma condenação moralmente explícita à ideologia nazista. No entanto, na época, foi secretamente lida em todas as igrejas católicas da Alemanha. Foi suficiente para uma repercussão instantânea. Após a escrita da carta, mais judeus foram imediatamente jogados nos campos de concentração, cerca de 110 mil, segundo afirma Lapide. A constatação “maior condenação, maior retaliação”, analisando-se esses dados, parece tanto quanto óbvia.
Pio XII, escreve Lapide, “poderia ter elevado vibrantes protestos, que pareceriam inclusive insensatos, ou melhor proceder passo a passo, em silêncio. Palavras gritadas ou atos silenciosos. Pio XII escolheu os atos silenciosos e tratou de salvar o que poderia ser salvo”. As convicções históricas da comunidade judaica realmente impressionam na falta de bom senso.
Enfim, a questão histórica da relação entre Pio XII e nazismo é bastante conturbada e deve ser devidamente analisada. Mas, que caiam o preconceito, o ódio, a vingança e a inimizade à Igreja, tendências que levam à manipulação a favor do anti-clericalismo.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
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Leia mais: Pio XII e o nazismo.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/