18.12.2009 - “Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modas do pensamento… A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas lançada de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até a libertinagem, ao coletivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante. Cada dia surgem novas seitas e realiza-se quanto diz São Paulo acerca do engano dos homens, da astúcia que tende a levar ao erro (cf. Ef 4, 14). Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, muitas vezes é classificado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar ‘aqui e além por qualquer vento de doutrina’, aparece como a única atitude à altura dos tempos hodiernos. Vai-se constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.”
(Cardeal Joseph Ratzinger, Missa Pro Eligendo Romano Pontifice, 18 de abril de 2005)
Antes de iniciar seu pontificado, o até então Cardeal Ratzinger – hoje Papa Bento XVI – já alertava o povo católico sobre o perigo de cairmos no relativismo, pensamento moderno que prega que não existe uma verdade definitiva. De acordo com essa corrente de pensamento, a verdade variaria de acordo com o conceito que cada um tem sobre ela, como se ela estivesse sujeita às molduras de nossas mentes. Isso é radicalmente contrário ao espírito do Evangelho. É severamente condenado pelo próprio Cristo, que se apresenta como a Verdade (cf. Jo 14, 6). O católico cristão tem essa obrigação: crer na Verdade do Evangelho. Não é questão de hipocrisia, mas sim de coerência, uma vez que ao nos chamarmos cristãos estamos dizendo que cremos naquilo que nos pregou o Cristo e também em todos os seus ensinamentos, assim como cremos no Magistério da Igreja que Ele fundou. A realidade cristã impõe responsabilidades.
Não podemos aceitar de modo algum que aqueles que se consideram cristãos e católicos defendam idéias infames e totalmente contrárias àquelas pregadas por Nosso Senhor Jesus Cristo e por sua Santa Igreja. “É da máxima importância, para a paz das consciências e para a unidade do povo cristão, que, tanto no campo da moral como no do dogma, todos se atenham ao Magistério da Igreja e falem a mesma linguagem” (Humanae Vitae, 28). “Todo reino dividido contra si mesmo – já dizia Nosso Senhor – será destruído” (Mt 12, 25). O diabo sabe muito bem disso e é por isso que ele entra no coração dos fiéis católicos para poder tentar destruir a Santa Sé. Se ele não conseguiu fazê-lo agindo por fora, então entra na casa do Senhor para tentar fazer perecer a Verdade, Jesus Cristo.
Tomemos muito cuidado com os falsos profetas, com as doutrinas perversas que visam nos tirar do Evangelho de Nosso Senhor. Lembremo-nos, com temor, da exortação do Santo Papa Leão XIII, ao falar de homens que “ensinam o grande erro desta época – que uma consideração por religião deveria ser tida como assunto indiferente, e que todas as religiões são semelhantes”: “Este modo de raciocinar é calculado para trazer a ruína de todas as formas de religião, e especialmente da religião Católica, que, como é a única que é verdadeira, não pode, sem grande injustiça, ser considerada como meramente igual às outras religiões” (Humanum Genus, 16). E invoquemos a proteção da Santíssima Virgem. Que Ela cubra a Santa Igreja com seu sacratíssimo manto e essa seja livrada de todos os males que a assombram.
Graça e paz.
Salve Maria Santíssima!
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/