Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Crucifixo nas salas de aula, uma questão cultural


04.11.2009 - Há alguns dias atrás o Ministério Público Federal quis retirar os crucifixos das repartições públicas do Estado de São Paulo… (sobre o assunto leia esse ótimo artigo do Prof. Carlos Ramalhete) Hoje foi a vez das escolas italianas obedecerem uma lei anti-cultural – afinal o país tem as suas raízes edificadas sobre o cristianismo – proibindo o a presença de crucifixos nas salas de aula. Saiu na Veja.com: Proibição de crucifixo em salas de aula causa indignação na Itália. Não era para menos. E quem pensa que somente a Igreja Católica se manifestou contra a decisão da Corte Européia de Direitos Humanos está enganado. O ex-ministro da Cultura, Rocco Buttiglione, também se declarou contrário à decisão da Corte.

Não só ele. Penso que grande parte da população européia se indignou com essa atitude. Muito embora saibamos que os ateus e os não-católicos não acreditem na simbologia cristã e às vezes até desprezem-na uma coisa eles não podem negar: a Europa foi moldada e alicerçada sobre a moral e o ensinamento católico. Isso envolve não somente uma questão de fé ou de pura crença. A presença de crucifixos nas salas de aula são sinais sobretudo de cultura; uma cultura que está arraigada na Europa e que é impossível de se tirar.

A notícia afirma que “[a] sentença da corte, da qual a Itália informou que vai apelar, determina que crucifixos nas paredes das escolas, algo comum na vida italiana, poderiam perturbar crianças que não sejam cristãs”. Mas a resposta de Buttiglione a esse absurdo foi ótima: “Essa é uma decisão abominável. (…) Tem de ser rejeitada com firmeza. A Itália tem sua cultura, suas tradições e história. Aqueles que vêm viver entre nós têm de compreender e aceitar esta cultura e esta história”. Sim, verdadeiramente a história da Itália está profundamente marcada por elementos católicos. Não é possível retirar a religião do país sem se cometer um grave erro cultural e histórico.

E não só a Itália, mas toda a Europa, durante sua história, foi marcada pela presença da autoridade moral católica e cristã. Reconhecer a autoridade do cristianismo no continente não significa aderir à fé cristã, mas sim promover a identidade cultural européia. Uma aluna muçulmana discordou da decisão da Corte. Disse: “Se o crucifixo está lá e eu sou muçulmana, vou continuar a respeitar a minha religião. Jesus na sala de aula não me incomoda”.

O crucifixo não é somente um símbolo religioso. Ele faz parte da cultura da nossa civilização. Devemos preservar nossas tradições e culturas. Não podemos aceitar que uns ou outros, em nome de um laicismo exacerbado, retirem do nosso coração e da nossa vida elementos que construíram a nossa sociedade. Que a Corte Européia de Direitos humanos entenda isso e possa voltar atrás na sua decisão escabrosa em descaracterizar as salas de aula italianas.

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


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