Artigo de Everth Queiroz Oliveira: Presença real não admite relativismo


 26.09.2009 - Por diversas vezes a doutrina da Igreja Católica teve que ser dura com algumas heresias que negavam a real presença de Nosso Senhor Jesus Cristo na hóstia consagrada. O Concílio de Trento, reafirmando o ensino cristão de sempre sobre o assunto, estabeleceu: “[N]o augusto sacramento da Santa Eucaristia, depois da consagração do pão e do vinho, debaixo das espécies destas coisas sensíveis, se encerra Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, verdadeira, real e substancialmente” (XIII, 1, 874). Contudo o mundo materialista em que vivemos estabelece normas contrárias a isso que é definido pela Igreja. Para eles, o Corpo e Sangue de Nosso Senhor não passam de mero pão e vinho.

Nesse sentido, as notícias escandalosas surgem: Ladrão invade igreja, furta hóstias e escreve ‘Salve Lúcifer’ na parede. Não é preciso nem mesmo comentar o quão infame é esse ato e quão horrendo é esse pecado. O que se faz necessário ressaltar, conforme explicava no começo do post, é que a notícia, assim como o administrador diocesano de Franca, cidade próxima de Orlândia, na qual foram roubadas as hóstias, estabelecem que elas são o Corpo de Nosso Senhor para os católicos. E é profundamente enfatizada essa idéia. Pe. Jamil diz: “Para nós é o próprio corpo de Jesus, adquiriu um valor para nós incomensurável”.

Essa idéia de que a hóstia é o Corpo de Cristo “para nós” estabelece um conceito relativista da verdade, que é: “[N]a Eucaristia está o próprio autor da santidade” (Conc. de Trento, XIII, 3, 876). “Roma locuta; causa finita”, dizia Santo Agostinho. Quem nos garante que no pão e no vinho consagrados está Jesus, em corpo, sangue, alma e divindade, é a , que muitas vezes foi provada pelos homens por meio de milagres eucarísticos. Um muito importante foi o de Lanciano. Deus suscita muitos desses no mundo para que o homem verdadeiramente creia e, crendo e comungando do Pão, possa ter a vida em si mesmo (cf. Jo 6, 53). Mas mesmo assim, mesmo havendo os milagres – comprovados inclusive pela ciência -, mesmo Deus dando sinais de sua existência e de sua permanência na Igreja Católica, o homem permanece infiel.

Por quê?, pergunta-se. A resposta está ligada a dois aspectos: o primeiro, que o Santo Papa Bento XVI vem destacando nas visitas ad Limina aos bispos do Brasil, é o secularismo relativista do mundo moderno, que estabelece como únicos e indiscutíveis dogmas que “a verdade é variável” e que “a ciência nunca se concilia com a fé”. Esses conceitos estão tão impregnados na mente do homem que quando algo miraculoso realmente acontece e quando Deus se manifesta de modo admirável à humanidade, aqueles que crêem e veneram essas maravilhas são adeptos da sandice e da loucura.

Além disso, muitas vezes a educação religiosa falha e acaba ensinando ao homem os valores cristãos errados ou pecando por omissão, esquecendo-se de sua obrigação de levar o homem a Deus e a verdade, aquela que Jesus estabeleceu na Ceia derradeira, quando partiu o pão e o deu aos seus discípulos: “Isto É o meu Corpo, que é dado por vós” (Lc 22, 19).

Esquecer-se desse princípio, dessa verdade, dessa determinação, faz criar no homem justamente um sentimento de relativismo: para mim esse pedaço de pão é o Corpo de Cristo, mas para você pode não ser. O pão ser o Corpo de Nosso Senhor – entendamos – não é opinião, mas fato. É a fé, unida às garantias científicas que temos no decorrer da história da humanidade, que nos garante isso. E, de fato, nós cremos. É isso que professamos. É nisso que acreditamos. Mas cremos não porque existe a possibilidade do pão não ser o Corpo de Cristo. Com efeito, a hóstia consagrada É verdadeiramente o Corpo de Nosso Senhor.

Que a Virgem Santíssima, Mãe Eucarística, faça os católicos entenderem essa dura verdade (cf. Jo 6, 60). E que eles não deixem a fé em Jesus como fizeram os hipócritas no tempo do Cristo (cf. Jo 6, 66). Diante da tentadora pergunta de Jesus, que pede a cada um de nós a reafirmação da nossa fé, possamos dizer com São Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6, 68).

Graça e paz.

Fonte: http://beinbetter.wordpress.com


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