Sacerdotes autorizados realizam até cinco exorcismos diários no México
MÉXICO, 28 Ago. 2005 .- Recentemente se realizou na sede da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) o Segundo Congresso Nacional de Exorcistas, evento no que se informou que nesse país se realizam até cinco exorcismos ao dia.
Conforme escreve Marco Campillo, desde a década dos 60s se chegou a esse número. Só no Distrito Federal existem oito exorcistas autorizados pela Santa Sé para realizar exorcismos cuja missão, conforme explicam, é expulsar ao demônio em nome de Jesus, tal e como o estabelece a Igreja Católica.
Um destes oito sacerdotes é o Padre Pedro Mendoza quem assinala que há um exorcista para cada Vicaria (da arquidiocese) e temos todos os dias, quatro ou cinco casos. Temos um dia de oração de liberação com 30 ou 40 pessoas". É um ato litúrgico especial, com uma oração especial da Igreja a qual se tem que atener o exorcista para realizá-lo como quando a gente faz um sacramento", adicionou.
Por sua parte, o Padre Abel López manifesta que quando uma pessoa se encontra possuida pelo demônio se faz visível em seu modo de atuar e falar, pois seu tom de voz tende a ser mais agressivo. Entretanto, o diagnóstico de possessão deve ser determinado por vários especialistas científicos. "Então o bispo tem que mandar a psicólogos, psiquiatras, médicos para que dêem seu diagnóstico, para dizer se está diabólico, se estiver possuido ou não está possuido", assegurou.
Fonte: ACI Digital
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O diabo realmente existe?
A questão à qual se propõe abordar esta reflexão tem sido nos últimos tempos fonte de várias discussões. Recentemente o aparecimento na TV do pe. Oscar Quevedo reacendeu a polêmica. O que se segue nada mais é que um extrato baseado em diversas obras a respeito do tema, principalmente na obra dos exorcistas pe. Gabrielle Amort e pe. Cândido Amanttine, e como fonte excelsa de sabedoria, a própria Bíblia.
Muitos daqueles que defendem a inexistência do demônio por entenderem que Deus não criaria o mal por não ser ele portador do gérmen dessa maldade, ignoram a realidade de que Deus fez as suas criaturas dotadas de livre arbítrio nas suas opções, e que, o viver o bem ou o viver o mal são opções livres e pessoais. Somos todos por nossa própria natureza votados ao bem, entretanto não somos a ele predestinados, como também não somos predestinados ao mal. O mal e todas as suas consequências são frutos da negação de Deus, que por ser infinitamente bom, pressupõe por isso igual magnitude a sua ausência, ou seja o mal é a completa negação de Deus.
Existem os que defendem que o mundo judaico-cristão "conheceu o Diabo" após seu contato com os povos helenos (greco-romanos), e que no próprio Antigo Testamento, determinadas passagens citam Deus como origem do mal, principalmente nos textos de lamentações. Não percamos de vista que já no Gênese cita-se a existência de uma terceira pessoa no paraíso, a terrível serpente, e é sobre esse conceito de personificação que trataremos mais adiante, igualmente o Antigo Testamento cita com muita prodigalidade as manifestações do maligno, muitas vezes representado justamente nos falsos deuses como Baal-zebu (Belzebu - o deus do esterco), e tantas outros, tanto a tradição quanto as Escrituras são ricas nessas citações.
A contestação à existência do Diabo não é nova, em todas as épocas a sua existência foi contestada mesmo sendo um dogma de fé. Entretanto após o advento do pensamento cartesiano essa contestação se tornou mais enérgica, tendo se tornado mais comumente aceita com a inserção do pensamento espiritista e Kardecista nas sociedades ocidentais, mas nada se igualou ao impacto causado pelas teorias da psicologia, psiquiatria e parapsicologia de finais do sec XIX, início do século XX. Estas últimas são extremamente válidas em alguns aspectos e inclusive servem de apoio à Igreja na análise das questões em torno de problemas a que se atribuem a uma origem espiritual. Entretanto as ciências psicológicas são acessórias à Doutrina Católica, nunca o contrário. Não nos esqueçamos que Jesus diferenciou claramente os possessos dos lunáticos, e muitas vezes curou doentes porque eram fisicamente doentes e curou igualmente doenças provenientes da ação de demônios, como também expulsou demônios, não há contradições na diferenciação desses fatos no Evangelho como também não há generalização.
A Escritura fala do Reino de Deus mas Também cita o Reino de Satanás ("todo o mundo está sob o poder do maligno - 1 Jo 5,19) A contraposição a Deus é nada mais que a continuidade de sua obra desagregadora, por isso os seus esforços para sujeitar o homem ao seu serviço desde os nossos primeiros pais. Conseguiu seu intento com Adão e Eva e contava consegui-lo igualmente com todos os homens ajudado pela "terça parte dos anjos" que segundo o Apocalipse o seguiram em sua rebelião contra Deus, Jesus e nós, seu segmento, somos o seu grande contraposto.
Não exagera Santo Agostinho ao dizer que se Deus desse a Satanás toda liberdade, "nenhum de nós estaria vivo", não podendo matar-nos a todos e nem anular toda a criação, quer nos tornar seus sequazes na oposição contra Deus, vejamos que nesse limite à liberdade de Satanás, que ele pode ser tudo, menos Deus, ele não passa de uma criatura, entretanto, conserva as suas qualidades enquanto criatura angelical detentora de algum poder.
Surge então a obra do Salvador: Jesus veio para "destruir as obras do Diabo" (1 Jo 3,8), para libertar o homem do domínio de Satanás e instaurar o reino de Deus, mas entre a 1ª vinda de Jesus e a Parusia - a 2ª vinda, o demônio procura atrair para si o maior número possível de almas, é uma luta desesperada que ele conduz, sabendo-se antecipadamente vencido e "sabendo que resta-lhe pouco tempo" (Ap. 12,12). Justamente por isso São Paulo cita claramente "que não é contra adversário de carne e sangue que temos que lutar, mas contra principados, potestades, dominações deste mundo de trevas, é contra espíritos malignos espalhados pelos ares" (Ef 6,12).
Através de tantos discursos de João Paulo II sobre Satanás, refiro a uma passagem pronunciada no dia 24/05/87 durante a visita ao Santuário de S. Miguel Arcanjo: "Esta luta contra o demônio que trava o Arcanjo S. Miguel é ainda atual, porque o demônio ainda está vivo e operante no mundo. Na verdade, o mal que existe, a desordem que reina na sociedade, a incoerência do homem, a divisão interior da qual o homem é vítima, não são só as consequências do pecado original, mas também efeito da ação devastadora e obscura de Satanás".
Anjos e demônios são puros espíritos e a noção de lugar e tempo tem um sentido diferente do que tem para nós, prova disso é que a nossa consciência não consegue conceber completamente o que seria de verdade um estado de eternidade. O Apocalipse nos conta que os demônios foram precipitados na terra; sua condenação definitiva ainda não aconteceu, embora seja definitiva a escolha que separou os anjos e os demônios, e estes conservam ainda o poder autorizado por Deus embora seja "por pouco tempo", é justamente por isso que os demônios do geraseno gritaram a Jesus: "Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?" (Mt 8,29), Da mesma forma podemos interpretar as palavras de S.Paulo: "Não sabeis que julgaremos até os anjos?" (2Cor 6,8). Ainda está por vir por ocasião da Parusia o combate definitivo do qual Jesus, o único juiz, será vencedor, lembramo-nos ainda dos possessos de Gerasa que "suplicaram a Jesus que não os mandasse ir para o inferno, mas lhes permitisse entrar nos porcos" (Lc 8,31-32).
Outra prova da existência do Demônio situa-se justamente no fruto dessa existência, pelo fruto conheceremos a árvore.
1 - Sofrimentos físicos de origem desconhecida - Não são raros os casos nos quais são diagnosticadas doenças sem uma gênese bem definida, onde na maioria das vezes parentes desesperados conduzem seus doentes a bruxos e centro espíritas (verdadeira casa do demônio) na busca de uma cura, erram pois na verdade estão a fazer justamente o jogo do inimigo, pois todos aqueles que estiverem em contato com essas crenças, estão a beber sutilmente do absinto do mal, alem do mais, o demônio não cura ninguém pois "é mentiroso e suicida desde o princípio".
2 - Possessão diabólica - Ao contrário do que se pensa, é muito rara, o demônio evita mostrar-se abertamente. Muitos casos de possessão realmente merecem a atenção especial da ciência, pois existe e uma vasta gama de patologias que podem resultar em comportamentos que sugerem a possessão diabólica mas não o são. Neste contexto, tanto a parapsicologia é útil quanto a psiquiatria, entretanto deve-se ter em mente que a possessão demoníaca em geral é marcada por elementos de sobrenatural que a as duas ciências antes citadas não explicam corretamente, como o fato de falar línguas estranhas mas reais - grego, hebraico, aramaico -, revelar segredos, mover objetos e claro, comportamento maléfico. São muito comuns os casos de possessão ligadas ao candomblé, lá são entendidas como a "descida do santo", e submetem aos enganados por essa mentira a um sofrimento comprometedor pois estes ao contrário de outras vítimas colocam-se voluntariamente como instrumento de manifestação de entidades demoníacas.
3 - A vexação diabólica - Distúrbios de saúde de certa magnitude que surgem de forma misteriosa e sempre que curado um mal surge outro, ou simplesmente algum incômodo contínuo na saúde sem uma causa plausível. São Paulo cita algo parecido em 2Cor 12,7.
Existe ainda no campo das vexações diabólicas problemas contínuos de ordem material, negócios que nunca dão certo, problemas de relacionamento familiar aparentemente insolúveis, vida afetiva aparentemente irrealizável, conduta arrogante, prepotente ou orgulhosa contradizendo a razão íntima e etc.
4 - Obsessão diabólica - Como o nome mesmo revela, trata-se das obsessões de todas as ordens que resultam em imensos prejuízos para o obsidiado e para os que o rodeiam como por exemplo: pensamentos de morte, tentações ao suicídio, sonhos perturbadores, ausência de paz interior, angústia injustificada, medo de ficar sozinho, medo de escuro.
Faço lembrar entretanto que os fatores citados acima não são conclusivos de situações de influência maligna, que deve-se observar a gênese dos problemas antes de ataca-los, em muitas situações o médico deverá ser a primeira pessoa a ser procurada.
Não são poucos os que dizem que o demônio trata-se de uma ilusão já que Deus sendo misericordioso já os teria perdoado. Lembremo-nos que somos seres falíveis, mas também perfectíveis, que somos movidos muitas vezes por diversas paixões. Esse justo vai-e-vem de nossa personalidade é o território útil na maioria das vezes para que nos tornemos vítimas fáceis do maligno. Em contraposição, os anjos por serem seres perfeitos são dotados de uma inteligência igualmente perfeita, não são movidos pelas nossas paixões ou influenciáveis, fazem o que querem como decisões das quais não há retorno. Não foram e não serão perdoados porque não se arrependerão nunca.
Por fim meus irmãos, alguns podem estar se perguntando qual o remédio afinal para essas investidas de Satanás, eu lhes digo que o melhor dos exorcismos é a oração, oração e oração, sacramentais, sacramentais e sacramentais. Pedir o auxílio da Virgem sempre e a proteção dos Santos Anjos são sempre de extremo valor. Levar uma vida de retidão evangélica é a única saída, todos nós somos presas e o demônio está como "um leão a rondar a presa", principalmente a nós filhos dedicados da Virgem, que para ele somos como trofeis a conquistar para ofendê-la. Por fim: "Sabemos que todo aquele que nasce de Deus não peca; mas aquele que foi gerado por Deus guarda-o e o maligno não lhe toca" (1 Jo 5,18).
Autor: Elbson do Carmo