Derretimento no Ártico afetará um quarto da população mundial


 02.09.2009 - O nível do mar pode aumentar mais de um metro até 2100 com o derretimento do gelo do Ártico, causando a inundação de regiões costeiras e afetando potencialmente um quarto da população mundial, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira pela organização internacional para a preservação da natureza, World Wildlife Fund (WWF).

O documento sugere que o aumento do nível das águas seria quase o dobro do previsto no estudo do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) que, em 2007, estimava este número em 59 centímetros.

A WWF diz que o relatório Feedbacks do Clima do Ártico: Implicações Globais é o primeiro do tipo a incorporar o impacto do derretimento do gelo na Groenlândia e da porção ocidental da Antártida sobre o nível do mar, regiões que não foram consideradas nas projeções do IPCC.

As temperaturas do ar no Ártico aumentaram quase duas vezes em relação à média global nas últimas décadas, diz a WWF. "O que este relatório nos permite ver são as (...) amplas consequências globais deste aquecimento", disse o cientista Martin Sommerkorn, consultor para mudanças climáticas do programa da WWF para o Ártico, em entrevista divulgada pela organização no YouTube.

Motor de mudanças
O derretimento do gelo do Ártico se tornaria um motor de mudanças climáticas mais acentuadas, diz o documento da WWF. O relatório prevê que a perda acentuada do gelo com o aquecimento do Ártico influenciaria o clima além da região. O fenômeno mudaria a temperatura e os padrões de precipitação de chuvas na Europa e na América do Norte, afetando a agricultura, florestas e recursos hídricos.

O documento explica que o solo congelado do Ártico reserva o dobro do carbono mantido na atmosfera e, que se o aquecimento da região continuar, o gelo do solo vai se derreter e liberar carbono na atmosfera na forma de dióxido de carbono e metano em níveis significativos. A concentração de metano, um gás causador do efeito estufa especialmente poderoso, vem aumentando na atmosfera nos últimos dois anos e há sugestões de que isso se deve ao aquecimento da tundra do Ártico.

"Este relatório mostra que é urgentemente necessário controlar as emissões dos gases do efeito estufa enquanto ainda podemos", disse Sommerkorn. "Se nós permitirmos que o Ártico fique quente demais, há dúvidas sobre se poderemos manter a cadeia de implicações desse fenômeno sob controle."

"Nós acreditamos que estas informações são críticas para se levar às pessoas diante do novo acordo sobre mudanças climáticas que será negociado em Copenhague (Dinamarca) em dezembro."

O tratado a ser negociado na capital dinamarquesa vai ser a sequência do Protocolo de Kyoto.

Fonte: Terra notícias

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Lembrando...

Elevação do nível do mar pode riscar cidade de Macaé RJ do mapa

26.06.2007 - Estudo mostra ação do aquecimento global no litoral brasileiro. Em Macaé (RJ), avanço é muito acima do esperado; cidade pode estar afundando.

O nível do mar está avançando no Brasil, de acordo com o que os cientistas esperavam do aquecimento global, revela um estudo do IBGE divulgado nesta terça-feira (26), feito a partir de observações nas estações de monitoramento localizadas em Imbituba (SC) e Macaé (RJ).

Em Ibituba, a elevação registrada foi de 1 cm entre dezembro de 2001 e dezembro de 2006, o que corresponde ao que seria esperado como conseqüência do aquecimento planetário, segundo Cláudia Lellis, gerente da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG), um projeto do IBGE, que monitora o nível dos mares brasileiros. Anualmente, a tendência de elevação anual no litoral catarinense, segundo o estudo, é de 2,5 mm -- um valor baixo, mas que, ao longo das décadas, causa estragos. Um estudo em andamento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra algumas conseqüências do aquecimento para 2100 na cidade do Rio (veja o vídeo acima).

A elevação em Macaé, no entanto, é preocupante e alta demais para ser explicada somente pelo aumento das temperaturas. No mesmo período observado, o avanço na cidade fluminense foi de 15 cm, muito acima do esperado. De acordo com o estudo, mesmo eliminando todos os efeitos climáticos, a elevação do mar está exagerada.

“Não sabemos porque isso aconteceu. Alguma influência local está causando isso e precisamos investigar mais para saber exatamente o que é”, afirmou Lellis ao G1. Segundo ela, o mais provável é que esteja ocorrendo um rebaixamento das camadas geológicas no local onde está a cidade. Ou seja, Macaé pode estar afundando –- e não o mar subindo.

“Essa é a hipótese mais provável, mas neste momento não é possível apontar que esse realmente seja o caso”, afirmou a pesquisadora. Entre as outras possibilidades estão a ação do vento, mais forte na região, que “empilharia” as águas costeiras, e alterações na hidrografia local causada pela ação humana.

O IBGE possui ainda duas outras estações para monitorar o avanço do mar, uma em Salvador (BA) e outra em Santana (AP), mas elas funcionam há muito pouco tempo para seus dados serem confiáveis. Uma quinta estação, em Fortaleza, será instalada ainda neste ano.

Fonte: G1

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"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas". (Lc 21,25)


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