A sociedade vive tempos difíceis. A moral está em decadência perceptível e o homem nada faz para mudar esse quadro. Ao invés de lutar para combater a estupidez do pensamento modernista, entra nessa corrente mundana que leva à perdição e se esquece da exortação de Paulo: “Não vos conformeis com esse mundo” (Rm 12,2). Até os cristãos, aqueles a quem Deus confiou o anúncio do Evangelho, estão se calando diante da adversidade do tempo presente e aqueles valores éticos que foram aprendidos na leitura das Sagradas Escrituras estão se perdendo em meio ao mar de corrupção em que a humanidade naufraga desesperada.
É essa a situação atual da nossa sociedade. É assim, de maneira bastante vacilante, que o povo de Deus caminha. Aquele povo que devia anunciar a Palavra e levar as pessoas a uma profunda comunhão com Jesus Cristo está se desviando do caminho correto, se deixando levar pelos ares relativistas pregados por seitas desgraçadas que só querem levar o homem ao abismo do inferno. Que pena! Que pena que não prestamos atenção às palavras de Jesus: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram” (Mt 7,13). Será que estamos fazendo parte desses numerosos que pelo caminho da perdição entram?
O príncipe desse mundo, o demônio, “anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1 Pd 5,8). E está conseguindo levar o mundo cada vez mais a se distanciar de Deus. Tudo isso começa a partir do momento em que o homem quer se libertar da vontade de Deus. O povo israelita mesmo tem uma história de grande desobediência a Deus. Mesmo sendo ele o povo escolhido em que Deus confiou a sua salvação, Israel se adultera com deuses falsos, com os ídolos dos povos vizinhos. Pratica então, diante de Deus, uma abominação terrível. Mas Deus lhe dá a reconciliação por meio de Jesus Cristo. Manda à humanidade o seu Filho Único “para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna” (Jo 3,15).
Nem todos entendem a mensagem de Deus. Mas os que entendem a põe em prática e buscam construir a sociedade nessa base rochosa e firme, que é Jesus. Surge, nesse contexto, a Igreja Católica. Aquela que preside à caridade anuncia ao mundo uma mensagem de amor e de unidade. É a mensagem de Cristo que ganha força no Ocidente. O homem enfim consegue encontrar o sentido da vida nessa doutrina: desprendendo-se das coisas do mundo, liga-se de modo admirável ao Pai Eterno. Contudo, os homens não gostam da verdade, não suportam a doutrina da salvação. E o Império Romano impõe violenta perseguição aos cristãos. Nero e Trajano promoveram massacres terríveis contra os primeiros mártires da fé.
Mas, em meio a tantas tribulações, Deus dá ao povo católico a graça de prosperar. Nesse sentido surge a figura do imperador Constantino, que, convertido ao cristianismo, permite que os católicos ponham em prática a sua fé. Surge então a imagem esplêndida de Santo Agostinho, doutor da Igreja. Em meio aos ensinamentos de Jesus e desse bispo da Igreja de Deus, a Sé Apostólica cresce. Mantendo sua autoridade máxima no bispo de Roma, ela combate, contando com a poderosa intercessão da Virgem Maria, as heresias que ameaçam a autoridade do Santo Papa. Estamos na Idade Média, onde a Igreja reina triunfante.
De lá para cá, contudo, cresceu o número de pessoas que contra a Igreja lutam incessantemente. Essas terríveis ameaças não destruíram a Santa Sé. Ela permanece firme. Mas o homem não pensa mais como antes, não ora mais como antes, não teme mais a Deus como antes. E aí a sociedade vai à ruína. O resultado tivemos nesse último século: duas guerras mundiais e mais de 70.000 judeus mortos no Holocausto nazista. A humanidade se afasta de Deus e goza da miséria porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Assim caminha longe de Deus. Desfruta de modo errado da liberdade que Deus lha deu. E o inferno? Ah, isso é história pra boi dormir…
Quando abrirmos os olhos, será tarde demais.
Cuidemo-nos, pois.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/